
A manuten��o da valoriza��o do d�lar no patamar atual, de R$ 4,30, gera apreens�o e preocupa as ind�strias que dependem de insumos importados. O presidente da FCA Latam, Antonio Filosa, afirmou ontem que o d�lar alto e os pre�os dos metais preciosos (cotados em d�lar) pressionam os custos das montadoras brasileiras. “Se continuar assim, vai ser um problema de custo. Se � um surto, se o d�lar oscila e volta ao patamar de antes, fazemos um sacr�ficio para manter o pre�o e n�o perder volume. Mas se for uma tend�ncia, complica e n�o tem como segurar”, disse o executivo que confirmou para o fim deste ano a entrada em opera��o da f�brica de motores turbo em Betim, com a gera��o de 1,2 mil empregos.
Segundo Filosa, embora a f�brica de Betim tem �ndice de nacionaliza��o de 90% e a de Goiana (PE) de 70%, o d�lar pressiona custos dos fornecedores principalmente de componentes el�tricos e eletr�nicos. O presidente a Fiat Chrysler para a Am�rica Latina lembra ainda que os pre�os dos metais preciosos dispararam este ano. Usados nos escapamentos e sensores dos carros, metais como platina, r�dio e pal�dio se valorizam nos �ltimos anos, S� o r�dio teve alta de 30% em janeiro, chegando a US$ 7.925 a on�a. “Esses pre�os est�o explodindo e isso foge um pouco ao nosso controle”, disse Filosa.
Apesar do d�lar e da alta de insumos, Filosa confirmou os investimentos de R$ 16 bilh�es at� 2024, com o lan�amento de seis lan�amentos este ano, com destaque para a nova picape Fiat Strada. O c�mbio alto gera apreens�o tamb�m para outros setores. “A tend�ncia � que o d�lar permane�a nesse patamar e a qualquer ru�do no mercado suba mais um pouco”, avaliou o presidente do Conselho de Pol�tica Econ�mica da Fiemg, Tadeu Monteiro Barros Pinto. Para ele, o c�mbio valorizado pode tanto afetar ind�strias com d�vida em d�lar e que n�o se protegeram como favorecer setores que enfrentam concorr�ncia de produtos importados, com destaque para os eletroeletr�nicos e o setor de alimentos.
Tadeu Monteiro diz que as proje��es feitas no ano passado para o c�mbio giravam em torno de R$ 3,80 e R$ 3,90 e n�o se imaginava que a moeda dos Estados Unidos chegaria ao patamar atual. A Fiemg acaba de concluir um estudo sobre o impacto da alta do d�lar na ind�stria. Para a entidade, as incertezas externas em rela��o ao crescimento da China, reduzindo os pre�os das commodities, as incertezas pol�ticas internas e a fraca rea��o da economia mant�m o real desvalorizado. “A ind�stria automotiva, que � em parte dolarizada, com mais componentes importados, tem press�o de custo, mas t�m setores que ficam mais competitivos para exportar ou ganhar mercado da concorr�ncia dos importados”, afirmou Tadeu Monteiro, que � tamb�m vice-presidente da Fiemg.
Para Camila Abdelmalack, economista chefe da Veedha, a taxa de c�mbio “mudou de patamar” com o conflito geopol�tico e a incerteza em rela��o � atividade econ�mica. “A tend�ncia � de que no curto prazo permane�a nesse patamar em fun��o da desconfian�a sobre a intensidade da recupera��o da economia, mas avalio que tem potencial para ficar num patamar de R$ 4,15”, afirmou a economista. A not�cia boa, tanto para Camila quanto para a Fiemg � que essa alta do d�lar n�o amea�a o controle da infla��o.