Coronav�rus: popula��o de cidades mineiras lota supermercados

Ainda nas primeiras horas do dia, um cen�rio at�pico em Divin�polis, Regi�o Centro-Oeste de Minas, cidade onde foi registrado o primeiro caso de coronav�rus no estado. Supermercados j� registravam filas e algumas prateleiras vazias. A pandemia do COVID-19 e o decreto de emerg�ncia da sa�de p�blica da prefeitura provocaram corre-corre para garantir o abastecimento. A situa��o se repete em Juiz de Fora, na Zona da Mata, onde dois casos foram registrados, sendo um deles com transmiss�o local. 

Na se��o de limpeza de um supermercado de divin�polis, o item mais procurado era o papel higi�nico e, consequentemente, a prateleira mais vazia. O aposentado Ant�nio Jos�, de 72 anos, foi um dos que se levantaram cedo para fazer as compras. Integrante do grupo de risco para o coronav�rus, ele disse que adota medidas de prote��o, mas n�o quer ficar ref�m do medo. “Daqui a pouco a gente nem sai de casa”, afirmou, ignorando orienta��es de que o isolamento social � a maior preven��o.  

No carrinho, pacotes de papel higi�nico, arroz, macarr�o e produtos de limpeza. “N�o quero estocar nada para n�o acabar e ficar ruim para todo mundo. Vim garantir o b�sico que j� estava faltando l� em casa”, contou. A compra deve ser suficiente para um m�s. Ant�nio mora com a esposa e dois filhos. Ele aguardava na fila da carne quando conversou com a reportagem. 

A auxiliar administrativa Denise Ferreira, de 53, tamb�m chegou cedo a um supermercado no Bairro Bom Pastor, regi�o onde ela mora. Com m�scara de prote��o, afirmou que est� tomando cuidados b�sicos para evitar a prolifera��o do v�rus. “N�o fa�o parte do grupo de risco, mas n�o podemos pensar apenas na gente. Os hospitais n�o t�m condi��es de atender se a situa��o piorar”, opinou.

Denise optou por um carrinho menor do que a do aposentado. Disse que compraria apenas o necess�rio. “Se todo mundo resolver estocar, vamos ficar sem nada”, destacou.

Em Juiz de Fora, a corrida aos supermercados foi intensificada ap�s suspens�o das aulas e eventos, por tempo indeterminado. 

J� na noite dessa segunda-feira, v�rios produtos j� estavam escassos nas prateleiras, como feij�o, cereais, sabonetes e �lcool em gel. Al�m disso, a fila para os caixas estava bem longa e o movimento de clientes praticamente triplicou num dos maiores supermercados da cidade.

O casal Cl�udia Teixeira, empres�ria de 42 anos, e Daniel Ad�rio, educador f�sico, de 42, confirma que fez compras j� pensando na situa��o de crise devido ao coronav�rus. “Nunca vi fila no supermercado igual a esta, comprei bem a mais do costume para estoque. Estou levando mais arroz, queijo, �gua...”, explica Cl�udia. J� Daniel acha que o v�rus j� est� espalhado e que, se for preciso, vai para o s�tio da fam�lia para proteger a filha - que j� n�o vai � aula a partir desta ter�a-feira.

A comerciante Miriam Cristina, de 53, preferiu usar o carro utilit�rio para carregar toda a compra que corresponde ao consumo por, pelo menos, um m�s, em casa. “Estou levando mais sacos de arroz, massa de tomate, macarr�o e produtos de limpeza tamb�m, mas j� est� faltando papel higi�nico na prateleira, estou levando de outra marca. Est� todo mundo apavorado com esse coronav�rus, assim, obriga a gente a fazer estoque e se prevenir. Eu estou com muito medo, nunca vi nada igual na minha vida”.

O presidente do Sindicato dos Com�rcios Varejistas de Divin�polis, Gilson Amaral afirmou que o risco de desabastecimento nos supermercados da cidade � “quase zero”. “A cadeia produtiva e os fornecedores est�o atendendo normalmente. Se houver desabastecimento, vai ser porque, talvez, as pessoas, antecipando essas compras, far�o com que falte produtos”, alertou.

A suspens�o de shows, eventos e a redu��o do movimento de bares e restaurantes, segundo o presidente da entidade, vai influenciar positivamente nos estoques das lojas. “Isso faz com que sobrem mais produtos que seriam entregues para esses locais e os fornecedores acabam direcionando para os supermercados”, explicou.

Amaral refor�ou que o m�ximo que pode ocorrer � a ruptura do abastecimento de alguns produtos. “Quando aumenta essa m�dia de compra, a reposi��o se torna mais lenta, porque dependemos de frete”. O �nico produto em falta, segundo ele, � o �lcool em gel que antes tinha uma venda insignificante.

Juiz de Fora tem dois casos confirmados de coronav�rus. Um homem de 65 anos, com hist�rico de viagem para os Estados Unidos, e outro, de 30 anos, com transmiss�o local. Em Divin�polis, uma mulher de 47 anos, com hist�rico de viagem para a It�lia, foi infectada.