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Estado de Minas

Regi�o t�pica de seca, Ja�ba agora sofre com preju�zos por alagamentos

�rea equivalente a 5 mil campos de futebol est� encharcada e produtores amargam preju�zo pela falta de canais para escoamento que deveriam ter sido constru�dos h� 20 anos


21/06/2020 06:00 - atualizado 21/06/2020 09:26

Prejuízo na plantação de bananas de Edson Pereira Júnior tem sido da ordem de R$ 2 milhões ao ano por causa do alagamento do terreno(foto: Edson Júnior/Arquivo pessoal)
Preju�zo na planta��o de bananas de Edson Pereira J�nior tem sido da ordem de R$ 2 milh�es ao ano por causa do alagamento do terreno (foto: Edson J�nior/Arquivo pessoal)


Produtores do Projeto Ja�ba, que foi criado no semi�rido do Norte de Minas para se tornar o maior per�metro irrigado da Am�rica Latina, est�o sofrendo com o excesso de �gua. Terrenos inteiros est�o sendo inundados por falta de drenagem do que � retirado do Rio S�o Francisco. Ao longo de sete anos – de 2013 a 2019 –, a regi�o foi castigada por sucessivas secas, ao ponto de ser necess�ria uma obra de interven��o no canal do Velho Chico (que viabiliza o empreendimento) para facilitar a retirada de �gua.

O produtor Edson Pereira J�nior, que pertence ao Conselho de Administra��o do Distrito de Irriga��o do Ja�ba 2 (DIJ 2), afirma que o problema do excesso de �gua no subsolo na etapa 2 do Ja�ba atinge em torno de 5 mil hectares – o equivalente a 5 mil campos de futebol, segundo levantamento da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecu�ria e Abastecimento (Seapa).

Um dos propriet�rios na �rea empresarial do per�metro irrigado, ele disse que j� teve atingidos 75 hectares do seu terreno, com perdas em sua planta��o de banana da ordem de R$ 2 milh�es por ano. A etapa 2 do Ja�ba abrange 19,26 mil hectares, concentrando 56 empres�rios. Edson diz que n�o sabe quantos irrigantes – como ele – enfrentam o problema de excesso de umidade nos seus terrenos por causa da falta de drenagem, mas acredita que pelo menos 15% deles foram atingidos.

A parte dos grandes produtores do Ja�ba gera 3,8 mil empregos diretos e 15 mil indiretos, com um faturamento da ordem de R$ 142 milh�es/ano, informa Pereira J�nior. Ainda segundo ele, 60% da �rea dedicada � grande produ��o est� em atividade.

O empres�rio disse que uma lagoa de 500 hectares foi formada junto ao per�metro irrigado devido � falta de drenagem. Mas a “situa��o dram�tica”, afirma, � que a �gua acumulada est� invadindo planta��es de banana, manga, lim�o, cana e outras culturas. “Em alguns locais, a inunda��o est� chegando �s casas dos agricultores”, informa.

Pereira J�nior relatou que, inicialmente, o encharcamento dos terrenos na etapa 2 do Projeto Ja�ba ocorreu de forma lenta. “Mas, de tr�s anos pra c�, o excesso de �gua no solo teve uma evolu��o muito r�pida, elevando o n�vel do len�ol fre�tico e tamb�m os preju�zos”, descreve o produtor, lembrando que a �gua tamb�m invadiu �reas onde est�o as m�quinas das esta��es de bombeamento do per�metro irrigado.

"De tr�s anos pra c�, o excesso de �gua no solo teve uma evolu��o muito r�pida, elevando o n�vel do len�ol fre�tico e tamb�m os preju�zos"

Edson Pereira J�nior, produtor de bananas



O empres�rio explica que a �gua � captada no Rio S�o Francisco e levada at� as �reas de plantio da etapa 2 do Ja�ba por cerca de 150 canais de irriga��o. Depois da irriga��o das culturas, parte da �gua lan�ada nos plantios deveria escoar para as partes mais baixas (vazantes) ou retornar ao pr�prio Velho Chico, por meio de drenos, que deveriam ser constru�dos.

