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Estado de Minas CORONAV�RUS

Setor leiteiro em Minas busca estrat�gias para enfrentar pandemia

Produtores de leite e queijo estudam impactos das medidas restritivas e tentam se unir para manter neg�cios e reduzir preju�zo


postado em 09/04/2020 17:37 / atualizado em 09/04/2020 19:59

A orientação é que os produtores ofereçam alimentos que retardam a produção de leite na vaca (foto: Veronika Valdova)
A orienta��o � que os produtores ofere�am alimentos que retardam a produ��o de leite na vaca (foto: Veronika Valdova)

A pandemia do novo coronav�rus tem gerado dificuldades para a comercializa��o de leite e queijos, segundo produtores rurais mineiros, que t�m sido orientados a adotar medidas que amenizem os impactos durante o cumprimento de procedimentos recomendados pelas autoridades sanit�rias. A redu��o de custos na produ��o, na alimenta��o do gado e forma��o de grupos de produtores para a realiza��o de compra conjunta, obtendo dessa forma melhores pre�os de insumos, s�o algumas das medidas adotadas pelo segmento.

De acordo com o coordenador t�cnico regional da Emater, Ant�nio Domingues, a diminui��o de ra��o para as vacas, quando poss�vel, deve ser gradual. “Reduz-se um ter�o por semana para evitar problemas de sa�de dos animais. Colocar os animais com alimenta��o mais a pasto e misturar os ingredientes que comp�em a ra��o na propriedade. Para as vacas que est�o com pouco leite, vamos sec�-las”, afirma. Domingues sugere o aumento do plantio de capim para que o rebanho tenha maior quantidade de alimento barato no per�odo de estiagem.

Mesmo diante da situa��o emergencial, o presidente do Sindicato das Ind�strias de Latic�nios de Minas Gerais, Jos� Ant�nio Bernardes, n�o espera uma queda brusca no pre�o pago pelo litro do leite ao produtor e nem uma paralisa��o na capta��o dos latic�nios. “At� o momento, n�o est� tendo uma crise de produ��o. H� casos espec�ficos em fun��o da produ��o das ind�strias regionais. O queijo sofreu um primeiro impacto, mas o leite foi absorvido de outras formas por outras cadeias produtivas”, disse.

Para Glauco Carvalho, pesquisador da Embrapa, ainda � cedo para saber quais os reais impactos no valor pago pelo litro de leite ao produtor. Avaliando o atual cen�rio, Glauco acredita ser poss�vel que esse valor n�o sofra grandes varia��es, uma vez que a atividade est� entrando no per�odo de entressafra e a oferta de leite nacional ou importado no mercado � baixa. “Por enquanto, o mercado de leite em p� e UHT est� dando uma segurada. J� o leite spot, aquele comercializado entre as empresas, est� recuando. Essa � a grande preocupa��o, pois � este valor que tem maiores reflexos no valor pago ao produtor”, afirma.

De acordo com a Federa��o da Agricultura e Pecu�ria de Minas Gerais (Faemg), o ano de 2020 come�ou favor�vel para a pecu�ria leiteira, com pre�os mais elevados, em fun��o de uma redu��o da oferta do produto. Para o analista de agroneg�cios da Faemg, Wallison Lara, com a pandemia houve uma busca maior nos supermercados por produtos com mais durabilidade, como o leite longa vida, o que gera concorr�ncia entre os latic�nios pela capta��o do leite junto ao produtor. “N�o h� receio de desabastecimento no atacado ou no varejo, pois as ind�strias de pequeno e m�dio porte est�o fazendo essa capta��o local”, avalia.

No munic�pio de Porteirinha, no Norte de Minas, no in�cio da paralisa��o do com�rcio, pecuaristas doaram parte da produ��o de leite para entidades filantr�picas, pois n�o conseguiram vend�-la. “Muito leite foi doado a institui��es de assist�ncia a crian�as e adolescentes, asilos e distribu�dos na periferia do nosso munic�pio”, diz o t�cnico da Emater-MG Diogo Franklin.

