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Estado de Minas Novas condi��es

Preven��o contra a COVID-19 em BH leva � reinven��o do self-service

Medidas sanit�rias para conter v�rus exigem remodelagem do neg�cio, com isolamento dos balc�es, pratos servidos por funcion�rios e refor�o na higiene


02/09/2020 04:00 - atualizado 02/09/2020 11:56

Distanciamento entre o cliente e a comida é uma das principais regras(foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)
Distanciamento entre o cliente e a comida � uma das principais regras (foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)

Protocolos r�gidos guiam a retomada, ainda que gradual, do funcionamento de restaurantes em Belo Horizonte. Ap�s cinco meses de portas fechadas, donos de self-services veem nas regras de higiene, controle do acesso de clientes e de manuseio de alimentos a chave para diminuir o receio dos consumidores e, assim, garantir o retorno deles �s lojas.

Quem chega a uma das unidades da casa Rossi, estabelecimento localizado no tradicional Edif�cio Arcangelo Maletta, no Centro da capital, encontra logo na entrada uma funcion�ria que mede a temperatura corporal.

No “novo normal” do restaurante self-service, uma fita zebrada isola as panelas de ferro onde a comida � conservada; e s�o os empregados que servem os pratos de acordo com o pedido do fregu�s. “Temos que ter um funcion�rio para servir as refei��es e � preciso agilidade para n�o agarrar a fila e acabar perdendo clientes. Temos uma pessoa com term�metro e �lcool na portaria, n�o h� como contratar e precisamos dar conta”, explica �urea Saraiva Ferreira, de 55 anos, esposa e s�cia de Rossini Arruda, 63.

" Pra mim, as condi��es de higiene est�o sendo satisfat�rias", diz Ana Paula Alvares (foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)

A mudan�a na forma de atendimento cumpre as normas da Prefeitura de BH, que pro�bem o modelo t�pico do self-service nesta fase de reabertura do setor. “Admite-se servi�o de buf� com isolamento dos alimentos em rela��o aos consumidores e montagem do prato por profissional do estabelecimento devidamente paramentado, visando a diminuir a manipula��o de pegadores e outros utens�lios por diversas pessoas, observada a dist�ncia de seguran�a”, informa o protocolo.

H� 20 anos no ramo, donos de tr�s estabelecimentos da marca Rossi, �urea e Rossini j� enfrentavam crise financeira nos neg�cios antes mesmo da pandemia. O novo ano trouxe a esperan�a e a oportunidade de investir na abertura de mais um restaurante, inaugurado na Rua Rio de Janeiro, no Centro de BH, em janeiro. Em mar�o, com a chegada da pandemia veio o decreto de fechamento e o casal se viu em meio a d�vidas que v�o desde compras com verdureiro � loca��o dos im�veis.

Foram cinco meses de portas fechadas, com exce��o da loja localizada no Edif�cio Arcangelo Maletta, que ainda aceitava entregas por delivery na tentativa de garantir algum capital para manter o neg�cio aberto sem que fosse preciso demitir funcion�rios. Por meio do decreto municipal publicado em 21 de agosto, a permiss�o de funcionamento exclusivo para almo�o e sem venda de bebidas alco�licas trouxe novo desafio, mas, mais do que isso, a chance de retirar as contas do vermelho.

“Eu acho que para o mundo voltar ao normal, a gente precisa de um rem�dio ou de uma vacina. Trabalho com m�scara de tecido e m�scara de acr�lico. Somos do grupo de risco e eu tenho muito medo. Acho fundamental o cliente ver, quando levanta da mesa, a atendente limpando, passando o �lcool. � r�gido e necess�rio”, disse.

O asseio com as normas t�m sido notado por clientes ass�duos como a servidora Ana Paula Alvares, 38 anos, que tem o h�bito de almo�ar fora de casa diariamente. “Eu estava comprando marmitex e agora tem essa op��o das pessoas servirem seu prato e voc� comer aqui no restaurante. Pra mim as condi��es de higiene est�o sendo satisfat�rias.”

Tamb�m no Edif�cio Arcangelo Maletta, a mudan�a na forma de servir o cliente modificou a rotina do restaurante Feij�o. “Essa log�stica de servir o cliente � uma coisa que a gente nunca fez. O cliente sempre se serviu, ent�o � tudo novo e a gente t� se adaptando”, contou a empres�ria Fernanda Abdallah.

Melhora


Desde 1995, o restaurante Cozinha da Ro�a serve pratos tradicionais da culin�ria mineira.Desde a reabertura, na �ltima semana, o restaurante passou por diversas mudan�as como os demais estabelecimentos que optaram por abrir as portas; isolaram o buf�, disponibilizam �lcool 70% para os clientes, interditaram mesas com fita zebrada. “O movimento j� melhorou muito se comparado aos primeiros dias. Em um dia a gente conseguiu um lucro que n�o tivemos em semanas de delivery. Quando voc� quer sentar para almo�ar, voc� quer tomar um refrigerante e acaba gastando mais e � isso que paga nossas contas. N�o tem como pagar conta com delivery”, explicou Santiago Prado, de 20 anos, gerente do local.

