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Estado de Minas CRISE DO CORONAV�RUS

� hora de vender criptomoedas e a��es na bolsa? O EM responde

Com avan�o da pandemia e crise pol�tica no Brasil, melhor � manter cautela para avaliar ativos em bolsa e no mercado das moedas virtuais


postado em 08/05/2020 04:00 / atualizado em 08/05/2020 07:12

O mercado das criptomoedas exige ainda mais cuidado dos investidores, diante do cenário incerto no mundo das finanças(foto: Justin Tallis / AFP)
O mercado das criptomoedas exige ainda mais cuidado dos investidores, diante do cen�rio incerto no mundo das finan�as (foto: Justin Tallis / AFP)
O risco domina nos mercados financeiros, seja nas bolsas de valores e c�mbio, seja nos preg�es das moedas virtuais, com a expans�o do novo coronav�rus e a paralisa��o de atividades econ�micas devido � quarentena para conter a dissemina��o do v�rus. Ser� a hora de vender ativos e fugir da desvaloriza��o das cota��es? A resposta n�o � algo simples, mas h� necessidade, primeiro, de manter a cautela. A menos que o investidor precise muito do dinheiro, n�o deve vender tudo de uma vez.

� o que recomendam especialistas do mundo das finan�as ouvidos pelo Estado de Minas. Ningu�m pode garantir, pelo menos por enquanto, que o pior momento para os investimentos financeiros j� passou. No Brasil, as perdas na bolsa e a eleva��o do d�lar foram turbinadas desde o m�s passado pelas seguidas crises pol�ticas do governo do presidente Jair Bolsonaro, abertas com as demiss�es dos ex-ministros Luiz Henrique Mandetta, da Sa�de, e Sergio Moro, da Justi�a e Seguran�a P�blica.

Considerada aplica��o delicada para o bolso, a cota��o do bitcoin sofreu grandes varia��es diante dos efeitos da pandemia. O pre�o da criptomoeda no Brasil come�ou a cair de forma expressiva em 6 de mar�o passado. Naquele dia, uma unidade valia R$ 42.300. Em 16 de mar�o, o ativo custava R$ 25.720,20. Ou seja, em pouco mais de uma semana o bitcoin perdeu 39% do valor.

O diretor de opera��es da corretora de criptomoedas BitcoinTrade, Daniel Coquieri, analisa que a volatilidade do bitcoin no in�cio da crise foi bem maior do que a do mercado financeiro tradicional. Por�m, ele afirma que a recupera��o de valor da moeda virtual est� sendo mais acelerada que a das a��es.

“O mercado de criptomoedas est� performando acima dos demais, ou seja, a queda foi menor do que nas grandes bolsas do mundo”, argumenta. Segundo Coquieri, isso tamb�m se aplica �s demais criptomoedas, al�m do bitcoin.

Para Coquieri, � poss�vel dizer que o pior para o bitcoin j� passou, j� que a recupera��o est� sendo mais r�pida do que no mercado tradicional. Nessa quinta-feira (7/5), uma unidade da criptomoeda valia cerca de R$ 57.500, cota��o que at� supera a do per�odo pr�-crise. Agora, Coquieri acha dif�cil prever qual caminho a cota��o da criptomoeda vai seguir. Coquieri recomenda cautela para os investidores do mercado de criptomoedas neste momento. Para o executivo, o ideal � evitar vender os ativos enquanto o mercado cai.

“Se o investidor n�o precisar do dinheiro, a melhor recomenda��o � n�o vender o bitcoin e esperar a crise passar. Para aqueles que de alguma forma precisam de liquidez, sugiro vender uma parte apenas”, explica. Por outro lado, Coquieri aponta que essa crise n�o “muda o jogo” para o bitcoin, j� que as altas varia��es s�o comuns nessa modalidade de investimento. Isso ocorre em parte por causa da baixa liquidez – a dificuldade de transformar os ativos em recursos que podem ser gastos.
 