No entanto, segundo Pereira J�nior, de 148,9 quil�metros previstos para o Ja�ba por ocasi�o da implanta��o do megaempreendimento (d�cadas de 1970/1980), foram feitos somente 70,5 quil�metros, deixando de ser executados 78,4 quil�metros de drenagem. Com isso, o problema foi se agravando ano a ano. Para piorar, foi constru�da uma estrada de terra entre os lotes do Ja�ba 2, o que agravou ainda mais a situa��o.

Ele salienta que a falta de drenagem acarreta muitos preju�zos nas �reas irrigadas porque “95% das planta��es n�o suportam que as ra�zes fiquem debaixo d'�gua, o que ocasiona a falta de oxig�nio”. Ressalta ainda que a umidade do subsolo � dif�cil de ser dimensionada. “Dependendo da cultura, o produtor s� percebe o problema quando sua �rea fica inundada. Nesse caso, �reas ainda n�o exploradas ficam invis�veis aos nossos olhos”.

O empres�rio lembra que o excesso de �gua no len�ol fre�tico tamb�m provoca a saliniza��o do terreno. “Sem drenagem e com a saliniza��o, o solo perde a capacidade produtiva, como se fosse um deserto”, observa.

Falta licenciamento ambiental


(foto: Edson Júnior/Arquivo pessoal)
(foto: Edson J�nior/Arquivo pessoal)
A Secretaria de Estado de Agricultura, Pecu�ria e Abastecimento (Seapa) informou que iniciou estudo para corre��o do problema da falta de drenagem na etapa 2 do Projeto Ja�ba, mas que o in�cio das obras est� condicionado ao licenciamento ambiental. O �rg�o informou que os servi�os est�o or�ados em R$ 860 mil e a previs�o � de que sejam conclu�dos em oito meses a partir do momento em que forem iniciados, devendo ser gastos 5.070 horas/m�quina, com escava��o de 3,8 mil metros c�bicos (m3) de terra.

Segundo a Secretaria Estadual de Agricultura, os problemas relativos � drenagem nas �reas do distrito 2 do Projeto Ja�ba “s�o decorrentes de efeitos negativos provocados pelo raso n�vel de �gua no subsolo em algumas importantes �reas agr�colas. A pasta informa que realizou o estudo que levou a essa conclus�o e que, atualmente, realiza “trabalhos topogr�ficos e os dimensionamentos de dreno espec�fico e de dreno secund�rio (DS-39)”.

“Ainda para a primeira quinzena deste m�s, est� previsto o agendamento do servi�o de campo que far� a an�lise da melhor loca��o, alinhamento e escava��o de dreno alternativo”, informou a Seapa, acrescentando que a a��o � gerenciada pelo DIJ 2, com apoio t�cnico da Secretaria de Estado de Agricultura.

A Seapa alega que o servi�o de drenagem da etapa empresarial do Ja�ba n�o foi realizada at� hoje “por se tratar de uma obra complexa, que requer a realiza��o de um estudo detalhado e envolve processo de licenciamento”. Por outro lado, informou que, junto com o Distrito de Irriga��o do Ja�ba 2, est� trabalhando na obten��o das licen�as ambientais e na ado��o de outras provid�ncias.

Procurada, a 1ª Superintend�ncia Regional da Companhia do Desenvolvimento dos Vales do S�o Francisco e Parna�ba (Codevasf) em Minas, respons�vel pela implanta��o do Projeto Ja�ba, apenas alegou que a etapa 2 do projeto de irriga��o � de compet�ncia administrativa da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecu�ria e Abastecimento e do Distrito de Irriga��o do Ja�ba 2 (DIJ 2).


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