
Com o objetivo declarado de abrir a economia brasileira e reduzir tarifas de importa��o, a ideia do atual governo � que a compra de insumos e m�quinas do exterior aumentaria a produ��o brasileira e, por consequ�ncia, as exporta��es.
A pandemia do coronav�rus, por�m, derrubou um dos pilares do mantra. Se as vendas brasileiras conseguiram recuar menos de janeiro a julho (6,4%), sustentadas pelo agroneg�cio, as importa��es chegaram a encolher 35,5% no m�s de julho, acumulando uma queda de 10,5% nos sete primeiros meses do ano.
Depois de um primeiro trimestre atipicamente forte, as compras do exterior come�aram a registrar quedas acima de dois d�gitos a partir de abril. Considerado o per�odo entre abril e julho, o total apresenta queda de 21% na compara��o com o ano anterior. As importa��es chegaram a US$ 46 bilh�es, n�vel que, nos �ltimos dez anos, s� foi alcan�ado em 2016.
Espelho
"A importa��o � quase um espelho da produ��o interna e da atividade. Se tem queda na atividade, tem queda na importa��o", explica o gerente de Negocia��es Internacionais da Confedera��o Nacional da Ind�stria (CNI), Fabrizio Panzini. "Em abril, caiu 99% a produ��o, teve uma queda de demanda imensa e voc� n�o pode continuar produzindo se a perspectiva n�o � boa."
Entre o produtos mais atingidos est�o petr�leo e derivados, pe�as e partes de ve�culos e m�quinas e equipamentos. No caso do petr�leo, al�m da demanda interna ter diminu�do, o pre�o no mercado internacional tamb�m caiu, contribuindo para a redu��o de 58,9% na importa��o do produto bruto em julho e 71% em derivados manufaturados.
"Os primeiros meses da pandemia foram horr�veis. A ind�stria automobil�stica, que � muito forte no Brasil, ficou 70 dias com a atividade parada. Houve tamb�m redu��o na linha branca. Isso prejudicou muito", explica o presidente da Associa��o Brasileira dos Importadores de M�quinas e Equipamentos (Abimei), Paulo Castelo Branco.
Ele afirma que a pandemia fez os importadores segurarem encomendas e acumularem estoques, que s� n�o foram maiores porque, entre janeiro e abril, a China estava com a produ��o parada e os brasileiros enfrentaram dificuldades em trazer maquin�rios e outros produtos.
Foi o que aconteceu com o empres�rio Reinaldo Bonilha, CEO do PR2 Group, que representa uma ind�stria chinesa de m�quinas de corte de metal. "No fim de janeiro j� tivemos um pr�-impacto do exterior, com a paralisa��o da China. Em mar�o, quando eles voltaram, o Brasil parou. Todo mundo colocou o p� no freio e a queda nas vendas foi praticamente de 95%, ainda mais com o d�lar em alta", contou.
Bonilha lembra que os primeiros meses haviam sido 'atipicamente fortes', mas que, ainda assim, sua empresa teve queda de 40% no faturamento no primeiro semestre. (As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.)