
O efeito inicial da pandemia de coronav�rus no setor de ve�culos brasileiro come�a a ser quantificado no balan�o de mar�o apresentado pela Associa��o Nacional dos Fabricantes de Ve�culos Automotores (Anfavea). Com um volume de vendas de 163,6 mil autom�veis, mar�o registrou uma queda de 18,6% em rela��o ao m�s anterior e de 21,8% em rela��o ao mesmo m�s de 2019. No primeiro trimestre de 2020 a queda foi de 8,1%, quando comparado com o mesmo per�odo do ano anterior.
Luiz Carlos Moraes, presidente da Anfavea, classificou a queda como “muito forte” e explica que a primeira quinzena do m�s vinha com uma boa m�dia di�ria de licenciamentos, entre 10 e 11 mil unidades, mas o impacto do coronav�rus foi sentido mesmo na segunda quinzena. “Na terceira semana de mar�o, de 15 a 21, esta m�dia caiu para 9,4 mil, n�mero que despencou para 1,2 mil na quarta semana (de 22 a 28). Entre a primeira e a �ltima semana do m�s, houve queda de 86,5%. Assim como mar�o, abril tamb�m deve ter essa mesma dimens�o”, avalia.

Com 190 mil ve�culos, a produ��o de autom�veis de mar�o teve decr�scimo de 7% em rela��o a fevereiro e de 21,1% frente a 2019. No primeiro trimestre de 2020 a produ��o foi de 585,9 mil autom�veis, uma redu��o de 16% quando comparado ao mesmo per�odo do ano passado. As exporta��es tambem foram afetadas, somando 30,8 mil unidades em mar�o, 18,3% a menos que fevereiro e 21,1% menor que mar�o de 2019. No primeiro trimestre de 2020 a exporta��o somou 89 mil ve�culos, queda de 14,9% frente ao mesmo per�odo do ano passado. Segundo o presidente da Anfavea, antes mesmo da crise do coronav�rus j� era esperado um decr�scimo de 11% das exporta��es em 2020.
O estoque atual no Brasil � de 266,6 mil ve�culos, sendo que 181,3 mil em concession�rias e 85,3 mil nas f�bricas, o que corresponde a 48 dias. Na avalia��o de Moraes, no ritmos atual, deve ser o suficientes para abril e, talvez, maio. A Anfavea tamb�m apresentou n�meros do impacto da covid-19 no licenciamento de ve�culos de outros pa�ses: a China teve queda de 80% no licenciamento de fevereiro, enquanto, em mar�o, na It�lia esse n�mero caiu 85%, na Fran�a 72% e na Espanha 69%.
O presidente da Anfavea afirmou que o Brasil j� come�ou a apresentar pol�ticas fiscais para socorrer a economia, mas agora ter� que acelerar para n�o evitar um colapso na economia. Por enquanto, o n�vel de empregos diretos gerados pela ind�stria nacional de ve�culos � de 125,7 mil funcion�rios, com uma leve queda de 0,2% em rela��o a fevereiro, que registrou 126 mil. Mas, comparado a mar�o de 2019, quanto os fabricantes tinham 130 mil empregados, a redu��o j� � de 3,3%.
“Inicialmente, v�rios estados n�o consideraram as concession�rias como uma atividade essencial. Tentamos intervir junto aos governadores e parlamentares, argumentamos que ao menos a venda de pe�as e os servi�os deveriam ser mantidos, porque a frota precisa de manuten��o. Tamb�m tivemos dificuldades junto aos Detrans, que responderam com mecanismos mais simpes de licenciamento, mas nada disso surtiu efeito e acabou afetando o acumulado”, explica Moraes.
Ao contr�rio dos autom�veis, �nibus e caminh�es, as m�quinas agr�colas e rodovi�rias ainda observaram um m�s positivo, j� que a maioria das f�bricas funcionou at� o come�o de abril, e as vendas estavam aquecidas em fun��o da �poca de colheitas. Na compara��o com o m�s anterior, as vendas avan�aram 46%, as exporta��es 19% e a produ��o 15%.
As fabricantes de m�quinas agr�colas garantem ter estoque para atender os produtores rurais, atividade considerada essencial, com ou sem pandemia. Outra atividade que permanece a pleno vapor � a de assist�ncia t�cnica e distribui��o de pe�as para as m�quinas, e tamb�m para caminh�es, de forma que a produ��o rural e o transporte n�o sejam prejudicados neste momento t�o delicado do pa�s.
