
Criticado publicamente pelo presidente Jair Bolsonaro por ter sugerido o fim do abono salarial para bancar o Renda Brasil; o ministro da Economia, Paulo Guedes, reconheceu nesta sexta-feira (28/08) que a medida tiraria dinheiro da base de trabalhadores brasileiros para dar a quem est� pior, sem emprego.
"O sal�rio de 75% dos brasileiros que est�o na CLT [Consolida��o das Leis do Trabalho] � abaixo de 1,5 sal�rio m�nimo. Realmente, � tirar da base de trabalhadores brasileiros e passar para quem est� desempregado, quem est� pior ainda", afirmou Guedes, na primeira declara��o p�blica ap�s a bordoada do chefe.
Nesta semana, Bolsonaro afirmou, em um evento em Minas Gerais, que a proposta da equipe econ�mica para o Renda Brasil estava suspensa e n�o seria enviada ao Congresso porque ele n�o pode "tirar dos pobres para dar aos paup�rrimos". O presidente exigiu de Guedes, portanto, novas possibilidades de custeio para o Renda Brasil, que n�o atinjam programas sociais como o abono salarial.
Guedes, por sua vez, tentou p�r panos quentes sobre o assunto nesta sexta-feira. Com humor, ele comparou a cr�tica de Bolsonaro a um carrinho num jogo de futebol. E garantiu que o presidente est� tranquilo sobre o assunto. O ministro ainda disse que � natural haver discuss�es quando o assunto � a focaliza��o de programas sociais como o abono salarial. "O presidente reage naturalmente com instinto pol�tico".
O chefe da equipe econ�mica tamb�m garantiu que esta era s� uma das v�rias possibilidades que a equipe econ�mica apresentou ao presidente como fonte de financiamento para o Renda Brasil. "Seguimos discutindo, estamos conversando", assegurou, dizendo que a "reta final" desse debate deve ser nos pr�ximos dias.
Bolsonaro ouviu as novas propostas de Guedes nesta sexta-feira, bem como as opini�es da c�pula do governo e do ministro da Cidadania, Onyx Lorenzoni. Logo depois, pediu uma reuni�o com os l�deres partid�rios do Congresso para tratar do assunto na pr�xima semana.
Impasse
Esse impasse, contudo, pode adiar para o fim do ano ou at� para o in�cio de 2021 a apresenta��o do programa que ter� a marca social do governo Bolsonaro e deve substituir o Bolsa Fam�lia. Guedes admitiu que, se o impasse continuar, o presidente pode preferir recalibrar o aux�lio emergencial a ter um "Renda Brasil capenga".
"Estamos conversando se deve ser a prorroga��o do aux�lio ou j� o lan�amento do Renda Brasil, o que � mais adequado para a situa��o atual", afirmou o ministro, garantindo que todas as op��es t�m a preocupa��o de n�o reduzir abruptamente a renda dos brasileiros que hoje recebem os R$ 600. A ideia � ter um "pouso suave" que garanta a continuidade do "consumo de baixa renda" e a "decolagem da economia".
A expectativa �, portanto, que o governo pague o aux�lio emergencial em um valor aproximado a R$ 300 at� o fim do ano, enquanto fecha os detalhes do Renda Brasil.