
Em meio � pandemia do coronav�rus, empres�rios brasileiros se manifestaram contra o isolamento social por temor a preju�zos econ�micos ao pa�s. A exemplo do dono da rede de restaurantes Madero, Junior Durski, outros representantes do empresariado cobraram o fim da quarentena como medida de conten��o ao v�rus causador da doen�a respirat�ria Covid-19, que matou mais de 18 mil pessoas ao redor do mundo — no Brasil, j� foram 46 vidas perdidas. O posicionamento est� alinhado ao pronunciamento cr�tico do presidente da Rep�blica, Jair Bolsonaro, em rela��o �s a��es preventivas recomendadas por especialistas e �rg�os de sa�de.
Em videoconfer�ncia com funcion�rios, o presidente do banco Santander, S�rgio Rial, teria comparado home office a 'deser��o', de acordo com relato de empregados � Folha. Posteriormente, em um comunicado � imprensa, a assessoria de comunica��o da institui��o negou a declara��o e destacou que apenas foram dadas recomenda��es de “cuidados necess�rios que cada um deve ter com absente�smo” no trabalho.
Ainda na nota, o Santander refor�ou que tomou a��es de preven��o ao coronav�rus, como pagamento adiantado do 13° sal�rio, fechamento de ag�ncias e redu��o de atendimento ao p�blico. Cerca de 47 mil funcion�rios do banco estariam em home office, e colaboradores com mais de 60 anos tiveram antecipa��o das f�rias.
Em v�deo publicado nessa ter�a-feira no Instagram, Alexandre Guerra, s�cio da franquia de fast food Giraffas, afirmou que os trabalhadores deveriam ter medo de perder o emprego, e n�o de contrair o v�rus. Ele classificou o home office como momento de �cio.
“Voc� que � funcion�rio, que talvez esteja em casa numa boa, numa tranquilidade, curtindo urn pouco esse home office, esse descanso for�ado, voc� j� se deu conta de que, ao inv�s de estar com medo de pegar esse v�rus, voc� deveria tamb�m estar com medo de perder o emprego? Ser� que sua empresa tern condi��es de segurar o seu sal�rio por 60, 90 dias? Voc� j� pensou nisso?”, amea�ou.
O v�deo repercutiu negativamente. Em postagens nas redes sociais, usu�rios consideraram a declara��o de Alexandre Guerra como ‘terrorismo’ e propuseram boicote � franquia. Em nota, o fundador e CEO do Giraffas, Carlos Guerra garantiu que as opini�es de Alexandre n�o representam a empresa e tranquilizou os funcion�rios.
"Sou o porta voz autorizado para dizer o que a empresa quer e faz, mas me pronuncio em conson�ncia com os demais acionistas, integrantes do Conselho de Administra��o e Diretores. Mesmo ap�s o fechamento compuls�rio de quase a totalidade das 400 unidades franqueadas, com corte quase total das receitas futuras da franqueadora, as primeiras decis�es estavam focadas na quest�o de sa�de, inicialmente colocando majoritariamente as equipes em home office e em seguida fechando totalmente os escrit�rios da empresa. Nenhum colaborador da franqueadora foi demitido. Em v�deo gravado e distribu�do aos franqueados, deixei bem claro quais s�o as nossas prioridades e a minha opini�o, solicitando explicitamente que n�o se precipitassem em demitir seus colaboradores, v�timas inocentes da pandemia e preciosos para n�s na futura retomada”, informou.
Apoiador de Jair Bolsonaro, Luciano Hang, empres�rio que emprega 22 mil funcion�rios em 147 lojas da Havan pelo pa�s, defendeu redu��o de sal�rios e libera��o do FGTS para minimizar o impacto do coronav�rus � economia brasileira. “O dano vai ser muito maior do que na pandemia. Desligar (a economia) � f�cil, como vamos voltar?”, questionou em entrevista ao Uol.
Fundador dos aplicativos Easy Taxi e Singu, Tallis Gomes fez coro �s reclama��es contra a��es restritivas devido ao coronav�rus. O empreendedor acredita que o per�odo de 15 dias de ‘lockdown’ � o suficiente para falir pequenas empresas.
“Se continuarmos com o lockdown total por mais de 15 dias, pequenas empresas v�o quebrar no m�s que vem. A gente precisa trabalhar para isolar grupos de riscos, mas permitir que pessoas n�o infectadas trabalhem normalmente ap�s esses 15 dias iniciais. N�o d� para fechar tudo por dois meses”, declarou durante live do programa Do Zero ao Topo especial.
Outras vis�es
Ab�lio Diniz, criador do fundo de participa��es Pen�nsula e acionista do Carrefour, apoiou o confinamento e cobrou medidas das autoridades. Ele ressaltou que perda na economia brasileira por causa da pandemia � inevit�vel, mas apostou na recupera��o.
“A situa��o n�o � t�o grave assim. O coronav�rus se espalha rapidamente e temos de ficar reclusos, mas n�o por muito tempo. Precisamos de um horizonte de semanas, n�o de meses. Precisamos saber que isso vai passar. E eu gostaria que as autoridades dissessem isso. N�o h� d�vida nenhuma de que a crise vai passar e os ativos v�o se recuperar. N�o sei se para o mesmo patamar, para menos, ou para mais. Mas para quem investiu em bons pap�is, vai passar”, declarou em live no Instagram.
O empres�rio M�rcio Pauliki afirmou que grandes corpora��es t�m recursos suficientes para suportar o per�odo de crise e ressaltou que a integridade dos trabalhadores deve ser resguardada j� mirando a retomada da economia. “As grandes redes t�m alternativas de, ao menos, manter receita m�nima com delivery, televendas, vendas online. A maioria tem capital para suportar esse per�odo. Esses trabalhadores, depois de passar a pandemia, s�o os primeiros a consumir nas empresas que est�o fechadas”, avaliou.
Ex-deputado estadual pelo Paran�, Pauliki ainda apontou a necessidade de a��es governamentais para ajudar empreendimentos menores ap�s a pandemia. “Pequenos neg�cios s�o respons�veis por 70% dos empregos. Liberar o seguro-desemprego, n�o s� 25%, mas 100% para os trabalhadores registrados em carteira que que continuam registrados, mas afastados por um tempo. Para os aut�nomos que recolhem o MEI, liberar ajuda de custo de um sal�rio m�nimo. Lei para postergar vencimento de boletos, tem que ser algo que venha do governo”, argumentou,