
Segundo Adriana Pinheiro Machado, conselheira relatora do Conar, ap�s an�lise preliminar dos v�rios an�ncios que comp�em a campanha, “� ineg�vel constatar que, pelo menos, em duas pe�as: o filme intitulado “A gente banca – manicure” e o de nome “A gente banca – assist�ncia t�cnica”, h� a necessidade de se demonstrar a veracidade das informa��es apresentadas como fatos”.
Ela destaca os seguintes trechos citados nas pe�as publicit�rias: “Nos �ltimos anos, mais gente comprava jornal pra catar sujeira de bicho de estima��o do que pra ler...”, no caso do primeiro an�ncio, e “ningu�m mais compra jornal em banca, todo mundo l� not�cia pelo celular...”, no segundo.
“Particularmente por seu potencial denegrit�rio e ampla divulga��o em um per�odo de aumento da audi�ncia dos meios de comunica��o utilizados pelo anunciante, faz-se necess�rio observar o artigo 30 do Regimento Interno”, destaca Adriana Pinheiro Machado, que conclui: “Assim sendo, estando presentes os requisitos para imediata susta��o da veicula��o dos dois filmes mencionados, concedo a medida liminar requerida, nos termos do artigo 30, I do Regimento Interno, sem preju�zo de posterior agendamento de reuni�o de tentativa de concilia��o”.
Projeto levanta discuss�o
Em meio � pandemia do novo coronav�rus, o banco Santander iniciou a campanha “A gente banca”, propondo-se a reformar bancas de jornais e revistas para aumentar a oferta de servi�os e tentar gerar recursos. Fazer publicidade para a institui��o financeira e aderir a uma linha de cr�dito s�o algumas das contrapartidas obrigat�rias. Para aderir ao projeto, o propriet�rio, ou algu�m indicado por ele, precisa fazer um curso de capacita��o para obter o cr�dito. As op��es para o segundo neg�cio que passar� a funcionar simultaneamente, no mesmo espa�o da banca, s�o chaveiro, floricultura, assist�ncia t�cnica de celular, ateli� de costura ou manicure.
Pelas regras do programa, o Santander informa que abater� at� um ter�o da d�vida a partir de publicidade feita na banca. Em Belo Horizonte, donos de bancas chegaram a contestar as vantagens do projeto.
Um deles foi Izael Xavier, jornaleiro no Bairro S�o Geraldo h� 26 anos, que questionou se h� alvar�s liberados pela prefeitura para o funcionamento dos dois neg�cios. Ele entende ser arriscado aderir a uma proposta sem saber sua viabilidade. Teme, ainda, que ap�s a reforma o banco deixe o propriet�rio desamparado.
O Santander esclareceu que � de responsabilidade do interessado obter as aprova��es necess�rias junto � prefeitura. “Para a reforma da banca de jornal, para a inclus�o de um novo servi�o e para veicula��o de publicidade”, informou.
Sobre o amparo ao jornaleiro, o banco afirmou que haver� um agente acompanhando o neg�cio.
Outro ponto questionado pelos propriet�rios na capital � a viabilidade de contratar um empregado para atuar no segundo neg�cio e o receio quanto ao endividamento.
De acordo com o Santander, os limites do financiamento, que preocupa os donos de bancas, v�o de R$ 15 mil a R$ 60 mil, com juros a partir de 2,99% ao m�s e prazo de pagamento de at� 24 meses.