O governador Romeu Zema (Partido Novo) disse que Minas Gerais tem um “colch�o de seguran�a” para a reativa��o econ�mica, referindo-se � rela��o do n�mero de casos confirmados de coronav�rus com a disponibilidade de leitos no estado. A declara��o foi dada durante teleconfer�ncia promovida pela C�mara Americana de Com�rcio (Amcham) nesta tarde de quinta-feira.
Para Zema, a atividade econ�mica deve voltar de forma consciente, segura e planejada, citando o programa Minas Consciente, lan�ado nesta quinta-feira. Trata-se de um plano de aux�lio para as prefeituras municipais que optarem por reabrir as atividades econ�micas.
A a��o disponibiliza para todas as administra��es municipais do estado os protocolos para que cada tipo de atividade volte a operar com seguran�a, como a dist�ncia m�nima entre os colaboradores, a higienizacao de equipamentos e lugares de uso comum. “Nao quero que Minas Gerais fa�a uma reativa��o que manche o bom hist�rico que constru�mos at� o momento. Continuo falando que, quem pode, que fique isolado”, afirmou o governador, referindo-se � estabilidadedos novos casos (55) e �bitos (6) di�rios conseguida nos �ltimos 15 dias.
“No in�cio n�s paramos tudo. Os prefeitos me ligavam e falavam que na cidade deles n�o tinha nenhum contaminado. O pr�prio Judici�rio estabeleceu que a atribui��o de abrir ou fechar era do prefeito. Eles t�m essa autonomia e eu concordo com ela. Tudo ocorre no munic�pio”, disse Zema.
O governador argumenta que h� uma ou duas semanas, mais de metade das cidades de Minas Gerais j� liberara parcial ou totalmente as atividades econ�micas. Ainda assim, os novos casos e �bitos por coronav�rus permaneceram est�veis. “Dentro da Federa��o, s� tr�s estados est�o melhores que Minas Gerais - Tocantins, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul -, considerando a taxa de �bitos e infectados por 100 mil habitantes”, comemora.
A lei sancionada na �ltima sexta-feira (17), que determina o uso obrigat�rio de m�scara por funcion�rios de todos os estabelecimentos comerciais do estado, � considerada por Zema um importante ponto para a reativa��o da economia. “Est� consolidado que a m�scara reduz em at� 50% o n�vel de contamina��o. Ent�o, se todos usarem, seria igual ao isolamento de 50%”, defendeu.
Segundo o governador, as atividades que ter�o prioridade de retornar est�o sendo definidas conforme uma rela��o que vai da concentra��o de trabalhadores no ambiente at� o peso dessa atividade na economia. “Como em uma refinaria, onde a produ��o � amplamente automatizada, com poucas pessoas reunidas, e com muito retorno financeiro”, exemplificou.
Por�m, na vis�o de Zema, outras atividade devem demorar mais a voltar � normalidade, como jogos de futebol e shows, que devem ficar para o ano que vem. “Como o v�rus n�o vai sumir, essas aglomera��es s� poderiam acontecer se tiver uma vacina, o que n�o deve ocorrer t�o cedo”.
Questionado sobre o retorno do ensino superior, p�blico e privado � atividade presencial, o governador disse que os estudos apontam que, por hora, essa atividade continua suspensa. “As salas de aula t�m 40, 50 pessoas. Lanchonetes, audit�rios e corredores tamb�m s�o locais onde h� aglomera��o de pessoas. Quem sabe daqui a 30, 60, 90 dias?”, indagou.
Aux�lio econ�mico a empresas
Quanto ao aux�lio para empresas impactadas pelo coronav�rus, o governador de Minas Gerais disse que a a��o do Estado, diferente da Uni�o, � muito limitada. “Um estado quebrado como Minas Gerais � mais limitado ainda. Mesmo assim aderimos, junto a outros estados, � prorroga��o do prazo de pagamento do Simples Nacional, que d� um al�vio de tr�s meses no caixa dessas empresas”.Zema tamb�m citou uma linha de cr�dito de R$ 1,1 bilh�o disponibilizada pelo Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG) �s micro e pequenas empresas do estado e acenou para a possibilidade de uma segunda linha de R$ 1 bilh�o em maio.
“A grande ajuda vai vir do setor financeiro. O BDMG � uma fra��o da Caixa (Econ�mica Federal) e o BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento). Minha grande preocupacao � quanto ao desemprego. E isso cabe ao governo federal, que sabe que � melhor pagar aux�lio ao trabalhador afastado do que o Seguro Desemprego. Isso deixa as empresas capacitadas a retomar a produ��o quando isso acabar”, avaliou Zema, que considerou acertadas as medidas federais que socorreram o setor produtivo, como a redu��o da jornada de trabalho e do sal�rio.
Para o governador, o impacto do coronav�rus na economia deixou a Assembleia Legislativa de Minas Gerais mais consciente da necessidade das reformas da previd�ncia e admininistrativa. “Essa agenda de reformas n�o poderia sair da pauta porque � important�ssima. Depois da pandermia, a situa��o est� pior, n�o sabemos como vamos fazer para pagar os sal�rios do servidores porque vamos ter uma queda expressiva na receita”, avaliou Zema, que chegou a dizer que o estado vai desmanchar literalmente. “N�s recebemos cr�ticas como a situa�ao de algumas estradas sem manuten��o, mas n�o temos recursos. Estamos vendendo almo�o para jantar. Vai ser necess�ria a ajuda do governo federal”, afirmou.