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Estado de Minas ECONOMIA

Bancos podem manter dinheiro parado

A demanda por cr�dito nos bancos disparou com a chegada do novo coronav�rus no Brasil e o fechamento do mercado de capitais


postado em 25/03/2020 07:02 / atualizado em 25/03/2020 07:29

(foto: Pixabay)
(foto: Pixabay)

As medidas anunciadas pelo Banco Central, que j� passam de R$ 1 trilh�o, para dar suporte aos bancos em meio � pandemia de coronav�rus n�o resolvem o principal problema desta crise: o aumento do risco.

Ao irrigar o sistema com recursos, na expectativa de que as institui��es abram suas torneiras de cr�dito - seja por meio de linhas tradicionais ou para garantir folhas de pagamentos -, o BC pode, na opini�o de especialistas ouvidos pelo Estad�o/Broadcast, repetir os erros de 2008.

� �poca, a liquidez dos bancos ficou "empo�ada" (quando o dinheiro fica parado nas tesourarias das institui��es) e somente Caixa Econ�mica Federal e Banco do Brasil atuaram na linha de frente, enquanto seus pares privados se retra�ram.

A demanda por cr�dito nos bancos disparou com a chegada do novo coronav�rus no Brasil e o fechamento do mercado de capitais. Grandes empresas de diversos setores, como varejistas, montadoras e ind�strias correram aos bancos para acionar linhas dispon�veis.

Ainda que n�o precisem delas neste momento, para refor�ar o caixa, elas preveem dias mais dif�ceis e precisam ter recursos dispon�veis � vista. O salto nos pedidos encareceu a obten��o de financiamento. Mesmo pagando mais caro pelos recursos, algumas empresas j� encontram as portas fechadas, principalmente em institui��es privadas, que naturalmente recuam diante do aumento do risco na economia.

Ao mesmo tempo, as pessoas f�sicas e as pequenas e m�dias empresas - at� outro dia, o motor para o cr�dito no Brasil - podem ficar sem recursos para enfrentar os estragos deixados pelo novo coronav�rus. A amea�a do desemprego e o comprometimento de caixa minam o apetite dos bancos, deixando esse p�blico - que est� no centro da crise - desamparado no momento em que mais precisa de novos recursos.

"O problema � fazer os recursos chegarem �s pequenas e m�dias empresas, �s pessoas de menor renda. Para isso, as pol�ticas anunciadas s�o ineficazes e prim�rias. A quest�o do cr�dito est� mal endere�ada", diz um experiente especialista do setor banc�rio, na condi��o de anonimato. "O rem�dio n�o � cr�dito. � seguro e ajuda, tudo o que o governo Bolsonaro n�o quer, mas ter� de fazer."

Neste contexto, medidas adicionais foram apresentadas pelos bancos � equipe econ�mica, incluindo empr�stimos para subsidiar folhas de pagamentos e ainda a cria��o de um fundo - como outros que est�o em estudo por conta da crise - com recursos p�blicos e privados. A ideia � que esse colch�o de dinheiro d� suporte a empresas e indiv�duos neste momento. O desafio, na vis�o de fontes do setor, � a coordena��o que essas estruturas v�o exigir.

Folha de pagamentos


No caso dos empr�stimos para garantir folha de pagamento, diz a fonte, a alternativa em discuss�o � subsidi�-los, com taxas de juros baixas e car�ncia de tr�s a seis meses. Para evitar que o cr�dito seja concedido sem crit�rio, a sugest�o � montar um sindicato de bancos ou uma empresa de capital misto. Ou seja: combinar atores p�blicos e privados, o que garantiria as opera��es e a oferta de recursos com disciplina.

"Ou isso ocorre ou os bancos p�blicos ter�o de entrar sozinhos novamente", afirma a fonte. "N�o basta dar liquidez para o sistema: � preciso seguran�a e conforto para que os bancos emprestem."

Os bancos p�blicos foram os primeiros a divulgar medidas para enfrentar a crise. Enquanto o BB anunciou R$ 100 bilh�es, a Caixa liberou R$ 75 bilh�es e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econ�mico e Social (BNDES) outros R$ 55 bilh�es. Al�m disso, tantos os p�blicos quanto os privados est�o flexibilizando os pagamentos de pessoas f�sicas e jur�dicas por 60 dias.

Questionado sobre o risco de os bancos "sentarem em cima" dos recursos em vez de emprest�-los, o presidente do Banco Central, Roberto Campos, negou que haja sinais no cen�rio atual, mas prometeu monitorar a postura das institui��es. "Vamos tentar direcionar para pequenas e m�dias empresas, ou destinar para setores espec�ficos. Os bancos t�m um grande potencial em m�os e vamos monitorar isso", disse na segunda-feira em coletiva de imprensa.


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