Golpes digitais elevam tens�o

 
No Brasil, o bitcoin e as outras criptomoedas n�o s�o regulamentados como ativos financeiros, e sim como mercadorias. Com isso, as moedas digitais n�o s�o fiscalizadas pelo Banco Central ou pela Comiss�o de Valores Monet�rios (CVM), mas pela Receita Federal. Dessa forma, o investidor n�o conta com o Fundo Garantidor de Cr�dito (FGC) nessa modalidade. Al�m disso, por ser uma moeda descentralizada, que n�o � emitida por uma autoridade monet�ria, o bitcoin n�o tem lastro – a cota��o n�o � garantida por nenhum outro valor.

Os iniciantes nesse mercado t�m motivos para ficar receosos com poss�veis perdas, que podem ser mais graves em momentos de crise. Por�m, Daniel Coquieri defende que esses fatores n�o significam que o bitcoin � menos seguro do que os investimentos tradicionais.

De qualquer forma, a recomenda��o do especialista � estudar o mercado e ter cautela nas decis�es, por causa da volatilidade do ativo. “O investidor precisa sempre estar bem atento aos movimentos do mercado, acompanh�-lo de perto e principalmente utilizar recursos financeiros para investir os quais n�o tenha necessidade em curto prazo”, afirma Coquieri.

Outro motivo de preocupa��o s�o os golpes digitais. Segundo a corretora BitcoinTrade, as ocorr�ncias desse tipo de crime aumentaram durante a pandemia. Segundo o especialista, medidas que podem aumentar a seguran�a do investidor em criptomoedas s�o: manter uma senha segura, negociar somente com empresas conhecidas, ficar atento a promessas de rendimentos milagrosos, verificar a proced�ncia de mensagens e e-mails e nunca informar dados da carteira para ningu�m.

O diretor de opera��es da BitcoinTrade afirma que o sistema de funcionamento do bitcoin – o blockchain – “segue mais forte do que nunca e jamais foi hackeado, alterado ou sofreu sequer alguma paralisa��o desde 2009.” 
 
 

Incerteza


A crise provocada pela pandemia de coronav�rus repercutiu no mercado financeiro brasileiro aumentando a volatilidade e desvalorizando as a��es na B3, a Bolsa de Valores de S�o Paulo. Antes da COVID-19, a bolsa acumulava bons resultados, como o recorde de 119.527,63 pontos atingidos em 23 de janeiro, e vinha sendo comemorada como uma oportunidade para os pequenos investidores.

Com as incertezas que a pandemia trouxe para os investidores, o Ibovespa, principal �ndice das a��es negociadas na B3, entrou em queda que s� foi desacelerar quase no final do m�s. Em 2 de mar�o, o Ibovespa fechou o preg�o acumulando 106.625,41 pontos. Depois disso, se desvalorizou 40%, atingindo uma pontua��o m�nima de 63.569,62 em 23 de mar�o.

Nesse per�odo, o indexador tamb�m passou por varia��es muito grandes, o que pode acabar em perdas graves para os investidores. Entre 9 e 13 de mar�o, o Ibovespa passou por tr�s quedas e duas altas alternadas, com varia��es entre 7% e 14%. Al�m do coronav�rus, uma guerra de pre�os entre pa�ses produtores de petr�leo, que jogou o pre�o do �leo pra baixo, contribuiu para a queda dos �ndices do mercado financeiro.

Alguns dos principais �ndices do mercado financeiro global come�aram a se desvalorizar de forma mais expressiva mais cedo do que o brasileiro, por volta de 19 de fevereiro. Nesse dia, o S&P 500, �ndice que re�ne a��es de 500 empresas dos EUA, fechou o preg�o com 3.386,15 pontos. A partir da�, a pontua��o do conjunto de ativos foi caindo at� um m�nimo de 2.237,40 pontos, atingido em 23 de mar�o. Ou seja, uma desvaloriza��o de quase 34% em aproximadamente um m�s.

