Os bancos europeus mergulharam no segundo trimestre do ano na tempestade econ�mica deflagrada pela pandemia do novo coronav�rus e registram enormes perdas, uma explos�o de provis�es e um risco de inadimpl�ncia.
O espanhol Santander, segundo em capitaliza��o de mercado na zona do euro, anunciou ontem o primeiro preju�zo l�quido em sua hist�ria, que atingiu uma soma gigantesca de 11,13 bilh�es de euros.
As perspectivas econ�micas desastrosas para a economia mundial obrigaram o banco a revisar para baixo o valor de v�rias de suas filiais, especialmente no Reino Unido, adquiridas a pre�os altos nos anos 2000.
No total, o impacto negativo nas contas do Santander � superior a 10 bilh�es de euros. E, no primeiro semestre como um todo, as provis�es do banco espanhol para risco de cr�dito n�o pago aumentaram em mais de 60%, para 7 bilh�es de euros.
Outros pesos pesados europeus enfrentam o mesmo problema. O principal banco alem�o, Deutsche Bank, quadruplicou seus investimentos de risco no segundo trimestre e registrou novo preju�zo l�quido de 77 milh�es de euros.
No Reino Unido, o Barclays viu seu lucro l�quido cair no segundo trimestre em 91%, depois de “provisionar” outros 1,6 bilh�o de libras para enfrentar o risco de inadimpl�ncia. As provis�es do banco brit�nico atingiram 3,7 bilh�es de euros no primeiro semestre.
“As consequ�ncias da pandemia de coronav�rus causar�o um aumento acentuado das perdas em empr�stimos n�o recuper�veis em bancos europeus. Empr�stimos a pequenas e m�dias empresas e a consumidores, sem garantias, ser�o os mais afetados”, analisa a ag�ncia de rating financeiro Moody's em relat�rio recente.
Com suas contas sob grande press�o, o Barclays vai esperar at� o final do ano para decidir sobre o pagamento de dividendos, o que mobiliza muito capital. O Santander, por sua vez, projeta pagamento de dividendos em 2019, na forma de a��es, adiando o pagamento l�quido “at� o momento em que as condi��es de mercado se normalizarem”.
REA��O
Apesar dos tempos dif�ceis pela frente, o setor “parece forte o suficiente para suportar o impacto econ�mico e os empr�stimos n�o pagos”, observa a consultoria Oliver Wyman, acrescentando que os bancos passaram “uma d�cada refor�ando seus saldos cont�beis” desde a crise financeira de 2008. Para os bancos europeus, “as perdas causadas pela COVID-19 representariam menos de 40% das registradas durante a crise financeira global de 2008-2010”, complementa.
Al�m disso, v�rios analistas acreditam que as medidas adotadas por diferentes governos para melhorar a situa��o de fam�lias e empresas ajudar�o os bancos a amortizarem o risco de inadimpl�ncia. No entanto, esse apoio “n�o compensar� totalmente” o impacto da crise da sa�de, alerta a Moody's.
ENQUANTO ISSO...
...Vem a� a nota de R$ 200
O Conselho Monet�rio Nacional (CMN) aprovou o lan�amento de nova c�dula, no valor de R$ 200. Por quest�o de seguran�a, o Banco Central ainda n�o divulgou imagem nem caracter�sticas, mas antecipou que ela ter� como ‘padrinho’ o lobo-guar� e entrar� em circula��o no fim de agosto. De acordo com o BC, haveria demanda maior por papel-moeda no mercado, na esteira da pandemia, com mais saques de dinheiro. De mar�o a junho, esse total em poder do p�blico aumentou em R$ 61 bilh�es. A institui��o nega haver rela��o da nova nota (da qual ser�o impressos R$ 90 bilh�es) com poss�vel desvaloriza��o do real.