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Estado de Minas

Epidemia do coronav�rus amea�a varejo e impulsiona e-commerce

Estudo da consultoria internacional Kantar mediu o impacto do COVID-19 na China e identificou que o com�rcio de produtos on-line pode atrair novos consumidores


postado em 27/02/2020 04:00 / atualizado em 27/02/2020 08:19

Em Pequim, são poucos os moradores que se arriscam a andar pelas ruas da capital chinesa (foto: NICOLAS ASFOURI/AFP)
Em Pequim, s�o poucos os moradores que se arriscam a andar pelas ruas da capital chinesa (foto: NICOLAS ASFOURI/AFP)
S�o Paulo – Enquanto o v�rus COVID-19, conhecido popularmente como coronav�rus, se espalha pelo mundo e registra o primeiro caso no Brasil, diversos setores da economia j� calculam os efeitos da epidemia global em seus neg�cios – entre elas empresas ligadas ao setor do turismo, de transporte e, principalmente, ao com�rcio.

Embora ainda n�o existam dados que dimensionem uma eventual prolifera��o da doen�a no Brasil, alguns levantamentos globais servem de term�metro para o que pode acontecer por aqui.

“Ainda � cedo para calcular os danos do coronav�rus em cada economia, mas � certo que muitos setores ser�o fortemente afetados pela paralisa��o ou redu��o das atividades”, afirma o economista Mario Cesar Velloso, especialista em com�rcio internacional pela Funda��o Getulio Vargas (FGV). “Qualquer proje��o nesse momento pode n�o passar de um exerc�cio de futurologia.”

Um estudo da consultoria internacional Kantar, no entanto, chegou a conclus�es importantes para as empresas que precisam definir suas estrat�gias no m�dio prazo. A companhia recolheu dados de forma online de mais de mil companhias entre 6 e 9 de fevereiro na China, inclusive na regi�o de Hubei, epicentro da crise, para entender como a popula��o tem se comportado. O levantamento constatou que, durante este per�odo, a forma e as prioridades de consumo tamb�m sofreram dr�sticas mudan�as, com forte redu��o de compras em lojas f�sicas e aumento das compras pelos canais digitais.

Pela impossibilidade de sair de casa, as ind�strias de entretenimento e turismo s�o as que mais sofrem: 75% dos chineses disseram ter cancelado compras destas categorias e 17% reduziram os valores desde o in�cio da crise. Em contrapartida, os gastos com alimentos e bebidas cresceram em 40% dos lares, produtos de limpeza em 48% e seguro sa�de em 38%, especialmente na prov�ncia de Hubei.

No entanto, quando finalmente puderem deixar suas casas, 82% dos chineses pretendem retomar as refei��es na rua, 78% t�m planos de viajar e 77% de investir em entretenimento fora de casa, chamado de out of home. A retomada n�o indica �ndices t�o positivos para a ind�stria de luxo, que dever� ter as maiores perdas a curto e m�dio prazo, j� que 61% afirmaram ter reduzido ou eliminado estes itens do or�amento e 21% pretendem continuar diminuindo a compra com o fim da crise. Este comportamento pode ser reflexo das mudan�as de perspectiva de consumo que as pessoas apresentam ap�s esse tipo de evento.
 
 
Para Daniel Zhang, CEO da Alibaba, a epidemia tem impactado negativamente a economia geral da China (foto: NICOLAS ASFOURI/AFP )
Para Daniel Zhang, CEO da Alibaba, a epidemia tem impactado negativamente a economia geral da China (foto: NICOLAS ASFOURI/AFP )

E-COMMERCE 

 
Como � preciso passar o maior tempo poss�vel em casa, 55% dos chineses t�m usado as plataformas de e-commerce para abastecer as prateleiras. Segundo a Kantar, um comportamento curioso � que as pessoas t�m se juntado em grupos de vizinhos, amigos ou familiares para trocar produtos ou fazer compras coletivas. Para isso, t�m se organizado usando a plataforma de mensagens instant�neas WeChat.

De acordo com o levantamento, 35% das fam�lias citaram os grupos como um novo canal de compra. Este � provavelmente o mais longo per�odo da hist�ria em que milh�es de chineses t�m sido obrigados a ficar em casa. Al�m de aulas online para crian�as e adolescentes e trabalho remoto, as atividades que mais preenchem o tempo s�o na maioria relacionadas �s telas: 58% optam por v�deos de longa dura��o, 56% por v�deos curtos e 41% est�o ligados na TV. J� para 54% dos entrevistados, descansar tem sido a principal maneira de driblar o confinamento. Na sequ�ncia, 28% das pessoas t�m aproveitado o per�odo para cozinhar mais, 23% para curtir os filhos, 30% para estudar online e 26% para ler. 
 

RECEIO 


 Apesar do cen�rio favor�vel ao crescimento das vendas online, a maior empresa de com�rcio eletr�nico do mundo n�o est� t�o otimista assim. O Alibaba Group alertou que o surto de coronav�rus, que j� matou quase 3 mil pessoas na China, est� causando um forte impacto sobre consumidores e comerciantes do pa�s e afetar� o crescimento da receita no atual trimestre. 

De acordo com a companhia, o v�rus afeta a produ��o na economia porque muitas pessoas n�o podem ir ao trabalho ou desempenhar suas fun��es. O surto tamb�m mudou os padr�es de compra: os consumidores diminu�ram os gastos discricion�rios, como viagens e restaurantes. A gigante chinesa de com�rcio eletr�nico fez os coment�rios depois de divulgar fortes resultados financeiros no trimestre encerrado em dezembro. A receita subiu 38%, acima do esperado, para 161,5 bilh�es de yuans (US$ 23,1 bilh�es), enquanto o lucro l�quido aumentou 58%, para 52,3 bilh�es de yuans. 

No entanto, de acordo com o CEO Daniel Zhang, a epidemia tem impactado negativamente a economia geral da China, especialmente os setores de varejo e servi�os, disse Wu em teleconfer�ncia ap�s os resultados. Embora a demanda por bens e servi�os exista, os meios de produ��o na economia foram prejudicados pela abertura tardia de escrit�rios, f�bricas e escolas. 

Zhang disse ainda que a empresa observa mudan�as relativamente significativas nos padr�es de compra. Enquanto a entrega de alimentos est� crescendo, �reas como roupas e eletr�nicos enfrentam problemas log�sticos. Ele alertou que a divis�o de com�rcio eletr�nico sofreu um impacto negativo nas duas primeiras semanas ap�s o feriado. Pedidos de restaurantes e reservas de viagens tamb�m foram atingidos.



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