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Estado de Minas CRISE

Emprego come�a a reagir na ind�stria e na constru��o

Em grandes ag�ncias de contrata��o de Minas consultadas pelo EM, h� vagas em aberto tamb�m no setor de servi�os. BH, Uberl�ndia e Itatiaiu�u puxam a demanda


16/10/2020 04:00 - atualizado 16/10/2020 07:22


Depois de acumular saldo negativo do emprego – o que significa mais demiss�es do que contrata��es – de 143.508 postos de trabalho entre mar�o e maio, sobretudo em fun��o da pandemia de COVID-19, Minas Gerais, aos poucos, assiste � recupera��o de vagas. Mas, afinal, em que �reas e locais est�o sendo abertas as oportunidades?

O Estado de Minas consultou duas das maiores ag�ncias de recrutamento de m�o de obra em Minas – a rede estadual do Sistema Nacional de Emprego (Sine/MG) e o grupo Selpe –, que observam maior rea��o das admiss�es na ind�stria e na constru��o civil, al�m da procura das empresas por profissionais em �reas estrat�gicas de gest�o e marketing.
 
De acordo com os dados sobre vagas abertas no Sine at� o dia 7, havia 4.597 oportunidades em aberto, das quais 518 para motoristas de caminh�o e 259 para pedreiros. Alimentador de linha de produ��o, servente de obras e carpinteiro tamb�m aparecem no ranking das cinco profiss�es mais demandadas.

“Minas mostrou for�a de recupera��o no mercado de trabalho no m�s de agosto. A ind�stria e a constru��o civil est�o puxando essa recupera��o, o que reflete nas vagas que est�o dispon�veis”, observa o superintendente de Gest�o e Fomento ao Trabalho e � Economia Popular Solid�ria do estado, Marcel Cardoso.

Entre as cidades que mais abriram vagas oferecidas por meio do Sine est� Uberl�ndia, no Tri�ngulo Mineiro, com 1.030 postos de trabalho a serem preenchidos. “L�, como h� muitas empresas de call center e marketing, muitas oportunidades surgem para quem est� procurando o primeiro empre- go. Por isso, Uberl�ndia tem  sempre muita vaga dispon�vel”, explica Marcel.

Uma das pessoas recentemente empregadas em Uberl�ndia � Fl�vio Ferreira J�nior, que nesta semana come�ou a trabalhar em uma choperia da cidade. A vaga � tempor�ria, mas com boas perspectivas, segundo ele, principalmente depois de passar por duas demiss�es, em mar�o e em junho deste ano. “Virei o ano trabalhando em um hotel e, no in�cio da pandemia, houve demiss�es. Fiquei um tempo parado at� conseguir (vaga) de vendedor e fui demitido novamente”, explicou.

Nesse meio-tempo, o aux�lio emergencial cobriu as despesas do filho e o restante dos gastos foi suprido com o primeiro acerto e a parcela do Fundo de Garantia do Tempo de Servi�o (FGTS) liberada neste ano. O trabalhador explicou ainda que passou por dificuldades para conseguir vaga devido � baixa oferta diante do grande n�mero de desempregados. Ele espera ser efetivado em breve. “A depender do desempenho, existe essa chance e eu j� trabalhei no ramo.”
 
 
Flávio Ferreira Júnior começou a trabalhar em uma choperia de Uberlândia nesta semana (foto: Arquivo Pessoal)
Fl�vio Ferreira J�nior come�ou a trabalhar em uma choperia de Uberl�ndia nesta semana (foto: Arquivo Pessoal)
 

J� no caso de Jo�o Alves, o medo trazido pela pandemia de COVID-19 se juntou � conhecida dificuldade de coloca��o no mercado enfrentada pelos rec�m-formados. Ele concluiu os estudos em comunica��o em dezembro de 2019 e no in�cio deste ano foi buscar a primeira vaga em sua �rea, mas ficou sete meses sem emprego. “A �ltima experi�ncia que tive foi um est�gio. Hoje, sou redator de comunica��o institucional e marketing. Esse tempo sem trabalho mexeu com a minha cabe�a, eu n�o sou mais um adolescente. Tenho minhas responsabilidades e a maior delas � ajudar em casa”, afirmou.

