
Presidente da CPI, o deputado Jo�o Campos (PSB-PE) afirmou, ao fim do encontro, que a apresenta��o dos especialistas deixou claro que o avan�o do �leo pelas praias do Nordeste era mais previs�vel do que o governo fez crer. “Fizemos quest�o de questionar, h� previsibilidade do tr�nsito do �leo nos oceanos baseado no modelo de vento, mar� e corrente. A partir do momento que toca a praia, d� pra prever as praias seguintes. E os especialistas disseram que havia sim uma previsibilidade maior que o governo disse que haveria. A gente vai questionar isso nas pr�ximas audi�ncias”, disse.
“Tamb�m na vis�o dos especialistas, o Plano Nacional de Contingenciamento n�o foi efetivado e tudo ser� questionado ao governo. J� temos os requerimentos solicitando essas informa��es. At� hoje, os conselhos foram desmontados e n�o foram recriados. Os trab da cpi come�aram agora e tem na sua ementa fazer uma avalia�ao das a��es e omiss�es do governo. Vamos afirmar se houve ou n�o ao final da CPI. Vamos terminar essa comiss�o sem deixar nenhuma pergunta por fazer, e n�o teremos nenhum receio de cumprir o rigor da Lei”, afirmou o parlamentar.
O deputado Rodrigo Agostinho (PSB-PE), presidente da Comiss�o de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustent�vel concordou com o colega de legenda. “De maneira clara, a cada depoimento fica muito evidente que o governo demorou para agir. Poderia ter contido esse �leo em alto mar. O governo n�o tem o sistema de vigil�ncia adequado na nossa costa, litoral, zona econ�mica exclusiva. Ficou claro o nosso total despreparo para enfrentar situa��es semelhantes, mesmo sendo um dos grandes players do mercado mundial de petr�leo com Petrobr�s e pr�-sal”, criticou.
Agostinho destacou, ainda, a a��o dos volunt�rios e do desmonte do Minist�rio do Meio Ambiente. “Quase todo o �leo das praias foi retirado por volunt�rios, sem os equipamentos de prote��o adequados. Deu para perceber que as poucas informa��es que a gente tem foram produzidas por universidades federais do nordeste, que carecem da infraestrutura necess�ria, que o plano de conting�ncia n�o funcionou e que o desmonte da �rea ambiental prejudicou demais toda a situa��o”, disse.
Um dos depoentes convidados, o engenheiro de pesca e coordenador do Movimento Salve Maraca�pe Daniel Brandt Galv�o destacou que � preciso investigar a possibilidade de um vazamento de po�o de petr�leo por m� veda��o. “J� se especulou navio, barril, a gente acredita que seja um po�o do pr�-sal. A gente acha que vale a pena, ao menos, investigar, embora j� tenham passado muito tempo. Podemos fazer uma rean�lise, fazer um pente fino na bacia do pr�-sal naquela regi�o de Sergipe, e verificar com navios que estiveram trabalhando na regi�o nos �ltimos meses, se a gente consegue levantar alguma coisa, tendo em vista que, aparentemente, j� se esgotou as investiga��es acerca de vazamento por embarca��es”, destacou o estudioso.
“Em Pernambuco, com nosso grupo, o tempo todo apontamos para onde o �leo estava derivando. Chegou no Maranh�o, Alagoas, Sergipe. S� depois de 50 dias que a gente perdeu o controle da situa��o. Nos primeiros 50 dias, tinha condi��es de proteger mangues, estu�rios, recifes de corais, as localidades mais sens�veis. E estamos a�, 889 localidades atingidas segundo a metodologia do pr�prio ibama. O plano de conting�ncia n�o foi acionado. E se foi acionado, n�o foi como o plano rege. O pa�s se mostrou ineficiente para fazer um combate dessa natureza”, completou Brandt.
Professor de biologia da Universidade Estadual de Pernambuco (UPE), Clemente Coelho J�nior taxou as a��es do governo de “insipientes”. “Voc� v� um detalhamento do que deve ser feito ao se acionar o PNC, o que deveria ter sido feito. Vamos ver em um jogo de acerto e erro, que foram poucas a��es, muito incipientes e totalmente desarticuladas. A academia est� estudando o impacto do meio ambiente. Em termos t�cnicos, temos um impacto agudo e dimensionado. Mas, o impacto cr�nico, demora a ter resultados”, ponderou.
“O recado que fica para a CPI � que temos a maior trag�dia do litoral brasileiro, vamos deixar um passivo ambiental gigantesco. Precisamos melhorar e muito, e resgatar as pol�ticas p�blicas que poderia ter sido acionadas, para n�o dar essa dimens�o enorme � trag�dia. Daqui pra frente a gente vai ter que se reestruturar no Brasil. Principalmente no que tange a �rea ambiental, que tem sofrido com o descaso do governo federal”, alertou Clemente.