
O texto aponta que o Minist�rio da Economia do Brasil corrigiu o valor total das exporta��es de novembro de “desapontadores” US$ 9,7 bilh�es para “bem melhores” US$ 13,5 bilh�es. O motivo seria um erro em registrar boa parte das declara��es de exportadores nos �ltimos tr�s meses.
A falha tamb�m teria prejudicado os c�lculos dos n�meros para setembro e outubro, que foram corrigidos depois pelo governo em cerca de US$ 1,35 bilh�es cada. Antes das revis�es, o resultado divulgado pelo governo era de deficit de US$ 1,099 bilh�o. Depois da corre��o, a balan�a comercial passou a ter um superavit de US$ 2,717 bilh�es.
As mudan�as se refletiram na cota��o do d�lar. Quando o resultado divulgado foi deficit�rio, a moeda norte-americana bateu R$ 4,22. Depois das duas revis�es, o d�lar fechou em R$ 4,21 e abriu a semana em queda.
A reportagem ouviu o analista do grupo financeiro Goldman Sachs em Nova York, Alberto Ramos, que afirmou que “as pessoas certamente ganharam ou perderam dinheiro” com a confus�o sobre os dados de exporta��o. Ramos disse acreditar que as corre��es foram resultado de incompet�ncia ou neglig�ncia por parte do minist�rio da Economia brasileiro.
Por�m, o ocorrido gerou preocupa��o sobre a confiabilidade dos dados econ�micos brasileiros no mercado. O analista ainda afirma que o “superminist�rio” de Paulo Guedes foi v�tima de sua pr�pria pol�tica de corte de gastos. “Como o setor p�blico funciona quando as contas fiscais est�o t�o apertadas?”, questionou.
PIB 'melhor que o esperado'
A reportagem tamb�m cita a divulga��o de um PIB do terceiro semestre de 2019 “melhor do que o esperado”. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE) publicou que o PIB cresceu 0,6% no terceiro trimestre comparado com o segundo, e 1,2% se comparado com o mesmo per�odo de 2018.
O economista-chefe para a Am�rica Latina do ING Financial Markets, de Nova York, Gustavo Rangel, ouvido pelo FT, aponta que o bom resultado do PIB parcial levantou “d�vidas entre alguns analistas devido a um n�mero extraordinariamente grande de estoques de empresas, um indicador negativo para a atividade econ�mica”.
Rangel afirmou acreditar que � poss�vel que parte desses estoques tenham de fato sido exportados, mas n�o h� como ter certeza. Como os resultados das exporta��es levados em considera��o no c�lculo do IBGE n�o cont�m os dados revisados da Balan�a Comercial, � poss�vel que haja uma nova corre��o.
Pelas redes sociais, pol�ticos e partidos de oposi��o ao presidente Jair Bolsonaro repercutiram a reportagem do Financial Times. As conclus�es dos especialistas ouvidos pelo jornal foram tratadas como “graves”, e resultado de um governo que administra o pa�s atrav�s de “fake news”. O assunto foi um dos mais comentados no Twitter nesta quarta-feira.