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Estado de Minas EMPREGO

Setor privado demitiu 2,9 milh�es de pessoas entre maio e julho

Taxa no pa�s sobe para 13,3% da for�a de trabalho no segundo trimestre, de acordo com a Pnad Cont�nua, elaborada pelo IBGE. N�mero de brasileiros ocupados recua 9,6% e cai para 83,3 milh�es de pessoas. Trata-se do menor contingente da s�rie estat�stica


07/08/2020 09:12 - atualizado 07/08/2020 09:21

(foto: Arte: Cícero)
(foto: Arte: C�cero)

Com os efeitos da pandemia pelo novo coronav�rus, o Brasil encerra o segundo trimestre de 2020 com taxa de desemprego de 13,3%.

O �ndice � maior do que o trimestre anterior, de 12,2%, quantidade recorde de desalentados e o menor n�mero de pessoas com carteira assinada da s�rie hist�rica, iniciada em 2012, de acordo com os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domic�lios Cont�nua (Pnad Cont�nua), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica IBGE.

Apenas entre mar�o e julho, o setor privado demitiu 2,9 milh�es de trabalhadores com carteira assinada.

O n�mero de desocupados (12,8 milh�es), no entanto, ficou est�vel em rela��o ao trimestre anterior (12,9 milh�es). Isso ocorreu, por�m, devido ao crescimento da quantidade de trabalhadores que desistiram de procurar emprego durante a pandemia, o chamado desalento. De acordo com o levantamento, o n�mero de pessoas ocupadas caiu 9,6% no per�odo, ou seja, uma redu��o de 8,9 milh�es. Como isso, a popula��o total ocupada no Brasil recuou para 83,3 milh�es de trabalhadores. Comparado a 2019, esse total aponta 10,5 milh�es a menos.

Segundo o IBGE, a popula��o fora da for�a de trabalho (77,8 milh�es de pessoas) tamb�m � a maior da s�rie, iniciada em 2012: subiu 15,6% (mais 10,5 milh�es de pessoas) em rela��o a mar�o e aumentou 20,1% (mais 13 milh�es) frente a igual trimestre de 2019.

Sem surpresa


Para o economista Raul Velloso, especialista em contas p�blicas e ex-secret�rio de Assuntos Econ�micos do Minist�rio do Planejamento, o futuro do pa�s ser� sombrio, se governo e iniciativa privada n�o investirem em setores intensivos em m�o de obra. “O que vai fazer a economia andar n�o � o gasto corrente com aux�lio emergencial, nesse momento de car�ncia extrema. A economia tem que ser reativada de maneira sist�mica”, afirma. O primeiro ponto, para o governo, � resolver o rombo na Previd�ncia (no total de R$ 318,4 bilh�es, sendo R$ 213,3 bilh�es do setor privado e R$ 53,3 bilh�es, dos servidores p�blicos), diz.

“� hora de todos investirem, por exemplo, no setor de infraestrutura. Pesquisei 70 projetos de concess�o e constatei R$ 44 bilh�es de oportunidades. Seria uma sa�da para estancar o aumento do desemprego”, afirma Velloso. Ele fez um c�lculo, com base em dados do Banco Central, simulando as perspectivas de comportamento do Produto Interno Bruto (PIB), quando foi divulgado o poss�vel fraco desempenho dos Estados Unidos — resultado negativo de 32,9%, em termos anualizados, no primeiro trimestre.

Essa compara��o � importante, segundo Raul Velloso. Ele explicou que, nos EUA, o c�lculo � anualizado (proje��o para 12 meses). Mas quando se compra o primeiro com o segundo trimestre, a queda do PIB americano melhora, para 9,5%. “No Brasil, no entanto, embora ainda n�o tenhamos o PIB do segundo trimestre, fazendo v�rias simula��es e as mesmas compara��es, se chega a um tombo projetado de 39,3% em um per�odo de um ano. Estamos no fundo do po�o. E � por isso que, se n�o houver economia nos cofres p�blicos e incentivo � cria��o de vagas no setor privado, o desemprego poder� explodir”, refor�ou Velloso.

No dia a dia, a popula��o sente os efeitos da pandemia. Francisco de Oliveira, 45 anos, microempres�rio, mora na Cidade Ocidental, em Goi�s, mas fazia eventos no Distrito Federal. � chefe de cozinha e dono de um buffet. Em mar�o, devido ao isolamento social, v�rios eventos foram cancelados. “Agora estou dependendo dos R$ 600 do aux�lio emergencial ou de algum extra, quando consigo vender marmita”, disse. Ele vendeu v�rios equipamentos, devido � falta de recursos, e ainda est� desempregado. “Por m�s, meu rendimento era de R$ 5 mil a R$ 6 mil. Por isso, tenho buscado outras alternativas para conseguir pagar as contas”, explicou.

Andreia Santos, 44 anos, trabalhava como assistente no departamento pessoal de uma distribuidora de produtos automotivos em S�o Bernardo dos Campos (SP). “Em novembro, faria quatro anos no departamento. Ent�o, quando come�ou a crise, as demiss�es aconteceram, mesmo com a empresa faturando. Penso que era mais o medo do futuro”, disse. No primeiro instante da pandemia, a filha de Andreia teve suspeita de covid-19, e ela foi afastada por 15 dias.

“Logo depois dos 15 dias, me deram f�rias. Quando voltei, s� demorou um m�s e me demitiram no in�cio de junho”, contou. Hoje, ela se sustenta com o dinheiro do seguro desemprego.


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