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Estado de Minas AN�LISE DE CONJUNTURA

'Vamos todos sair mais pobres desta crise', diz megainvestidor

Para Ricardo Lacerda, a sa�da � recuperar o interesse estrangeiro pelo nosso ambiente de neg�cios


postado em 20/05/2020 07:03 / atualizado em 20/05/2020 07:53

(foto: FGV/Divulgação)
(foto: FGV/Divulga��o)

Enquanto entes pol�ticos brasileiros brigam, a crise sanit�ria do coronav�rus se agrava no Brasil e empurra a economia global para a pior crise desde a Grande Depress�o de 1929. Para o presidente do banco de investimento BR Partners, Ricardo Lacerda, � a hora de o brasileiro decidir prioridades. "A gente quer governos polarizando quest�es t�cnicas ou tentando amenizar um pouco a gravidade da situa��o, como a gente v� em outros pa�ses?", disse, durante a s�rie de entrevistas Economia na Quarentena, do jornal O Estado de S. Paulo.

Buscar conflu�ncias � essencial at� porque o executivo v� uma realidade imut�vel em rela��o � pandemia. "Todos sairemos mais pobres desta crise." Nesse sentido, ele diz que � necess�rio mostrar que existe capacidade t�cnica no Brasil para lidar com o problema. Assim, quem sabe, o capital externo pode voltar ao Pa�s. "Precisa haver esfor�o para recuperar o interesse estrangeiro pelo nosso ambiente de neg�cios."

Leia, a seguir, os principais trechos da entrevista:

Como a pandemia est� afetando o ambiente de neg�cios?

Temos de analisar que vivemos tr�s crises: sanit�ria, econ�mica e pol�tica. A crise sanit�ria � global e grave, al�m de estar ainda envolta em muita incerteza. N�o � uma coisa feita contra o Brasil, n�o � arma��o. A crise econ�mica tamb�m � grave e se manifesta numa retra��o do PIB (Produto Interno Bruto) muito violenta, entre 10% a 20% no segundo trimestre e, no ano, de 5% a 10% - o Brasil a� inclu�do. Para entender a crise pol�tica, � preciso voltar �s duas �ltimas elei��es presidenciais no Brasil, nas quais vimos muita polariza��o. Houve uma escalada da agressividade verbal. Essa divis�o continuou durante o mandato do presidente Jair Bolsonaro. Essa polariza��o tem causado muita inseguran�a.

Como o sr. avalia o combate da crise at� aqui?

H� algumas boas not�cias - temos visto algumas reaberturas pelo mundo, estabiliza��o do n�mero de casos em v�rios pa�ses asi�ticos. H� protocolos de tratamento e imuniza��o do coronav�rus bastante promissores. Ent�o � poss�vel que a gente entre em um ambiente mais favor�vel. Na quest�o econ�mica, a atua��o do Fed (Federal Reserve, banco central dos EUA) injetou liquidez elevou o mercado financeiro a alguma recupera��o. Com rela��o � quest�o pol�tica, � dif�cil ver alguma coisa positiva.

A dicotomia entre reabrir ou n�o a economia � prejudicial?

J� vivemos um ambiente de enorme incerteza. Se as autoridades causam mais incerteza ainda, � um problema. Todo mundo entende que a d�vida p�blica crescer�, que vai haver um novo normal no que se refere ao endividamento no mundo. Porque todo mundo entende que tem de se gastar o que for necess�rio para salvar o m�ximo de vidas. Confundir a agenda de combate � pandemia com agenda ideol�gica gera inseguran�a nos investidores e nos empres�rios. Gerar incerteza � o caminho errado.

O c�mbio vem batendo recordes atr�s de recordes. O que isso nos diz sobre o Brasil de hoje?

O c�mbio est� extremamente desvalorizado. Deveria estar em R$ 4,60 ou R$ 4,80, e n�o a R$ 5,70. O governo tomou a decis�o acertada de fazer uma inje��o de capital grande na economia, reduzindo juros. Quando se faz uma redu��o de juros na magnitude, a coisa tem de desaguar para outro lado. E esse lado foi o c�mbio. � inevit�vel, mas acho que o governo tem subestimado a quest�o do c�mbio. Essa volatilidade do real pode afetar nossa credibilidade com investidores.

De qual maneira?

O investidor se assusta. Al�m da quest�o do c�mbio, a gente vinha num cen�rio de recupera��o da disciplina fiscal. Esse cen�rio foi para o espa�o com os efeitos da pandemia. No curt�ssimo prazo n�o h� ambiente para as reformas estruturais. Vamos ter de passar a crise para recuperar esse debate.

Uma eventual sa�da de Paulo Guedes do governo seria prejudicial ao Pa�s?

Certamente. Acho que uma troca ministerial nesse momento seria p�ssimo. Vejo isso com muita preocupa��o.

S�o Paulo est� pr�ximo de um lockdown. Como o sr v� isso?

N�o sou especialista. Mas miraria muito nos exemplos de fora. Onde precisou ter lockdown (isolamento total), teve. E vemos muitos desses pa�ses voltando ao normal. Essa decis�o tem de ser remetida aos epidemiologistas e cientistas. Precisamos de um caminho. Vamos fazer o lockdown? Vamos fazer, n�o vai ser o fim do mundo. Quem vai definir isso n�o vai ser o governo federal ou o estadual, vai ser o v�rus.


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