Com sete unidades espalhadas por shoppings e bairros de BH como no Lourdes e na Savassi, o empres�rio Jos� da Costa Carvalho, 46, dono do restaurante Assacabrasa, conta que diminuiu em 50% o n�mero de mesas dos restaurantes. Al�m disso, a higieniza��o dentro e fora da cozinha foi redobrada. “No nosso sistema de self-service  colocamos toda a prote��o de acr�lico nas saladas, nos pratos quentes e at� na churrasqueira. Ent�o o cliente chega, passa pela higieniza��o e quando vai at� o balc�o expositor, nosso funcion�rio vai oferecendo e mostrando os produtos para ele (cliente) que vai s� apontando e falando, mas tudo dentro da prote��o”.

�s v�speras de retornar os atendimentos presenciais o Couve e Flor j� anunciava a volta do servi�o de buffet nas redes sociais.  Fundado h� 29 anos pela m�e e, atualmente s�cia de Filipe Assis, de 36 anos, o restaurante tem se adaptado fase a fase aos decretos da prefeitura, inicialmente atendendo os clientes pelo delivery e agora tamb�m presencialmente, no tradicional endere�o na Rua Alvarenga Peixoto, no Bairro Lourdes. "Ficamos dois meses totalmente fechados. Aos poucos, retomamos com a entrega de marmitex na porta. O card�pio contava com tr�s op��es de carne e um prato vegetariano. Logo, mantemos a retirada na porta e come�amos com a entrega do delivery. Agora, na segunda-feira, reabrimos com a op��o do almo�o dentro do restaurante ou a retirada. N�o estamos mais fazendo entregas. Estamos focados com o atendimento presencial e trabalhando com toda a seguran�a", contou. 
 
Para se readaptar, o Couve e Flor agora trabalha com o balc�o fechado e tr�s funcion�rias, Socorro, Rejane e Maninha, atendem aos pedidos e realizam a montagem dos pratos de acordo com a escolha do fregu�s.  "Fechamos o buffet com uma prote��o de acr�lico. Os clientes podem escolher as op��es e as funcion�rios os servem”.

Três funcionárias, Socorro, Rejane e Maninha, atendem aos pedidos e realizam a montagem dos pratos de acordo com a escolha do freguês (foto: Redes Sociais)
Tr�s funcion�rias, Socorro, Rejane e Maninha, atendem aos pedidos e realizam a montagem dos pratos de acordo com a escolha do fregu�s (foto: Redes Sociais)
Mas, a variedade de alimentos teve que ser reduzida. "N�o podemos desperdi�ar alimento, ent�o n�o temos mais todas a variedade que t�nhamos. Ainda n�o sabemos como vai ser o movimento. Mas, os primeiros dias foram satisfat�rios", contou. Ele disse que o restaurante tem capacidade de atender 240 pessoas. Devido ao protocolo de seguran�a, a capacidade m�xima � de 56 clientes por vez. Nos �ltimos dias, atenderam at� 40 por vez.  "Vejo que as pessoas estavam com saudade. E os clientes voltam dando muito mais valor aos mais simples h�bitos. Isso renovou a minha energia", acrescentou.


*Estagi�ria sob supervis�o da subeditora Marta Vieira


Alguns marcam o fim de um ciclo

 

Enquanto alguns restaurantes se adaptam � nova rotina, outros fecham as portas definitivamente. � o caso do restaurante self-service Jo�o Rosa, localizado na Savassi, tamb�m na Regi�o Centro-Sul. H� 25 anos atuando no mesmo endere�o sob a administra��o de Catarina das Gra�as, de 66 anos, o restaurante chegou a receber presen�as ilustres como a da diretora da Funda��o Municipal de Cultura, Berenice Menegale, e de um dos principais juristas do estado, Arist�teles Atheniense, que faleceu em julho v�tima do novo coronav�rus.

Em mar�o deste ano, a reportagem do Estado de Minas esteve no Jo�o Rosa e conversou com Catarina que na �poca, j� encarava a possibilidade do fechamento em meio � crise financeira e ao alto custo do aluguel do im�vel. Quatro meses depois, o triste progn�stico se concretizou. O restaurante que come�ou como casa de show ficar� na recorda��o dos frequentadores.

“Al�m de clientes, a gente fez muitos amigos que mantemos at� hoje. Muita coisa boa que aconteceu ali. Crian�as que frequentavam a escola ao lado e um tempo depois, voltavam ao restaurante j� casadas e com filhos”, disse Catarina.

A alguns quarteir�es de dist�ncia do Jo�o Rosa, a fachada do Kasbah, restaurante com mais de uma d�cada de atua��o e refer�ncia em culin�ria �rabe, tamb�m trocou o card�pio do dia pela placa de aluga-se. Assim como esses dois estabelecimentos, cerca de 4 mil neg�cios do setor de alimenta��o fecharam as portas em definitivo por causa da crise financeira provocada pela pandemia, segundo a Associa��o Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel). (AM)


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