
Em 2020 tudo est� diferente. E o Natal n�o foge � regra. Ainda que o perigo do coronav�rus seja uma realidade, com cuidado d� para aproveitar a data com seguran�a. Realizar uma celebra��o mais intimista, sem tantos convidados, � uma das medidas para comemorar de forma menos arriscada. A ceia e as tradi��es familiares v�o acontecer, mesmo com a pandemia, mas para muita gente em formato reduzido. Um cen�rio que reflete diretamente nos pedidos para as ceias que muitas empresas oferecem, mudando os tipos de encomenda neste per�odo em particular.
Na Rivadavia Gourmet, as ceias de Natal encolheram de tamanho - agora s�o procuradas para quantidades menores de pessoas. At� 2019, como conta a propriet�ria, Carla Rivadavia, as demandas eram para cestas para, no m�nimo, dez convidados, chegando at� uma m�dia de 25 pessoas. Agora, os pedidos s�o para ceias para de duas a cinco pessoas. O volume de encomendas aumentou, mas, considerando a quatidade de convidados, a conta vai no caminho oposto.
"Em 2020 n�o chegamos nem perto do que era no ano passado. Os pedidos dobraram, mas o n�mero de convidados caiu", diz. O pre�o individual da ceia � de R$ 80, o mesmo de antes. A empres�ria diz que manteve o valor para n�o perder a clientela, por�m, com o aumento dos pre�os dos itens da ceia, agora tem que fazer malabarismo para conseguir reunir os produtos sem reajustar o custo para os clientes. "Estou pesquisando para encontrar valores mais acess�veis", conta.
No Sentido do Gosto, empresa especializada em massas, o modo de fornecer as ceias para o Natal mudou com a pandemia. S�o quatro lojas em Belo Horizonte. Em situa��es normais, o cliente vai � loja, leva seu pirex, onde o prato � montado, para que ele busque, em um segundo momento, j� pronto. A fim de fixar a ida do cliente � loja apenas uma vez, a marca agora entrega somente o produto (massa e molho � escolha), embalados � v�cuo, para montagem direta na casa do consumidor. "Estamos tamb�m incentivando as pessoas a buscarem seus pedidos com anteced�ncia, para evitar aglomera��es nas lojas", diz o s�cio, Julio Jacques.
Outra mudan�a observada pelo empres�rio � a diminui��o nas quantidades de itens para a ceia. "As pessoas vinham, compravam a massa e complementavam com outros tipos de carne. Agora, estamos vendo a op��o por apenas um tipo de carne." Os grupos de 15 a 20 pessoas normalmente reunidas para as ceias, em 2020 est�o dilu�dos entre pessoas do conv�vio familiar mais pr�ximo e direto. "Costum�vamos ter encomendas para dois a tr�s pirex, agora para apenas um. Um pirex geralmente tem dois quilos, e criamos uma linha especial fam�lia para o Natal, de 1,5 quilos", continua Julio.
L�cia Cattoni � propriet�ria da Quitanda da Serra, que funciona em Belo Horizonte h� 21 anos. No card�pio para a ceia de Natal, oferece carnes, frutas caramelizadas, massas, acompanhamento e saladas. O pre�o por pessoa � R$ 55. Em situa��es normais, as ceias eram feitas para entre dez a 30 pessoas. Agora, com a pandemia, e empres�ria tem fornecido ceias para entre tr�s a seis pessoas, em m�dia, e muitas vezes tamb�m individuais. Ela conta que, raramente, tem pedido para dez pessoas. "Tenho visto muitos clientes que acabaram de sair do hospital, v�o passar a noite de Natal sozinhos, e pedem mais como um jantar especial, diferente da ceia tradicional", diz L�cia.
O n�mero de pedidos at� aumentou, mas o tamanho da ceia � muito menor. "Algumas vezes, o cliente at� rev� o pedido. Pede primeira para dez pessoas, depois liga para diminuir. As pessoas est�o cada vez mais conscientes de que neste ano o Natal precisa ser dessa forma", acrescenta. Pela perspectiva, enquanto lojista, o fato de ter sobrevivido � pandemia j� � motivo para comemorar. "Muita gente teve que fechar as portas", finaliza L�cia.