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Estado de Minas ECONOMIA

Para economistas, desemprego pode ir a 17% em 2021

Movimentos como a gradual redu��o do isolamento social e do aux�lio emergencial tendem a fazer com que os trabalhadores voltem a procurar trabalho, aumentando o n�mero de desocupados


28/11/2020 07:00 - atualizado 28/11/2020 09:20

(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
Apesar dos sinais de recupera��o da economia, a taxa de desemprego chegou a 14,6% no terceiro trimestre, uma alta de 1,3 ponto porcentual na compara��o com o per�odo anterior (13,3%). Foi o pior resultado na s�rie hist�rica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domic�lios Cont�nua (Pnad Cont�nua), iniciada em 2012 pelo IBGE. O total de desempregados no Pa�s � estimado em 14,1 milh�es de pessoas. Dos Estados pesquisados, a taxa subiu em dez, com destaque para o Nordeste.

Pelos dados do IBGE, foram fechadas 883 mil vagas no terceiro trimestre. Ao mesmo tempo, a flexibiliza��o das medidas de distanciamento social para conter a COVID-19 levou um n�mero maior de pessoas a procurar por novo trabalho. A combina��o desses dois movimentos fez com que o n�mero de desempregados aumentasse em 1,302 milh�o de pessoas na compara��o com o final do segundo trimestre.

Segundo economistas ouvidos pelo Broadcast/Estad�o, houve melhora na passagem de agosto para setembro, mas o cen�rio do mercado de trabalho ainda � de "fragilidade". Os dados divulgados pelo IBGE confirmam o aumento da taxa de desemprego, j� esperado por causa de peculiaridades da pandemia.

Uma delas � que muitos trabalhadores que perderam seus trabalhos, formais ou informais, haviam desistido de procurar uma atividade. Pela metodologia internacional, seguida pelo IBGE, s� � considerada desocupada a pessoa que tomou alguma atitude para buscar trabalho. Com a redu��o do isolamento social, � natural que, m�s a m�s, cada vez mais trabalhadores voltem a procurar trabalho. Quem n�o encontra, � considerado desocupado.

O movimento se intensificar� � medida que mais restri��es ao contato social forem sendo retiradas. Com a redu��o do aux�lio emergencial de R$ 600 para R$ 300 por m�s, e sua posterior retirada a partir de janeiro, mais pessoas ser�o impelidas a procurar trabalho. Economistas projetam que a taxa de desemprego deve subir para perto de 17% no ano que vem.

"No trimestre m�vel at� outubro, que captura mais ao menos a perspectiva de redu��o da parcela (do aux�lio), o retorno deve ser maior e o desemprego deve subir com mais for�a", disse Jo�o Leal, economista da Rio Bravo Investimentos.

O estrago da pandemia j� era captado na taxa composta de subutiliza��o, esp�cie de indicador ampliado de desemprego, que considera tamb�m os trabalhadores que n�o procuraram uma vaga, mas gostariam de trabalhar. No terceiro trimestre, essa taxa ficou em 30,3% - tamb�m recorde. Na pr�tica, 33,179 milh�es de brasileiros est�o sem trabalho, o equivalente � popula��o de Angola, um salto de 20,9% sobre o terceiro trimestre de 2019.
Por isso, alguns economistas dizem que, na pr�tica, o desemprego j� est� a�. O crescimento da taxa se dar� apenas por uma quest�o metodol�gica.

Para reverter o quadro, seria preciso recuperar as vagas, formais e informais, perdidas na crise, mas, conforme os dados do IBGE, o terceiro trimestre ainda foi de perdas. Na passagem do primeiro trimestre para o segundo, a pandemia abateu 8,876 milh�es de postos, entre formais e informais, como sinaliza a varia��o da popula��o ocupada total, que tombou 9,6%. J� no terceiro trimestre, o total de ocupados ficou em 82,464 milh�es, 1,1% abaixo do segundo trimestre, indicando o corte de mais 883 mil vagas.

Economistas especializados fazem contas para chegar a dados "mensalizados", que mostram cria��o de vagas em agosto e setembro, ainda que em escala insuficiente para recuperar as perdas, ressaltou Daniel Duque, do Instituto Brasileiro de Economia da Funda��o Getulio Vargas (Ibre/FGV). S� que, com os dados de julho, isso n�o aparece no trimestre como um todo.

Mesmo assim, para Adriana Beringuy, gerente da Pnad Cont�nua, a redu��o no ritmo trimestral de fechamento de vagas j� pode ser considerada um processo de melhora. Na passagem do segundo para o terceiro trimestre, s�o 870 mil trabalhadores informais a mais ocupados, indicando que a flexibiliza��o do isolamento social permitiu que uma parte dos informais voltasse �s ruas.

Sem essa alta, o n�mero total de fechamento de vagas no terceiro trimestre seria ainda maior. A varia��o da popula��o ocupada aponta para o fechamento de 788 mil postos formais ante o segundo trimestre. (Colaborou C�cero Cotrim)

As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.


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