
Na semana de 5 a 11 julho, eram 12,234 milh�es de desempregados, levando a taxa de desemprego a 13,1%, ante 10,5% na primeira semana de maio. De l� para c�, s�o 2,417 milh�es de desempregados a mais - o n�mero � inferior ao de vagas cortadas porque parte dos trabalhadores que perdeu o emprego pode ter desistido de procurar uma ocupa��o, saindo da for�a de trabalho.
Na segunda semana de julho, eram 28,265 milh�es fora da for�a de trabalho, mas que gostariam de trabalhar, 1,212 milh�o a mais do que na primeira semana de maio. Na soma dessa massa com o total de desempregados, se chega ao total de 40,5 milh�es de trabalhadores sem empregos no Pa�s.
Na semana de 21 a 27 de junho, a Pnad Covid apontou o primeiro corte significativo de vagas, de 1,4 milh�o de postos ante uma semana antes, ap�s sete semanas de estabilidade. Da primeira semana de maio at� meados de junho, a estabilidade no total de ocupados (em torno de 84 milh�es) apontava para uma freada nas perdas de empregos formais e informais, mas os dados divulgados ontem confirmaram o movimento de piora.
Os cortes vistos na terceira semana de junho se repetiram na semana de 28 de junho a 4 julho (menos 752 mil postos) e na semana de 5 a 11 de julho (663 mil a menos). Quase a totalidade dos 2,8 milh�es de postos de trabalho cortados na compara��o com o in�cio de maio foi perdida entre meados de junho e a segunda semana de julho, mostram os dados do IBGE.
"Os sinais de que o mercado de trabalho poderia estar come�ando a se recuperar, observados em semanas anteriores, n�o se confirmaram nas �ltimas duas semanas", diz um relat�rio do Instituto de Pesquisa Econ�mica Aplicada (Ipea) divulgado no fim da tarde de sexta.
Adequa��o
As novas rodadas de demiss�es podem estar associadas � adequa��o das empresas a um cen�rio de demanda menor ap�s o in�cio da retomada das atividades, com a flexibiliza��o das medidas de distanciamento social. Anteontem, o IBGE mostrou que, da primeira para a segunda quinzena de junho, 411 mil empresas reduziram o n�mero de empregados.
Rodolpho Tobler, pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia da Funda��o Getulio Vargas (Ibre/FGV), cita o exemplo de bares e restaurantes que, num primeiro momento, demitiram parte dos funcion�rios e passaram a funcionar s� com entregas. Autorizados a reabrir, perceberam que o fraco movimento exigia n�mero ainda menor de empregados.
"Algumas empresas est�o voltando e podem estar percebendo que n�o d� para manter o neg�cio como era antes", afirmou Tobler.
Parte dos demitidos pode estar no grupo dos afastados por causa da pandemia, em empresas que adotaram medidas emergenciais autorizadas pelo governo, como suspens�o do contrato e redu��o da jornada. Na semana de 5 a 11 de julho, 7 milh�es estavam nessa situa��o. No in�cio de maio, eram 16,589 milh�es. Enquanto o total de ocupados oscilava em torno da estabilidade, semana ap�s semana, a queda nesse grupo sinalizava apenas para a reabertura das atividades, mas a ocupa��o passou a cair.
O corte de vagas est� atingindo principalmente os trabalhadores informais, seja pela dispensa dos que trabalham sem carteira assinada seja pela desist�ncia por parte dos que trabalham por conta pr�pria. Dos 2,8 milh�es que perderam o emprego entre o in�cio de maio e a segunda semana de julho, 2,381 milh�es est�o em ocupa��es consideradas informais pelo IBGE. Essa redu��o � at�pica, pois, na maioria das crises, cresce o contingente de informais, j� que, no Brasil, os "bicos" s�o uma alternativa ao desemprego.
"Talvez esteja mais dif�cil para o trabalhador dispensado conseguir arrumar outra coisa de forma informal", afirmou a coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE, Maria L�cia Vieira.
Economistas j� vinham alertando que, em vez de explodir de uma vez, o total de desempregados crescer� aos poucos. O IBGE, conforme padr�es internacionais, s� considera desempregado quem est� sem uma vaga e tomou alguma atitude para conseguir trabalho. As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.