
O aumento do mercado dos caf�s especiais, impulsionado por consumidores preocupados com a qualidade e com a origem do produto – fen�meno mundialmente conhecido como terceira onda do caf� –, vem obrigando as cafeterias a buscar profissionais cada vez mais especializados em extrair o melhor do gr�o.
Barista se tornou uma profiss�o desejada, mas a dificuldade de acesso aos cursos e ao mundo das cafeterias ainda � uma barreira para jovens de periferia ou em situa��o de vulnerabilidade social. At� que, este ano, a barista e consultora Kivian Monique Moreira Rodrigues decidiu colocar em pr�tica, sem apoio p�blico ou privado, seu grande sonho: transformar caf� em uma oportunidade de trabalho para jovens que, at� pouco tempo, n�o imaginavam que a bebida mais consumida do mundo poderia lhes garantir um bom futuro.
Barista se tornou uma profiss�o desejada, mas a dificuldade de acesso aos cursos e ao mundo das cafeterias ainda � uma barreira para jovens de periferia ou em situa��o de vulnerabilidade social. At� que, este ano, a barista e consultora Kivian Monique Moreira Rodrigues decidiu colocar em pr�tica, sem apoio p�blico ou privado, seu grande sonho: transformar caf� em uma oportunidade de trabalho para jovens que, at� pouco tempo, n�o imaginavam que a bebida mais consumida do mundo poderia lhes garantir um bom futuro.

Kivian � idealizadora e instrutora da Associa��o Jovens Baristas, que acaba de formar seus primeiros oito alunos em curso que come�ou em maio. “A ideia surgiu a partir do M�rcio, dono da Cafeteria do Produtor, que tinha interesse de conciliar um trabalho social com o caf�. A ideia foi dar oportunidade, profissionalizar pessoas em situa��o de discrimina��o ou de vulnerabilidade social”, conta Kivian.
“Imagina o que � para uma pessoa de 19, 25 ou 26 anos, que tem grave situa��o social, se ver num emprego que ele pode trabalhar de segunda a sexta-feira, pegar um s�bado de freelancer, e ganhar R$ 1,2 mil, R$ 1,5 mil de sal�rio e com oportunidade de crescer. Muda a vida.”
“Imagina o que � para uma pessoa de 19, 25 ou 26 anos, que tem grave situa��o social, se ver num emprego que ele pode trabalhar de segunda a sexta-feira, pegar um s�bado de freelancer, e ganhar R$ 1,2 mil, R$ 1,5 mil de sal�rio e com oportunidade de crescer. Muda a vida.”
"A ideia foi dar oportunidade, profissionalizar pessoas em situa��o de discrimina��o ou de vulnerabilidade social"
Kivian Monique Moreira Rodrigues, barista e consultora
Ver um futuro se abrindo a partir do caf� � a sensa��o de Cl�udio Silva Alves J�nior, de 17, do Morro do Papagaio. “Estou apaixonado nisso, quero abrir minha cafeteria, estou trabalhando j�. O caf� est� mudando vidas. Hoje, tenho uma perspectiva muito maior. Me sinto mais confort�vel indo para a fase adulta, fazendo 18 anos, sabendo que tenho algo em que me apoiar” diz o jovem.
Dos 10 alunos que iniciaram a turma-piloto, em maio, oito est�o se formando. Com o projeto em andamento, chegava a hora do segundo desafio: colocar os jovens no mercado de trabalho. Segundo Kivian, cinco j� est�o trabalhando com carteira assinada, e os outros tr�s est�o aguardando coloca��o no mercado, mas j� trabalham como freelancers nos fins de semana.
O curso oferece parte te�rica, visitas t�cnicas a cafeterias e passa uma vis�o que vai al�m da extra��o do caf�: s�o abordados temas como atendimento ao p�blico e no��es de empreendedorismo com donos de cafeterias. Na tarde em que a reportagem do Estado de Minas acompanhou o projeto, no in�cio do m�s, os jovens ouviram atentamente as experi�ncias de Daniel Cabral, do Caf� Noete, no Santo Ant�nio.
O curso oferece parte te�rica, visitas t�cnicas a cafeterias e passa uma vis�o que vai al�m da extra��o do caf�: s�o abordados temas como atendimento ao p�blico e no��es de empreendedorismo com donos de cafeterias. Na tarde em que a reportagem do Estado de Minas acompanhou o projeto, no in�cio do m�s, os jovens ouviram atentamente as experi�ncias de Daniel Cabral, do Caf� Noete, no Santo Ant�nio.
Luar Santos de Oliveira, de 19, do Bairro Santa Terezinha, aproveitou bem a chance de explorar a m�quina de espresso e sentir as notas dos diferentes gr�os da cafeteria. “O caf� especial, realmente, n�o � acess�vel. Se n�o fosse esse projeto social, eu n�o teria contato com a profiss�o de barista, nem iria conhecer. � importante chegar nas pessoas, nas minorias. A gente toma caf� em casa, mas n�o � ensinado. � uma coisa muito exclusiva, elitista. Ent�o, � muito importante que projetos como esse cres�am para que cheguem a todo mundo”, comenta Luar.
Financiamento
O sucesso da primeira turma fez aumentar as inscri��es para os pr�ximos cursos. O processo, que se encerrou no in�cio do m�s para a primeira turma de 2020, recebeu 117 inscritos. A inscri��o � feita em formul�rio dispon�vel na p�gina do Instagram do projeto: @jovensbaristas.O objetivo � formar 45 alunos em 2020, separados em tr�s turmas, em quatro meses de curso. Para conseguir o objetivo, Kivian est� em busca de parcerias. O projeto conta com um financiamento coletivo aberto (www.evoe.com.cc/jovensbaristas) e est� participando do Fundo BH, da Evo�, em parceria com o BH Invis�vel. “Com esse fundo, conseguimos um lugar de f�cil acesso, perto da Esta��o Minas Shopping, do metr�, dentro do MinasCasa, onde fica f�cil para os alunos encontrarem o projeto”, conta a instrutora Ester Moreira Vit�ria Rodrigues.