Quadro parecido ocorreu com o �ndice DAX, da bolsa de Frankfurt, na Alemanha. De 19 de fevereiro para 18 de mar�o, a pontua��o de fechamento saiu de 13.789 para 8.441,71, uma queda de pouco mais de 39%. J� o �ndice FTSE 100, da bolsa de Londres, se desvalorizou 33% entre 19 de fevereiro e 23 de mar�o, saindo de 7.457 para 4.993,8 pontos no per�odo.

Outro �ndice que caiu dessa forma foi o Nikkei 225, da bolsa de T�quio, que se desvalorizou 22%. A partir de 20 de fevereiro – quando fechou em 23.479,15 pontos - o indexador entrou em queda at� chegar a 16.552,83 pontos em 19 de mar�o.
 

Novatos, cuidado!


O mercado financeiro tradicional j� se recuperou de uma parte das dr�sticas perdas do in�cio da crise, mas bem mais devagar do que o de criptomoedas. Nessa quinta-feira o Ibovespa fechou o preg�o com 78.118 pontos, ganho de cerca de 22% em rela��o ao m�nimo atingido durante a pandemia. J� o S&P 500 fechou o dia com mais de 2.880 pontos, recupera��o de 28% em compara��o com a cota��o m�nima.

A oscila��o maior e queda mais brusca nos �ndices no in�cio da crise s�o algo natural. A an�lise � do professor de economia do centro universit�rio Unihorizontes, Paulo Vieira. “Nos primeiros tempos, quando houve um choque, houve uma natural maior oscila��o de pre�os. Depois, eles foram se ajustando. Ap�s o ajuste a tend�ncia � de que oscila��es sejam menores”, explica.

Por outro lado, para Vieira a volatilidade dos pre�os dos ativos � apenas uma das faces dos riscos que crises como esta trazem. A instabilidade das cota��es faz parte do que o professor define como “risco de mercado”. Por�m, Vieira aponta outros riscos, que se somam aos do mercado financeiro.

H� o risco de cr�dito –- a capacidade de as empresas honrarem os compromissos – bem como o risco de liquidez, que envolve a dificuldade de tornar os ativos em recursos aplic�veis, entre outros. “S�o v�rios os riscos que se apresentam no momento. Isso faz com que o mercado financeiro, em todas as suas linhas, fique mais nervoso e mais incerto. Pode proporcionar �timas oportunidades. Por outro lado, principalmente para o n�o especialista ou para a pessoa que n�o est� no dia a dia do mercado, h� maior possibilidade de perda de recursos, de forma imediata”, afirma Paulo Vieira. 

O professor Paulo Vieira recomenda para o pequeno investidor e o leigo “ficar quieto e esperar a poeira baixar”, a menos que haja muita necessidade de vender os ativos. Vieira argumenta que quanto maior a fragilidade do mercado, maior � a chance de perdas bruscas, com a especula��o. No caso do mercado de criptomoedas, a recomenda��o � a mesma, com o agravante que a volatilidade � ainda maior. “Se a pessoa n�o estiver no mercado de criptomoedas, o melhor, agora, � ficar longe dele”, afirma.

A paralisa��o da ind�stria, com�rcio e servi�os devem levar o mundo � recess�o em 2020, o que afeta o mercado financeiro e os investimentos. O Banco Mundial prev� que o PIB (Produto Interno Bruto, o conjunto da produ��o de bens e servi�os) do Brasil deve encolher 5%, enquanto as estimativas para a economia global v�o desde 1,5% a quase 4% de retra��o.

“N�o h� economia, local, regional ou global que resista a uma paralisa��o t�o intensa e ampla como a que vemos”, afirma Paulo Vieira. Por�m, o professor d� a recupera��o como certa. “S� que n�o d� para dizer como, quando e de que tamanho”, avalia. 
 
*Estagi�rio sob supervis�o da sub-editora Marta Vieira  


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