No in�cio de abril, este cen�rio apresentou melhora. A pecu�ria leiteira do munic�pio vem reagindo, pois os produtores diminu�ram a produ��o e est�o conseguindo comercializar. “As queijarias voltaram a produzir. Isso � importante porque este � o principal destino do leite aqui do munic�pio e regi�o. Tamb�m foram feitos alguns ajustes com os latic�nios e a capta��o n�o foi suspensa”, diz Franklin.

O pecuarista Marcus Vin�cius Santos, de Porteirinha, adotou algumas medidas de redu��o de gastos, diminuindo o n�mero de ordenhas, al�m de n�o estar oferecendo concentrados – alimentos como caro�o de algod�o e farelo de soja – para os animais. “Isso � para produzir menos leite e ter um destino para esse leite. Muitos produtores tiveram de parar de produzir porque n�o estava tendo sa�da”, diz o pecuarista.

O Minist�rio da Agricultura, Pecu�ria e Abastecimento (Mapa) autorizou que os estabelecimentos sob inspe��o federal recebam leite a granel ou de uso industrial de estabelecimentos com inspe��o municipal ou estadual. “� uma not�cia importante. Dessa forma, os latic�nios de menor porte, distribu�dos em diversas regi�es do estado, que possuam inspe��o municipal ou estadual, poder�o manter as suas atividades”, ressalta o diretor t�cnico da Emater-MG Feliciano Nogueira.

A pecu�ria leiteira est� entre as principais atividades agropecu�rias de Minas Gerais. O estado � o maior produtor nacional de leite. Em 2018, segundo dados da Secretaria de Estado da Agricultura, pecu�ria e Abastecimento (Seapa), os pecuaristas mineiros produziram 8,9 bilh�es de litros.

Queijo


Segundo a Emater-MG, h�  30 mil produtores de queijo artesanais em Minas Gerais. Alguns produtores mineiros tamb�m relatam dificuldades para manter a atividade ap�s determina��o de fechamento do com�rcio.

De acordo com o coordenador t�cnico estadual da Emater-MG Milton Nunes, essa situa��o j� impactou a atividade dos produtores de queijo, com redu��o das vendas e queda do pre�o. “Tem de fato um problema de venda, que se inicia com o fechamento das pequenas lojas e culmina com a diminui��o da circula��o do dinheiro no mercado. E nesse cen�rio d�-se prioridade �s coisas essenciais”, disse.

Nunes ressalta que as regi�es tur�sticas s�o as mais afetadas. “Na da Serra da Canastra, do Serro, Campo das Vertentes, regi�es onde temos muitos turistas, n�s tivemos uma queda grande no valor pago ao produtor e na quantidade de queijo vendido”.

Thaylane Siqueira Guedes, produtora de queijo no munic�pio de Alagoa, Sul de Minas, conta que, al�m da redu��o da demanda pelo produto, enfrenta dificuldades para receber o que havia vendido. “J� t�nhamos feito as entregas e demos os prazos para os clientes. Quando foi para fazer o pagamento, o pessoal j� n�o conseguiu cumprir,  porque os com�rcios j� estavam fechados”.

Segundo o t�cnico da Emater-MG J�lio Seabra, as orienta��es para os produtores s�o “diminuir a produ��o, reduzir os custos e armazenar os de queijos para a matura��o, visando � comercializa��o futura”. Milton Nunes sugere que os produtores foquem tamb�m nas boas pr�ticas agropecu�rias e de fabrica��o para garantir a qualidade do produto. Ele ainda ressalta que o produtor precisa “rever onde � poss�vel diminuir custos para que o queijo possa ser produzido de forma sustent�vel e que a produ��o n�o pare”.

Medidas que, segundo a Associa��o de Produtores de Queijos de Arax�, Regi�o do Alto Parana�ba, j� est�o sendo seguidas pelos produtores. “Os custos de produ��o foram reduzidos drasticamente pelo o que eu percebi com todos os produtores para adaptar isso ao novo fluxo de caixa. Alguns come�aram a fazer venda parcial de leite”, conta o presidente da associa��o, Wilson Menezes.


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