Atr�s de Uberl�ndia est� Belo Horizonte, que ficou na segunda posi��o, com 262 vagas em aberto, seguida por Itatiaiu�u, na regi�o metropolitana, com 219. Mariana, na Regi�o Central do estado, com 216 oportunidades, e Governador Valadares, no Vale do Rio Doce, com 205 postos de trabalho, completam a lista das cinco cidades com mais demandas por meio do Sine no estado.

N�VEL SUPERIOR 


Para os profissionais de n�vel superior que est�o em busca de emprego, a recomenda��o � pesquisar e ficar atentos � demanda de cargos estrat�gicos nas empresas. Uma das fun��es mais requisitadas � a de gerente e em �reas ligadas ao marketing. No entanto, o desafio vai al�m de conquistar um posto de trabalho: � se manter, diante do aumento da competi��o na busca por vagas. O n�mero de desempregados em Minas Gerais alcan�a 1,260 milh�o, segundo as estimativas mais recentes, de agosto.

“Est� havendo, dentro das organiza��es, uma reavalia��o das estruturas internas. Ou seja, al�m de trabalhar e entregar resultados, � exigido uma multifuncionalidade, uma efici�ncia maior, essa capacidade de se autodesenvolver”, alerta o diretor do grupo Selpe, Hegel Botinha. Os profissionais que est�o empregados, mas n�o apresentam o desempenho esperado, est�o sendo substitu�dos.

INCIPIENTE 


Agosto foi o melhor per�odo recente de cria��o de empregos formais em Minas Gerais desde o come�o da pandemia do novo coronav�rus, segundo dados do Cadastro de Empregados e Desempregados (Caged), vinculado � �rea de trabalho do Minist�rio da Economia. Com 28.339 novos postos de trabalho com a carteira assinada, o estado ficou atr�s apenas de S�o Paulo, que registrou saldo de 64.552 contrata��es.

Uma das pessoas que conseguiram preencher uma das vagas de emprego abertas em Minas foi Geisa Ara�jo Pinto. Ela, que atua como assistente de administra��o de contrato, contou como era a rotina nos cinco meses em que ficou desempregada.

“Minha busca era di�ria. Todo dia pela manh� eu fazia uma ‘varredura’ nos sites para divulgar meu curr�culo, enviando, encaminhando, enfim… a maior dificuldade que eu achei nesse per�odo foi que, al�m de as vagas divulgadas serem poucas, o n�vel de qualifica��o e exig�ncia para a �rea na qual trabalho era bem complexo. Tanto que resolvi me qualificar um pouco mais, porque, realmente, estava dif�cil nessa quest�o”, relatou Geisa.

Bruno Henrique Vieira Machado ficou mais tempo desempregado. O despachante de telefonia, que j� atuava no ramo no emprego anterior, buscou vagas por um ano, at� que neste m�s voltou ao mercado de trabalho. A principal dificuldade de Bruno, que mora com a m�e, a irm� e tr�s sobrinhas, nesse per�odo foi o pagamento do aluguel. Mas, agora, quer agarrar com unhas e dentes a oportunidade. “Agora � permanecer, fazer o meu e garantir. Quem consegue emprego tem que garantir, porque est� dif�cil. Quando sai, est� dif�cil conseguir outro”, alertou.

SEGURO-DESEMPREGO 


A recupera��o de vagas � ainda incipiente, diante da alta taxa de desemprego em Minas (12,3%) e no Brasil (13,6%). S�o cerca de 12,9 milh�es de desempregados no pa�s. Outro dado preocupante para Minas � o n�mero de pessoas que deram entrada no seguro-desemprego em agosto: 51.200.

A demanda s� perde para S�o Paulo, que foi respons�vel pelo envio de 138.397 solicita��es ao Minist�rio da Economia. A estat�stica preocupa, como enfatiza T�nia Cristina Teixeira, presidente do Conselho Regional de Economia de Minas Gerais (Corecon-MG). “O estado est� longe de ter uma recupera��o efetiva, j� que ele segue a mesma tend�ncia do desemprego no Brasil. Nessa �poca de outubro a dezembro, crescem as vagas tempor�rias por causa do Natal, mas n�o sabemos como ficar� em tempos de pandemia”, observa. Outro fato importante a ser ressaltado � a condi��o do estado de um dos maiores requerentes de seguro-desemprego. “Estamos numa situa��o intermedi�ria, depois de S�o Paulo”, alerta T�nia Cristina.

