
Especialmente as carnes, que acumularam alta de at� 40% entre janeiro e outubro, segundo pesquisa divulgada na quarta-feira (21) pelo Mercado Mineiro. Nem as hortali�as escaparam dos aumentos, que ultrapassaram 100% entre setembro e outubro.
O economista Feliciano Abreu, diretor do Mercado Mineiro, explica por que nem a mais poderosa tesoura do capital ser� capaz de cortar as asas do drag�o desta vez.
De acordo com o analista, a Black Friday �, por excel�ncia, data de desova de produtos encalhados no estoque dos comerciantes que, na �ltima sexta-feira de novembro, reduzem os pre�os para acelerar as vendas e, assim, adquirir mercadorias novas para renovar as vitrines para o Natal.
De acordo com o analista, a Black Friday �, por excel�ncia, data de desova de produtos encalhados no estoque dos comerciantes que, na �ltima sexta-feira de novembro, reduzem os pre�os para acelerar as vendas e, assim, adquirir mercadorias novas para renovar as vitrines para o Natal.
Os supermercados, por�m, costumam acumular poucos estoques, pois vendem sobretudo itens de primeira necessidade, que s�o de alto giro.
“O supermercadista, portanto, n�o tem muitos produtos comprados antes da pandemia para queimar. Se, na �ltima Black Friday, ele conseguia vender uma picanha a menos de R$ 28 reais e uma cerveja premium por R$ 4, por exemplo, hoje, � improv�vel que ele consiga fazer isso, pois o pre�o de custo desses artigos deve estar bem pr�ximo disso”, pondera Abreu.
“O supermercadista, portanto, n�o tem muitos produtos comprados antes da pandemia para queimar. Se, na �ltima Black Friday, ele conseguia vender uma picanha a menos de R$ 28 reais e uma cerveja premium por R$ 4, por exemplo, hoje, � improv�vel que ele consiga fazer isso, pois o pre�o de custo desses artigos deve estar bem pr�ximo disso”, pondera Abreu.
Dos vinhos ao arroz com feij�o de cada dia, esclarece o economista, pouqu�ssimos alimentos foram poupados da alta dos pre�os. Um dos principais fatores de press�o � a valoriza��o do d�lar, moeda em que s�o negociados insumos usados na fabrica��o de v�rios mantimentos.
Outro � o aumento das exporta��es. Com a pandemia da COVID-19, a produ��o de muitos pa�ses foi severamente afetada, o que levou o Brasil a bater recordes no com�rcio exterior.
Entre vender para o mercado interno e exportar para a China, por exemplo, que paga em d�lar, os produtores t�m feito a segunda op��o, provocando redu��o da oferta de mercadorias e consequente subida de pre�os. � o velho jogo da oferta e procura.
Entre vender para o mercado interno e exportar para a China, por exemplo, que paga em d�lar, os produtores t�m feito a segunda op��o, provocando redu��o da oferta de mercadorias e consequente subida de pre�os. � o velho jogo da oferta e procura.
“Para piorar, a corrida aos supermercados aumentou muito durante a pandemia, j� que as pessoas passaram a ficar mais em casa. O consumo nos bares, restaurantes e eventos, fechados por v�rios meses, em grande parte, migrou para esses estabelecimentos. Temos, portanto, um dos poucos segmentos que cresceram nos �ltimos nove meses. Ent�o, digamos que este n�o � um setor que est� desesperado atr�s do consumidor, disposto a fazer loucuras para atra�-lo”, avalia o economista.
CONCORR�NCIA
N�meros divulgados pela Associa��o Mineira de Supermercados (AMIS) em 18 de agosto parecem corroborar esta percep��o. Segundo a entidade, o setor supermercadista de Minas encerrou o primeiro semestre deste ano com incremento de 9,34% nas vendas. Conforme a Amis, toda a cesta de compras apresentou demanda elevada nos supermercados.
Para o empres�rio Gilson de Deus, no entanto, a situa��o n�o � t�o confort�vel. “N�o a ponto de podermos dispensar clientes”, argumenta o dono do Supermercado 2B, situado no Bairro Prado, Regi�o Oeste de Belo Horizonte
“Se, por um lado, passamos a vender mais com a pandemia, por outro, a concorr�ncia aumentou. Em toda esquina, agora, se v� um supermercado novo. A Black Friday acaba virando uma batalha de descontos entre as empresas, a fim de conquistar o fregu�s”, diz o supermercadista.
“Se, por um lado, passamos a vender mais com a pandemia, por outro, a concorr�ncia aumentou. Em toda esquina, agora, se v� um supermercado novo. A Black Friday acaba virando uma batalha de descontos entre as empresas, a fim de conquistar o fregu�s”, diz o supermercadista.
Ele admite, no entanto, que os descontos dessa semana de oferta ser�o menos agressivos em rela��o a 2019. “Ano passado, conseguimos baixar at� 30% do valor. Esse ano, as margens j� est�o muito pressionadas. Na m�dia, os descontos v�o ficar em torno de 15% e 20%”, afirma o empreendedor.
Entre os produtos que devem ter maior abatimento, ele cita sucos, leite, queijos e vinhos, com redu��es de at� 20%. “Na v�spera da Black Friday, o fornecedor tamb�m costuma baixar os pre�os. Nesse caso, repassamos esse abatimento ao consumidor, o que amplia as promo��es. Muito em breve, teremos dimens�o de como isso vai ser”, diz Gilson de Deus.