
O desemprego bateu um novo recorde no pa�s, diante da crise instalada pela pandemia do novo coronav�rus. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE), o desemprego avan�ou para 14,6% no terceiro trimestre deste ano. Com isso, subiu para 14,1 milh�es o n�mero de brasileiros que est�o sem trabalho.
Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domic�lios Cont�nua (Pnad Cont�nua) do IBGE, 1,3 milh�o de brasileiros entraram na fila do desemprego no terceiro trimestre deste ano. Isso porque, no segundo trimestre deste ano, o desemprego era de 13,1% e atingia 12,8 milh�es de pessoas.
A Pnad Cont�nua tamb�m revelou uma taxa recorde de 30,3% de subutiliza��o, mostrando que, al�m de 14,1 milh�es de desempregados, o Brasil tem 33,2 milh�es de trabalhadores subutilizados. De acordo com a pesquisa, ainda existem 5,9 milh�es de desalentados no pa�s, outro recorde da s�rie hist�rica, iniciada em 2012.
Cria��o de empregos
A Pnad Cont�nua foi divulgada nesta sexta-feira (27/11) pelo IBGE, apenas um dia depois de o governo comemorar o resultado do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), que apontou a cria��o recorde de 394.989 vagas com carteira assinada no pa�s em outubro, pelo quarto m�s consecutivo.
A diferen�a entre os dados se explica porque o Caged considera apenas o mercado de trabalho formal. J� a Pnad Cont�nua analisa tamb�m a situa��o dos trabalhadores sem carteira assinada, dos trabalhadores por conta pr�pria, dos trabalhadores dom�sticos e dos funcion�rios p�blicos.
A pesquisa do IBGE mostrou ainda que, apesar da gera��o positiva de vagas do Caged, o n�mero de empregados com carteira de trabalho assinada no setor privado caiu 2,6% em rela��o ao segundo trimestre, o que representa uma redu��o de 788 mil vagas de trabalho entre julho e setembro. Al�m disso, a Pnad Cont�nua constatou que s� a constru��o civil e a agricultura conseguiram ampliar o contingente de trabalhadores entre julho e setembro. Todas as outras atividades econ�micas mostraram redu��o ou estabilidade do n�vel de emprego.
Fim do isolamento
Analista da pesquisa, Adriana Beringuy diz que a flexibiliza��o do isolamento social tamb�m contribui com a alta do desemprego. "Em abril e maio, as
medidas de distanciamento social ainda influenciavam a decis�o das pessoas de n�o procurarem trabalho. Com o relaxamento dessas medidas, come�amos a perceber um maior contingente de pessoas em busca de uma ocupa��o”, explicou.
A pesquisadora do IBGE ainda ressaltou que o avan�o do desemprego foi sentido em quase todo o pa�s. “A taxa de desocupa��o, na compara��o trimestral, subiu em dez unidades da Federa��o, permanecendo est�vel nas demais. Ou seja, nenhuma unidade da Federa��o do pa�s conseguiu mostrar uma retra��o dessa taxa no terceiro trimestre. Isso mostra que todos os estados tiveram, de alguma forma, o mercado de trabalho bastante afetado”, apontou.
No Distrito Federal, por exemplo, o �ndice de desocupa��o bateu 15,6%, acima da m�dia nacional. Os maiores �ndices de desocupa��o, contudo, est�o no Nordeste. Por isso, a taxa de de desemprego da regi�o � ainda maior: 17,9%. A menor taxa regional � a do Sul: 9,4%.
Ainda de acordo com o IBGE, o desemprego tamb�m afeta de forma mais intensa os pretos (19,1%), as mulheres (16,8%) e os jovens (31,4% entre os jovens de 18 a 24 anos de idade). Para Adriana, os dados mostram que "a diferen�a permanece" no mercado de trabalho. "Pretos e pardos t�m taxa de desocupa��o maior e isso pode estar ligado � quest�o da baixa escolaridade dessa popula��o e tamb�m de um maior n�vel de pessoas fora da for�a nessa popula��o", comentou.
