
De acordo com o Minist�rio da Economia, 635 mil trabalhadores solicitaram o seguro-desemprego no m�s passado. O n�mero foi 32% menor que o de maio, quando houve 960 mil solicita��es. Mas ainda ficou 28,4% acima do registrado em junho de 2019.
Por isso, segundo especialistas, a crise causada pelo novo coronav�rus segue deteriorando o mercado de trabalho brasileiro, mesmo que de forma menos intensa. Foi na pandemia, por sinal, que 65% de todos os pedidos de seguro-desemprego deste ano foram registrados. Ao todo, foram 3,95 milh�es de solicita��es no primeiro semestre, 14% a mais que no mesmo per�odo do ano passado.
“A press�o inicial foi imensa, com muitas demiss�es. Ent�o, era esperado uma acomoda��o agora que o ajuste maior j� foi feito. Mas isso n�o significa que o cen�rio � positivo. A quantidade de solicita��es ainda � enorme e o mercado segue se acomodando ao abalo da pandemia”, comentou o economista e professor da FEA-USP, Wilson Amorim.
“Mesmo desacelerando, os n�meros v�o continuar altos nos pr�ximos meses. Ainda h� muita incerteza sobre a economia e a retomada vai ser lenta. Ent�o, muitas empresas podem n�o ter uma retomada total das suas atividades e voltar a fazer demiss�es”, acrescentou a economista da Coface para a Am�rica Latina, Patr�cia Krause.

Ela lembrou tamb�m que, por conta desse cen�rio, nem todos os desempregados v�o ser reintegrados ao mercado nos pr�ximos meses. “A taxa de desemprego vai continuar pressionada. Proje��es indicam ela vai saltar dos atuais 12,9% para quase 16% neste ano”, disse.
Custo
A inclus�o repentina de 2,5 milh�es de trabalhadores na fila do desemprego elevou em 28% o custo do seguro. De acordo com os dados do governo, 2,69 milh�es de trabalhadores receberam o benef�cio no m�s passado, com uma parcela m�dia de R$ 1.321,08.
Por isso, o desembolso subiu para R$ 3,55 bilh�es em junho, bem mais que os R$ 2,77 bilh�es registrados no m�s anterior. E � o maior valor da s�rie hist�rica. O recorde anterior havia sido registrado em agosto de 2016: R$ 3,37 bilh�es.
Economistas acreditam que o custo deve continuar alto, j� que o n�mero de pedidos de seguro-desemprego continua acima dos patamares usuais. Al�m disso, h� estudos no governo sobre a possibilidade de prorrogar o benef�cio, que hoje � pago por tr�s a cinco meses, por mais dois meses no per�odo de calamidade p�blica causado pela pandemia.
O secret�rio de trabalho do Minist�rio da Economia, Bruno Bianco, j� assegurou em outras situa��es que h� recursos suficientes para o benef�cio no Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT). O FAT destinou R$ 40 bilh�es para o or�amento do seguro-desemprego neste ano.
No primeiro semestre, foram usados R$ 16,8 bilh�es. “Os recursos s�o suficientes. Mesmo que faltasse dinheiro, o governo poderia emitir um cr�dito extraordin�rio para isso”, afirmou o economista e professor da UnB Newton Marques.
A Secretaria de Trabalho avaliou que a procura pelo seguro-desemprego seria muito maior caso o governo n�o tivesse permitido a realiza��o de acordos de redu��o salarial ou suspens�o do contrato de trabalho na pandemia por meio da Medida Provis�ria nº 936. De acordo com o �rg�o, a MP preservou 12,2 milh�es de empregos em junho.
“N�o existe sumir dinheiro”
A Caixa Econ�mica Federal (CEF) disse, nesta quinta-feira, que n�o � a respons�vel pelo “sumi�o de dinheiro" do aux�lio emergencial, relatado nos �ltimos dias por clientes do Nubank e do PicPay. “N�o existe sumir dinheiro de conta, principalmente em uma institui��o financeira de 159 anos que � a Caixa Econ�mica”, afirmou o vice-presidente de tecnologia do banco, Claudio Salituro.
“A Caixa n�o � a respons�vel pela cust�dia do dinheiro na conta de qualquer outra institui��o financeira”, disse Salituro. “Quando o dinheiro sai da Caixa e vai para alguma institui��o financeira, entrou na conta do cliente, o custodiante � a empresa que recebeu o cr�dito”, disse.
Nubank e PicPay haviam creditado a falha a um problema de tecnologia da Caixa. As empresas disseram que o dinheiro havia sido debitado das contas dos clientes porque a Caixa havia sinalizado um dep�sito em duplicidade que precisava ser corrigido.
“A Caixa n�o � a respons�vel pela cust�dia do dinheiro na conta de qualquer outra institui��o financeira”, disse Salituro. “Quando o dinheiro sai da Caixa e vai para alguma institui��o financeira, entrou na conta do cliente, o custodiante � a empresa que recebeu o cr�dito”, disse.
Nubank e PicPay haviam creditado a falha a um problema de tecnologia da Caixa. As empresas disseram que o dinheiro havia sido debitado das contas dos clientes porque a Caixa havia sinalizado um dep�sito em duplicidade que precisava ser corrigido.
“Alguns clientes fizeram uso do mesmo c�digo de barra e pagaram o mesmo valor. Ent�o, a empresa foi verificar se aqueles boletos estavam em duplicidade ou n�o”, explicou Salituro. E emendou: “a retirada do dinheiro ou n�o � facultada � Caixa”.
TCU
Ainda nesta quinta-feira, o Tribunal de Contas da Uni�o (TCU) rejeitou pedido do Minist�rio P�blico de Contas para que fosse suspenso o repasse do aux�lio emergencial de R$ 600 at� que o governo federal comprovasse a viabilidade financeira para o pagamento de novas parcelas.
O MP argumentou que a prorroga��o do aux�lio por mais dois meses, anunciada no m�s passado, exigiria an�lise sobre o est�gio da pandemia de covid-19 nas v�rias regi�es do pa�s, “considerando a volta ao funcionamento de v�rios setores econ�micos n�o essenciais”.
Dantas, por�m, ressaltou que o aux�lio “� um gasto eminentemente social implementado em car�ter de urg�ncia”. Portanto, “diante da not�ria necessidade de prorroga��o do benef�cio”, pode haver “menor rigor nas exig�ncias para sua operacionaliza��o”. “Do contr�rio, corre-se o risco de prejudicar a pr�pria efetividade do programa, comprometendo a sobreviv�ncia de milhares de fam�lias.”