Por sua vez, Marcel Cardoso reconhece que a recupera��o de empregos em Minas � lenta, mas acredita que 2021 ser� um ano de “plena retomada”. Entre os setores que devem se destacar na gera��o de vagas, al�m da ind�stria e a constru��o civil, ele cita o com�rcio e as empresas de presta��o de servi�os. “Espera-se que os setores de com�rcio e servi�os retomem o f�lego agora, como a ind�stria e a constru��o civil t�m feito.”

Hegel Botinha prefere tratar a recupera��o como “estabilidade”, uma vez que os n�meros de demiss�es e admiss�es est�o come�ando a equilibrar. O diretor do grupo Selpe diz que os �ndices passaram a ficar balanceados depois de a��es do governo federal, como a Medida Provis�ria (MP) 936, que permitiu a suspens�o e corte de carga hor�ria nos contratos de trabalho de forma tempor�ria, e o aux�lio emergencial.

“A partir do momento em que o governo come�ou a criar os mecanismos de apoio, seja para as empresas, seja para o trabalhador, isso foi equilibrando um pouco o mercado e, automaticamente, as coisas come�aram a estabilizar”, avalia.

O desafio dos tempor�rios


Sin�nimo de resist�ncia �s crises da economia, o vendedor enfrenta momento de inde- fini��es. Em um cen�rio tradicional visto de outubro a dezembro, a fun��o ganha espa�o com as contrata��es de fim de ano, mas a pandemia afetou de forma dr�stica a economia. Outro desafio est� no avan�o do com�rcio eletr�nico durante o per�odo r�gido de quarentena. As vendas f�sicas estariam amea�adas?

Para a presidente do Conselho Regional de Economia de Minas Gerais (Corecon-MG), T�nia Cristina Teixeira, o mundo virtual pode comprometer a estrutura organizacional de vendas f�sicas. “Essa � uma tend�ncia que, realmente, em vez de resolver o problema, gerou queda abrupta, porque as empresas j� n�o precisam de tanta m�o de obra para vender. A pessoa entra no site e faz uma compra. � um cen�rio bem ruim para quem vive da atividade do com�rcio de estrutura f�sica”, afirma.

Por outro lado, o superintendente de Gest�o e Fomento ao Trabalho e � Economia Popular Solid�ria do estado, Marcel Cardoso, acredita que pode haver concilia��o entre as vendas f�sica e on-line. “Acho que o e-commerce ganhou uma fatia do mercado, mas n�o anula e n�o elimina as possibilidades do mercado do varejo. As duas coisas se conciliam e, como est� na planilha (de n�mero de vagas oferecidas), motorista de caminh�o � a principal. � o setor de log�stica mostrando a for�a da ind�stria. Ao mesmo tempo em que a internet e o meio digital v�o demandar atendimento e servi�os. Um n�o anula o outro”, conclui.
 

400 mil vagas


O trabalho tempor�rio ser� respons�vel por gerar 400 mil vagas no �ltimo trimestre deste ano, segundo proje��o da Associa��o Brasileira do Trabalho Tempor�rio (Asserttem). A entidade projeta um aumento de 28% nas contrata��es dessa modalidade de trabalho, em compara��o ao ano passado.

O primeiro semestre deste ano teve um aumento de 47,3% em rela��o a igual per�odo do ano anterior e a proje��o para o segundo � de um crescimento de 12%.

O presidente da associa��o, Marcos de Abreu, afirma que no m�s de outubro o setor da Ind�stria deve puxar as contrata��es para suprir a alta demanda do mercado, e os principais segmentos que buscam refor�os s�o: alimentos, farmac�utico, embalagens, metalurgia, minera��o, automobil�stico e agroneg�cio. J� nos meses de novembro e dezembro, o destaque ser� o com�rcio, seguido pelo setor de servi�os.


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