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Estado de Minas ECONOMIA

Setor v� 'jogada comercial' da China em not�cia sobre frango com COVID-19

Segundo o presidente da Associa��o Brasileira de Com�rcio Exterior, h� a chance de o Brasil estar sendo usado pela China para fazer um aceno aos Estados Unidos em um momento dif�cil da rela��o entre as duas pot�ncias


15/08/2020 07:10 - atualizado 15/08/2020 10:01

(foto: Anthony Wallace/AFP)
(foto: Anthony Wallace/AFP)
O dia seguinte da divulga��o de que autoridades municipais de Shenzhen, na China, teriam encontrado tra�os de coronav�rus em uma embalagem de carne de frango importada do Brasil foi marcado por questionamentos do setor exportador brasileiro sobre as raz�es por tr�s da divulga��o da not�cia. Embora a China n�o deva anunciar embargo � carne do Brasil - seu principal fornecedor de prote�na animal -, a divulga��o j� prejudicou o produto nacional. Segundo fontes, a divulga��o pode ter motivos pol�ticos e comerciais.

Mesmo com especialistas de todo mundo insistindo que a chance de transmiss�o do coronav�rus por alimentos � muito remota, as Filipinas anunciaram ontem suspens�o tempor�ria do recebimento de carne de frango do Brasil. O Pa�s hoje fornece cerca de 20% de todo o consumo dessa prote�na ao pa�s.

� medida que a not�cia se espalha, o Pa�s corre riscos de mais preju�zos, segundo o presidente da Associa��o Brasileira de Com�rcio Exterior (AEB), Jos� Augusto de Castro. Isso porque os principais clientes do frango brasileiro ficam na �sia e no Oriente M�dio. De janeiro a julho de 2020, a exporta��o do produto somou US$ 4,1 bilh�es, alta de 11% em rela��o ao mesmo per�odo de 2019.

Para Castro, h� a chance de o Brasil estar sendo usado pela China para fazer um aceno aos Estados Unidos em um momento dif�cil da rela��o entre as duas pot�ncias. "A China quis cutucar o Brasil para preservar os Estados Unidos, em um momento dif�cil da rela��o. Est�o fazendo a pol�tica de boa vizinhan�a, com fundo comercial", disse. Ele criticou a posi��o "passiva" do Brasil em rela��o � China e afirmou que � necess�rio que o Pa�s defenda seus interesses em quest�es comerciais.

O presidente do conselho da BRF, Pedro Parente, tamb�m tocou na quest�o dos interesses chineses na tarde de quinta-feira, durante evento em S�o Paulo. Parente disse que, embora o Pa�s precise manter "excelentes rela��es" com seu principal cliente de prote�na animal, a not�cia sobre o frango brasileiro "tem uma conota��o comercial". "Sabemos � que, por uma quest�o de reincid�ncia de COVID-19 na China, era necess�rio encontrar (...) uma desculpa para explicar um fato sem que ele fosse de responsabilidade interna", frisou o executivo.

A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, afirmou ontem que ainda aguarda mais informa��es da China sobre o caso - reiterando que a situa��o ainda n�o foi confirmada oficialmente. No entanto, o governo pretende mandar um recado forte ao mercado ao reagir � a��o das Filipinas.

A Associa��o Brasileira de Prote�na Animal (ABPA) ressaltou ontem que a barreira filipina ao frango brasileiro n�o segue nenhum crit�rio t�cnico ou sanit�rio - baseia-se apenas na not�cia veiculada pela China.

Contamina��o

Ao Estad�o, o consultor da Sociedade Brasileira de Infectologia, Marcelo Otsuka, lembrou que, por se tratar de um alimento industrializado, � dif�cil que o frango exportado estivesse contaminado. "A quest�o da presen�a do v�rus � muito question�vel, porque seria preciso que ele se mantivesse vi�vel por 40 dias, considerando o per�odo em que saiu do Brasil at� chegar na China. O mais prov�vel � que a presen�a do v�rus tenha se dado pela manipula��o do produto l�."

O que a China avalia n�o � a presen�a do v�rus, mas material gen�tico do v�rus. "H� uma diferen�a a�. � um rastro, significa que o v�rus esteve l�. Pode inclusive ser o material gen�tico de um v�rus morto. Mesmo que estivesse vivo, n�o sei se haveria uma quantidade suficiente para causar uma infec��o", disse.

As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.


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