
“O Sr. Weintraub deve assumir seu cargo na primeira semana de agosto e cumprir� o atual mandato que termina em 31 de outubro de 2020, quando a posi��o ser� novamente aberta para elei��o. Diretores Executivos n�o s�o funcion�rios do Banco Mundial. Eles s�o nomeados ou eleitos pelos representantes dos nossos acionistas”, diz a nota da institui��o.
O Banco n�o informou at� o momento quais pa�ses representados pela diretoria que Weintraub ir� ocupar foram favor�veis � nomea��o do brasileiro e se houve algum voto contr�rio.
A confirma��o do nome de Weintraub na elei��o interna do cons�rcio de nove pa�ses do qual o Brasil faz parte era considerada meramente protocolar. Como o Brasil tem mais de 50% do poder de voto da chamada “constituency”, o Pa�s conseguiria eleger o diretor executivo ainda que os demais se opusessem.
Weintraub foi eleito para servir at� 31 de outubro de 2020, quando ser� necess�rio nova nomea��o e elei��o. No cargo, ele receber� sal�rio de US$ 21,5 mil mensais (o equivalente a R$ 110 mil).
O ministro foi indicado em 17 de junho pelo Minist�rio da Economia para assumir uma diretoria executiva no banco ao deixar o governo Bolsonaro. Integrante da chamada ala ideol�gica do governo e amigo dos filhos do presidente, Weintraub acumulou crises nos 14 meses em que esteve � frente do Minist�rio da Educa��o, incluindo embates com o governo chin�s e com os ministros do Supremo Tribunal Federal, os quais chamou de “vagabundos” em reuni�o ministerial de abril que teve v�deo divulgado.
Weintraub saiu do Brasil rumo aos Estados Unidos �s pressas em junho, antes da publica��o de sua exonera��o do governo. Ele � investigado no chamado inqu�rito das fake news, que tramita no STF, e tamb�m alvo de inqu�rito no qual � acusado de racismo. Weintraub embarcou aos EUA no mesmo dia em que um senador da Rede protocolou pedido de apreens�o do passaporte do ex-ministro, para evitar que ele deixasse o Pa�s.
A forma de entrada do ex-ministro nos EUA n�o foi esclarecida at� o momento. At� a oficializa��o realizada nesta quinta-feira ele n�o tinha vincula��o com o Banco Mundial. O jornal O Globo revelou que o Itamaraty pediu no dia 18 de junho � embaixada americana um visto de entrada para Weintraub com dados do passaporte diplom�tico ao qual o brasileiro tinha acesso por ser ministro da Educa��o, no mesmo dia em que ele anunciou a sa�da do cargo. O ministro embarcou para a Fl�rida no dia 19 de junho.
No final do m�s de junho, funcion�rios do banco protestaram contra a indica��o de Weintraub. A Associa��o de Funcion�rios do Banco Mundial chegou a pedir que o Comit� de �tica da institui��o suspendesse e investigasse a indica��o do ex-ministro da Educa��o do Brasil. A dire��o do Comit� de �tica do banco afirmou que n�o exerce influ�ncia sobre a sele��o dos diretores executivos indicados pelos pa�ses que integram o banco e que Weintraub estaria submetido ao c�digo de conduta da institui��o apenas ap�s assumir o cargo.
O grupo que representa os trabalhadores do banco afirma que o caso Weintraub exp�s uma “falha fundamental na governan�a” do banco. “� razo�vel esperar que o Banco Mundial tenha uma opini�o sobre as qualifica��es b�sicas necess�rias para assumir essas posi��es. Deveria ser bastante razo�vel esperar que o Banco Mundial tenha uma palavra a dizer quando o candidato nos exp�e a um risco de reputa��o consider�vel e compromete nossa capacidade de cumprir nossa miss�o”, afirmam os funcion�rios.
Os funcion�rios prometeram “comemorar em uma maneira diferente” se Weintraub fosse oficializado como diretor e cobraram do Comit� de �tica uma “palestra severa” para o primeiro dia de trabalho do brasileiro.