
No mesmo ano em que o rompimento da barragem da mina de C�rrego do Feij�o, da Vale, em Brumadinho, matou 272 pessoas e v�rios reservat�rios em risco paralisaram completamente suas atividades em Minas Gerais, a ind�stria da minera��o no Brasil aumentou em 40% o seu faturamento.
Segundo informa��es divulgadas ontem pelo Instituto Brasileiro de Minera��o (Ibram), a receita do setor mineral passou de R$ 110,2 bilh�es, em 2018, para R$ 153,4 bilh�es, em 2019. A trag�dia em Brumadinho fez com que a produ��o do min�rio de ferro ca�sse 8,8% e o volume total de min�rios exportados recuasse em 50 milh�es de toneladas. Ainda assim, as exporta��es cresceram US$ 2,5 bilh�es no ano passado.
Segundo informa��es divulgadas ontem pelo Instituto Brasileiro de Minera��o (Ibram), a receita do setor mineral passou de R$ 110,2 bilh�es, em 2018, para R$ 153,4 bilh�es, em 2019. A trag�dia em Brumadinho fez com que a produ��o do min�rio de ferro ca�sse 8,8% e o volume total de min�rios exportados recuasse em 50 milh�es de toneladas. Ainda assim, as exporta��es cresceram US$ 2,5 bilh�es no ano passado.
O pre�o m�dio da tonelada do min�rio de ferro em 2018 foi US$ 63, mas j� no in�cio do ano passado, ap�s o rompimento da barragem em Brumadinho e a redu��o na oferta de ferro, o valor da tonelada no mercado internacional subiu rapidamente. A cota��o ultrapassou US$ 100 – a m�dia do pre�o da tonelada em 2019 foi US$ 93. A valoriza��o do d�lar entre 2018 (R$ 3,65) e 2019 (R$ 3,94) tamb�m favoreceu a receita das empresas.
“Em Minas Gerais, onde o min�rio de ferro tem predomin�ncia, a partir da trag�dia em Brumadinho, houve uma redu��o da oferta. O pre�o subiu no primeiro momento de maneira substancial, chegou a passar de US$ 100 a tonelada. Depois, caiu gradativamente e est� em torno de U$S 80. A capacidade n�o produtiva (barragens fechadas) foi substitu�da por outros competidores, parte da produ��o veio de empresas que conseguiram aumentar.
A pr�pria Vale, que foi afetada, transferiu sua produ��o para Caraj�s. Pa�ses produtores de min�rio de ferro, como a Austr�lia, certamente tiraram muita vantagem dessa situa��o”, analisou o presidente do Conselho Diretor do Ibram, Wilson Brumer.
A pr�pria Vale, que foi afetada, transferiu sua produ��o para Caraj�s. Pa�ses produtores de min�rio de ferro, como a Austr�lia, certamente tiraram muita vantagem dessa situa��o”, analisou o presidente do Conselho Diretor do Ibram, Wilson Brumer.
O an�ncio dos dados do setor mineral foi feito um dia ap�s o Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE) anunciar a queda de 5,6% da produ��o da ind�stria mineira no ano passado, influenciada principalmente pela redu��o na produ��o do setor extrativo no estado. “Apesar de haver uma queda na produ��o do min�rio de ferro, que � o forte de Minas, os resultados do Brasil como um todo foram positivos, principalmente quando se fala das exporta��es”, explicou Brumer.
Al�m do aumento do pre�o do min�rio de ferro no mercado internacional, a exporta��o turbinada de outros minerais em 2019 contribuiu para os resultados positivos do setor. A venda de ouro no exterior cresceu 27%, com receitas dessas opera��es passando de US$ 2,8 bilh�es, em 2018, para US$ 3,5 bilh�es, em 2019. A exporta��o do ferroni�bio avan�ou 12,9%, ao subir de US$ 2 bilh�es para US$ 2,27 bilh�es. A exporta��o do mangan�s aumentou 18,9%; de US$ 406 milh�es para US$ 483 milh�es.
Em compara��o com 2018, o volume das vendas de min�rio brasileiro para outros pa�ses caiu 50 milh�es de toneladas. De 409 milh�es de toneladas exportadas passou para 359 milh�es de toneladas no ano passado. Ainda assim, a ind�stria faturou com a vendas para o exterior US$ 32,5 bilh�es, ante US$ 30 bilh�es em 2018.
Investimentos
De acordo com os dados do Ibram, o setor da minera��o deve aumentar em 18% o volume de investimentos em 2020. Para os pr�ximos cinco anos a previs�o sobre as inten��es de investimento no setor � de que os gastos com novos projetos somem US$ 32,5 bilh�es. Desse montante, US$ 2,3 bilh�es dever�o ser direcionados para a seguran�a de barragens de rejeito, descomissionamento (quando a barragem para de receber rejeitos e passa por um processo de desativa��o) e descaracteriza��o (quando a barragem � reintegrada ao sistema natural do lugar).
O setor espera que, a partir deste ano, a pol�tica da Ag�ncia Nacional de Minera��o (ANM) de expandir a atividade miner�ria e a aprova��o autom�tica de requerimentos de pesquisa, caso o �rg�o n�o conceda uma resposta em 120 dias, gere um salto nas pesquisas minerais. “Essa norma da ANM n�o s� vai acelerar os processos de libera��o de pesquisas, mas aponta que a ag�ncia est� procurando ter seus processos digitalizados e com prazos. Antigamente, no DNPM (�rg�o extinto com a cria��o da ANM) t�nhamos dificuldade em conseguir rapidez nos projetos de minera��o”, afirmou Fl�vio Penido, presidente do Ibram.
Questionados sobre o projeto apresentado pelo governo federal ao Congresso Nacional que prev� a libera��o de v�rias atividades econ�micas em terras ind�genas, os representantes do Ibram avaliaram que o texto n�o foi uma reivindica��o do setor mineral e que n�o existem estudos sobre a exist�ncias de reservas minerais na regi�o da Amaz�nia.
“O Ibram n�o est� defendendo a minera��o em terras ind�genas. � um tema que ser� discutido longamente na C�mara e no Senado e que precisa ser regulamentado. Existe a lenda de que terras ind�genas no Brasil seriam um verdadeiro eldorado e que vai haver uma invas�o de mineradoras. Isso n�o procede, sequer existem estudos ou pesquisas”, disse Penido.
OS DESTAQUES
» Exporta��es da minera��o brasileira
2018 – 409 milh�es de toneladas e receita de US$ 30 bilh�es
2019 – 359 milh�es de toneladas e receita de US$ 32,5 bilh�es
» Quanto subiu a receita em 2019
Ferro 9,73%
Ouro 27,73%
Ferroni�bio 12,9%
Mangan�s 18,92%
Cobre 14,64%
» Investimentos no setor (previs�o)
2018 a 2022 – US$ 19,5 bilh�es
2019 a 2023 – US$ 27,5 bilh�es
2020 a 2024 – US$ 32,5 bilh�es
FONTE: Ibram/Setor Mineral 2019