
“Apesar de discordar profundamente da decis�o tomada pelo prefeito de fechar o com�rcio novamente, n�o h� qualquer orienta��o da entidade para que seus associados desrespeitem o decreto que definiu o novo fechamento. A CDL/BH lamenta que a falta de sensibilidade da prefeitura com rela��o ao com�rcio e a completa aus�ncia de di�logo com o setor tenha levado a esta situa��o”, escreve a c�mara no comunicado.
No texto, a CDL voltou a defender que n�o h� rela��o entre o aumento no n�mero de casos em Belo Horizonte nas �ltimas semanas e a reabertura do com�rcio. O argumento � que o �ndice m�dio de transmiss�o do v�rus – o chamado R(t), um dos fatores analisados pela Prefeitura para decidir sobre o isolamento – n�o mudou entre a abertura de parte do com�rcio e o recuo.
Com base nos boletins divulgados pela PBH, a entidade aponta que o �ndice estava em 1,09 em 22 de maio, antes da primeira fase de reabertura, e permanecia no mesmo 1,09 em 26 de junho, data do an�ncio do novo decreto. “Esta � a prova cabal de que a reabertura do comercio n�o foi a respons�vel pelo aumento do n�mero de casos”, afirma a CDL.
Por�m, os boletins de acompanhamento da prefeitura mostram que o �ndice m�dio de transmiss�o variou tanto para mais quanto para menos entre os dois dias apontados pela CDL. Al�m disso, a ocupa��o das Unidades de Terapia Intensiva (UTI) reservadas para COVID-19 – outro fator analisado pela PBH - s� aumentou.
Em 22 de maio, dia do in�cio da reabertura, a ocupa��o de leitos de UTI era de 40%. O boletim seguinte, de 29 de maio, mostra um R(t) de 1,24%, ocupa��o de 52% nas UTIs e um n�vel de alerta geral vermelho.
Em 5 de junho, a transmiss�o m�dia caiu para 1,07% o que levou o n�vel de alerta para amarelo, mas o uso de leitos subiu para 64%. J� em 12 de junho, o �ndice de transmiss�o estava em 1,19% e a ocupa��o de UTIs em 74%, o que elevou o n�vel de alerta novamente para vermelho.
A transmiss�o caiu para 1,13% em 19 de junho, e a ocupa��o de UTIs subiu para 78%. Na pr�xima semana, em 26 de junho, mesmo com a transmiss�o caindo para 1,09%, a ocupa��o de UTIs alcan�ou 85% e a PBH decretou a volta para a fase 0 da reabertura.
Na nota, CDL/BH ainda afirma que se a PBH tivesse ampliado o n�mero de leitos, o �ndice de ocupa��o do sistema de sa�de n�o seria t�o alto. Segundo a entidade, o secret�rio de Sa�de, Jackson Machado, afirmou em 29 de maio que o munic�pio ampliaria as UTIs de 220 para 729 e os leitos de enfermaria de 647 para 1.752.
Caso isso acontecesse, de acordo com a CDL, em “26 de junho, ter�amos 34,5% de ocupa��o nos leitos de UTI, em vez de 85%. E 30% nos de enfermaria, em vez dos 69% registrados na sexta-feira”.
PBH justifica decis�o
� noite, por meio de nota, a prefeitura informou que definiu os crit�rios da reabertura com representantes de entidades comerciais, incluindo a CDL, mas que "sua efetiva��o (datas, manuten��o, avan�o ou retrocesso) dependem do resultado dos indicadores epidemiol�gicos (�ndice de transmiss�o e taxas de ocupa��o de leitos de UTI e de Enfermaria para COVID-19)".
A nota diz ainda que a" Secretaria Municipal de Sa�de informa que o aumento do n�mero de casos de COVID-19 em Belo Horizonte na �ltima semana, e em consequ�ncia disso do n�mero de atendimentos em Centros de Sa�de, Unidades de Pronto-Atendimento, Hospitais da Rede SUS/BH e transportes de pacientes pelo SAMU, foi fundamental para que, na sexta-feira, 26/6, a Prefeitura decidisse retornar a cidade para a fase de controle (funcionamento apenas de atividades essenciais) a partir dessa segunda-feira, 29/06".
Ainda para justificar o passo atr�s na abertura, a PBH informou que "Belo Horizonte j� registrou 5.915 casos e 136 mortes por Covid-19. J� a taxa de ocupa��o de leitos est� em 87% para UTIs Covid e 89% para demais UTIs. Em enfermarias, a taxa de ocupa��o � de 71% Covid e 69% n�o Covid".
Com expectativa de abrir em julho 209 leitos UTI Covid e 263 de enfermaria Covid na cidade, a nota informa que essa eleva��o de oferta acompanha o planejamento feito pela Secretaria Municipal de Sa�de junto aos hospitais e a evolu��o dos indicadores epidemiol�gicos e assistenciais em rela��o � pandemia. A nota pede ainda que a popula��o colabore, mantendo as medidas de preven��o.
"Caso os �ndices de contamina��o n�o sejam reduzidos, todos os esfor�os de abertura de novos leitos para o atendimento de pacientes podem n�o ser suficientes para o volume de pessoas que v�o necessitar de assist�ncia."
*Estagi�rio sob supervis�o da editora-assistente Vera Schmitz