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Estado de Minas ECONOMIA

Bancos distribuem R$ 52 bilh�es em dividendos a seus acionistas

O lucro dos grandes bancos, com exce��o do Ita� Unibanco, diz respeito ao ano de 2019


postado em 24/02/2020 07:38 / atualizado em 24/02/2020 07:53

(foto: Maria Tereza Correia/Estado de Minas - 24/06/2004 )
(foto: Maria Tereza Correia/Estado de Minas - 24/06/2004 )

Os grandes bancos, com exce��o do Ita� Unibanco, ampliaram o volume de dividendos distribu�dos a seus acionistas em 2019: foram mais de R$ 52 bilh�es, volume quase 26% maior que o de 2018. Para este ano, por�m, o valor pode ser menor. Isso porque o maior apetite dos bancos para emprestar em meio � retomada da economia brasileira, principalmente para pessoas f�sicas e pequenas e m�dias empresas, deve levar o setor a fechar um pouco a m�o quando olhar para os resultados futuros.

O Ita� Unibanco j� seguiu esse caminho. O banco distribuiu 66,2% do lucro l�quido recorrente de 2019, ante 89,2% no ano anterior. A diminui��o na propor��o de dividendos se refletiu diretamente no bolso dos acionistas da Ita�sa, holding que controla o banco.

A porcentagem do lucro l�quido distribu�do, chamado de payout, passou de 94%, em 2018, para 68% no ano passado - menor n�vel desde 2016. Com a redu��o, os dividendos foram um dos temas abordados na teleconfer�ncia feita com investidores e analistas na semana passada.

O presidente da Ita�sa, Alfredo Setubal, explicou que essa queda n�o antecipa um novo investimento da holding, mas tem rela��o com o Ita� Unibanco, que representa praticamente 90% do portf�lio de investimentos. O banco resolveu, segundo ele, dividir um menor volume de recursos com seus acionistas uma vez que espera ter um maior uso de capital ao longo deste ano, ou seja, vai emprestar mais.

Desde 2017, o Ita� revisou sua pol�tica, colocando no lugar de um teto uma s�rie de crit�rios para o c�lculo dos dividendos. O crescimento do cr�dito, sob a �tica do risco, � um deles.

Para tranquilizar os investidores, Setubal recorreu � elevada rentabilidade do Ita�, que � l�der entre seus pares. "A capacidade de o banco gerar retornos dentro da sua pol�tica de cr�dito � melhor para seus acionistas do que simplesmente distribuir dividendos e usar taxas de retorno inferiores �s que o banco aplica", explicou o presidente da Ita�sa, desde 2015 no comando da holding ap�s anos no dia a dia como executivo do banco.

'Superdividendo'


Na contram�o, o rival Bradesco aumentou a distribui��o de dividendos no ano passado. O payout bruto do banco foi de 73,9%, ante 40,3% em 2018. O salto ocorreu por causa de um "superdividendo" de R$ 8 bilh�es. O banco creditou a bolada �s perspectivas frustradas com a economia brasileira no ano passado.

Como o crescimento n�o veio, o Bradesco achou melhor dividir o dinheiro com seus acionistas. At� mesmo porque muito capital pressiona o retorno, principalmente no seu caso, que tenta retomar o posto de segundo banco mais rent�vel do Brasil, hoje nas m�os do Santander. "N�o � uma obsess�o, mas � o nosso objetivo l� na frente", disse o presidente do Bradesco, Octavio de Lazari, em recente entrevista ao Estad�o/Broadcast.

Somado ao cr�dito, os bancos ter�o o que o presidente do Ita�, Candido Bracher, resumiu como "ventos contr�rios" nos resultados de 2020. As institui��es financeiras ser�o afetadas pelo efeito das novas regras do cheque especial, cujos juros foram limitados em 8% ao m�s, pelo aumento da Contribui��o Social sobre o Lucro L�quido (CSLL), que passou de 15% para 20% na reforma da Previd�ncia, e pela Selic m�dia inferior � do ano passado.

Para o diretor de renda vari�vel de uma gestora, apesar das press�es negativas que os bancos enfrentam neste ano as institui��es t�m capacidade de compensar tais efeitos e, consequentemente, manter gordos n�veis de dividendos. "Os bancos podem conseguir gerar capital suficiente, eventualmente, para pagar mais dividendos e ainda originar mais cr�dito", avalia ele, na condi��o de anonimato, que tamb�m v� o cr�dito como fator determinante para a distribui��o de dividendos referentes ao ano de 2020.

� o caso do Santander Brasil. O espanhol prometeu manter elevado n�vel de payout ao mesmo tempo que tem capital em excesso para continuar crescendo como nos �ltimos anos. "Como fizemos no ano passado, dependendo da evolu��o e de como usamos o capital, ajustaremos, considerando o ganho final", disse o vice-presidente executivo do Santander Brasil, Angel Santodomingo, em recente conversa com o mercado.

Embora o banco tenha distribu�do em torno de 70% do seu lucro nos �ltimos anos, o executivo preferiu ser conservador. Manteve, ao menos por ora, a refer�ncia de 50% de payout para 2020.

Teto para distribui��o


O Banco do Brasil aprovou, no in�cio do ano passado, a revis�o da pol�tica espec�fica de remunera��o aos acionistas. Assim, passou a fixar, ao contr�rio do concorrente Ita�, um teto para a distribui��o do lucro l�quido. Para 2020, o banco manteve o intervalo de payout esperado entre 30% e 40%, o mesmo estabelecido no ano passado.

Para 2021, a situa��o fica mais cr�tica com o risco de os dividendos, hoje isentos, passarem a ser tributados na reforma tribut�ria. Como qualquer mudan�a no Imposto de Renda responde ao princ�pio da anualidade, um eventual ped�gio para os acionistas, mesmo que aprovado este ano, come�aria a valer somente no exerc�cio seguinte.

Por ora, apenas os juros sobre capital pr�prio (JCP), tamb�m considerados para efeito de distribui��o de dividendos, s�o tributados, uma vez que s�o recolhidos na fonte e entram na conta fiscal dos bancos.


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