
Estimativas de entidades patronais, como a Associa��o Brasileira das Lojas Sat�lites (Ablos), que re�ne as lojas maiores dos shoppings, e a Associa��o Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), falam em at� 5 milh�es de desempregados no com�rcio pelo Pa�s, at� o fim de abril.
Segundo Paulo Solmucci, da Abrasel, os empres�rios j� v�m de um longo per�odo de vendas fracas e n�o t�m, neste momento, caixa para manter impostos, aluguel de ponto e folha salarial com os empreendimentos fechados. "A situa��o j� estava p�ssima, agora ficou dram�tica", diz.
J� Tito Bessa J�nior, da Ablos, afirma que o capital de giro dos comerciantes mal consegue suprir um m�s fraco de vendas, o que dir� cinco semanas sem faturamento - a maioria das ordens de fechamento v�o da semana que vem at� o fim de abril. "Eu mesmo vou demitir cerca de 40% dos meus funcion�rios a partir da semana que vem", diz Bessa J�nior, que tamb�m � dono da rede TNG, com 170 lojas e 1.600 funcion�rios. "Acabei de encerrar o contrato com a empresa de limpeza, hoje (ontem) j� cortei o pessoal que presta servi�o para o TI e, na semana que vem, vou ter de dispensar 500 pessoas das opera��es das lojas."
Coletivas
Segundo ele, os shoppings centers empregam direta e indiretamente 4 milh�es de pessoas pelo Brasil. Se a situa��o permanecer como est�, a tend�ncia � que a metade seja liberada pelas empresas. "Eu estou h� tr�s dias conversando com lojistas e todos dizem que v�o cortar 50%, 40%. Alguns v�o dar f�rias coletivas primeiro, mas a partir de abril n�o tem o que fazer", conta.
O advogado Leonardo Tavano, do escrit�rio Tavano Maier Advogados, que atende a grupos como Vivara, Cinemark, Etna e Restoque (dona das marcas Le Lis Blanc, Dudalina, John John), diz que sua equipe trabalha sem parar nas �ltimas 72 horas preparando demiss�es e alternativas, como redu��o de jornada de trabalho de 25%, f�rias individuais e coletivas. "O que estou vendo � que as lojas v�o fechar unidades, principalmente aquelas que j� vinham com baixa performance, e enxugar de 30% a 50% do o quadro de colaboradores."
Al�m das demiss�es, os comerciantes tentam renegociar os contratos de loca��o, assim como prolongar os pagamentos dos fornecedores. "Imposto, aluguel de shopping, essas coisas esquece, n�o vou pagar. A minha meta � preservar a maior quantidade poss�vel de empregos", conta Angelo Augusto de Campos Neto, da MOB, com 34 lojas. "Estou tentando conversar com os shoppings para ver se eles paralisam a cobran�a de aluguel e condom�nios, j� que estamos fechados mesmo", conta Andrea Duca, da Gregory, com 62 lojas. Ela vai dar f�rias coletivas aos funcion�rios e come�ar a demitir os vendedores comissionados. "Vamos agora cortar os funcion�rios que ainda n�o conclu�ram o per�odo de experi�ncia, deve dar uns 100", diz.
Para o economista Claudio Felisone de Angelo, coordenador do programa de administra��o de varejo da FIA, os comerciantes n�o t�m outra alternativa a n�o ser reduzir o quadro de funcion�rios. "� uma decis�o muito dura, mas � isso ou quebrar."
As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.