
Em meio ao colapso econ�mico provocado pela crise do novo coronav�rus no pa�s, as proje��es feitas pelo Mercado Livre para a Black Friday de 2020 soam ut�picas. Em 27 de novembro, data do tradicional megaevento de descontos, a plataforma argentina espera bater recorde de vendas.
N�o se trata de mero palpite, garante a empresa. Embora evitem falar de expectativas de lucros, os executivos justificam o otimismo com n�meros objetivos. Um estudo realizado pelo Mercado Livre com dados do Instituto IPSOS e da Ebit Nielsen aponta 41 milh�es de visitas ao site em um s� dia em 2020. O volume � maior que o registrado na Black Friday de 2019 - at� ent�o, auge dos acessos - quando a loja virtual recebeu 32,8 milh�es de visitantes.
N�o se trata de mero palpite, garante a empresa. Embora evitem falar de expectativas de lucros, os executivos justificam o otimismo com n�meros objetivos. Um estudo realizado pelo Mercado Livre com dados do Instituto IPSOS e da Ebit Nielsen aponta 41 milh�es de visitas ao site em um s� dia em 2020. O volume � maior que o registrado na Black Friday de 2019 - at� ent�o, auge dos acessos - quando a loja virtual recebeu 32,8 milh�es de visitantes.
Ainda de acordo com a pesquisa, 58% dos usu�rios cadastrados no e-commerce manifestaram desejo de fazer compras na campanha deste ano.“Tivemos 2,6 milh�es de novos usu�rios em nossa plataforma no Brasil somente entre abril e maio deste ano. No segundo trimestre, vimos tamb�m um crescimento de 25% no cadastro de vendedores na compara��o com o primeiro trimestre. Nossa expectativa � de que este novo p�blico, seja para comprar ou para vender, ter� experi�ncias majoritariamente satisfat�rias na Black Friday e continuar�o usufruindo da tecnologia mesmo com a supera��o da pandemia”, prev� Julia Rueff, diretora de marketplace do Mercado Livre no Brasil.
Confiante nos ganhos – n�o s� os proporcionados pela semana de promo��es – a gigante do varejo on-line anunciou investimentos bilion�rios no mercado brasileiro. At� o fim deste ano, a empresa deve injetar R$ 4 bilh�es de reais em suas opera��es no pa�s, valor j� recorde em rela��o aos anos anteriores. Para 2021, a previs�o � de que o aporte seja ainda maior, direcionado sobretudo na amplia��o da capacidade de entregas.
“Estamos ainda promovendo uma s�rie de webinars (videoconfer�ncias educacionais) direcionadas a empreendedores de dentro e de fora da nossa base. As aulas apresentam insights de toda a cadeia de neg�cios, desde gest�o de reputa��o at� dicas de atendimento. Vivemos um momento que marca uma tend�ncia praticamente irrevers�vel para o com�rcio on-line e a consolida��o de um comportamento digital dos consumidores”, avalia Julia Rueff.
Buscas no Google
Dados divulgados pelo Google em 6 de outubro desenham um cen�rio parecido. De acordo com a empresa, em 2019, a semana da Black Friday foi o pico de buscas no site para 72% das macrocategorias do varejo – eletroeletr�nicos e utilidades dom�sticas, por exemplo. A marca j� foi ultrapassada no per�odo de 26 de agosto a 22 de setembro deste ano em ao menos 19 categorias.
O interesse por itens de decora��o – cujo pico de buscas costuma ocorrer durante a semana de ofertas – � um dos destaques do levantamento. Segundo o Google, entre o fim de agosto e o fim de setembro, a procura por esses produtos cresceu 51% em rela��o a �ltima edi��o do evento. Alimentos, que n�o acusavam picos durante a Black Friday, atingiram um novo patamar de buscas. O volume de pesquisas no per�odo analisado pela empresa � 40% maior em rela��o � data de promo��es de 2019.
"A data tem acontecido h� mais tempo e o consumidor tem ficado mais maduro. Olhando o patamar a que as buscas chegaram, n�o faz sentido cair”, destacou a diretora de neg�cios para o Varejo do Google Brasil, Gleidys Salvanha, ao jornal Estado de S�o Paulo.
Descontos menores
Para o diretor do site de compara��o de pre�os do site Mercado Mineiro, Feliciano Abreu, o cen�rio projetado pelo setor de vendas on-line � at�pico e n�o pode ser atribu�do � melhora da situa��o financeira do consumidor, cujo bolso ainda est� bastante fragilizado pela pandemia. O economista v� o bom momento vivido pelo com�rcio virtual durante a Black Friday como reflexo da consolida��o do e-commerce no Brasil.“A ades�o do consumidor �s compras virtuais � uma situa��o tida como inevit�vel h� muitos anos, mas foi acelerada durante a pandemia, por causa do fechamento das lojas f�sicas. Isso fez com que mais pessoas se aventurassem pelas lojas virtuais e perdessem o receio das transa��es eletr�nicas”, avalia o economista.
Na vis�o do analista, outro fator que deve contribuir para o sucesso das vendas on-line na Black Friday � a cautela do consumidor que, sem dinheiro, deixou as compras para o per�odo de promo��es. Abreu, no entanto, acredita que os descontos oferecidos em alguns segmentos podem decepcionar.
De acordo com ele, mercadorias com giro maior, como as vendidas em supermercados, devem ser ofertadas com descontos bem mais modestos em rela��o ao ano passado, j� que os produtos do g�nero aliment�cio foram fortemente pressionados por fatores como a alta do d�lar e das exporta��es.
“O comerciante vendeu isso o ano inteiro, pois s�o itens de primeira necessidade. Portanto, n�o tem estoques de antes da pandemia, comprados a pre�os mais baixos para desovar. Logo, ele n�o vai conseguir vender uma cerveja premium a R$ 4 reais, por exemplo, como p�de fazer em 2019. O pre�o de custo dela, em 2020, deve ser pr�ximo disso”, pondera o diretor do Mercado Mineiro.
Quem busca os eletroeletr�nicos deve aproveitar melhor a data. “Dif�cil prever, mas imagino que muitas lojas on-line possam estar com estoques encalhados, adquiridos antes da pandemia. Com a crise, muitos empreendedores sentem necessidade de fazer caixa nesse momento. Assim, pode ser que, por necessidade de ver algum dinheiro entrar r�pido, muitos ofere�am descontos bastante atrativos”.