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Estado de Minas COVID-19

Fim do aux�lio emergencial gera alerta na economia

Especialistas temem aumento da extrema pobreza e da taxa de desemprego no Brasil. �ltima rodada de pagamentos do benef�cio come�ou ontem


22/12/2020 06:00 - atualizado 22/12/2020 18:02

Última parcela do benefício criado pelo governo federal para tentar amenizar o impacto da pandemia será paga no dia 29(foto: Leandro Couri/EM/D.A Press - 2/9/20)
�ltima parcela do benef�cio criado pelo governo federal para tentar amenizar o impacto da pandemia ser� paga no dia 29 (foto: Leandro Couri/EM/D.A Press - 2/9/20)


Milh�es de brasileiros v�o come�ar 2021 sem saber como v�o pagar as contas. O aux�lio emergencial est� chegando ao fim sem que o governo federal tenha conseguido tirar do papel o plano de criar um novo programa social para substituir a renda extra criada para amenizar os efeitos da pandemia.

Economistas j� projetam avan�o da pobreza, aumento do desemprego e desacelera��o do crescimento econ�mico brasileiro no in�cio de 2021. Para quem depende do rendimento emergencial, o desespero come�ou a ser percebido nos �ltimos dias, quando filas voltaram a se formar nas ag�ncias da Caixa Econ�mica Federal nos dias de dep�sito do aux�lio emergencial. Entre as fam�lias que recebem o benef�cio, 36% n�o t�m outra fonte de renda, segundo pesquisa Datafolha publicada nessa segunda-feira (21).

O governo federal tem afirmado que outros fatores v�o compensar a retirada do aux�lio emergencial na economia. No dia em que o Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE) informou que o PIB do Brasil cresceu 7,7% no terceiro trimestre, por exemplo, a Secretaria de Pol�tica Econ�mica (SPE) do Minist�rio da Economia disse que “a retomada da atividade e do emprego, que ocorreu nos �ltimos meses, compensar� a redu��o dos aux�lios.

Economista e pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia da Funda��o Getulio Vargas (FGV/Ibre), Daniel Duque calcula que a extrema pobreza, que j� atinge 13,6 milh�es de brasileiros, vai crescer e pode at� dobrar no in�cio de 2021. “O fim do aux�lio emergencial vai colocar mais cinco milh�es de pessoas na pobreza e na extrema pobreza em rela��o ao per�odo anterior da pandemia, porque o mercado de trabalho ainda est� longe de se recuperar, principalmente para a popula��o informal”, explica.

Duque calcula que a extrema pobreza, que considera as pessoas que vivem com menos de US$ 1,90 por dia, atingia 6,9% da popula��o brasileira em 2019 e caiu para 3,3% em meio � pandemia, devido ao aux�lio emergencial. Por�m, pode alcan�ar algo em torno de 10% a 15% dos brasileiros no pr�ximo ano, atingindo mais de 20 milh�es de pessoas.


Mercado de trabalho


Segundo o professor de economia do Insper e CEO da Siegen, Fabio Astrauskas, o desemprego pode chegar a 20% em 2021, com a entrada de 7 milh�es de brasileiros na busca por uma ocupa��o. Isso significa que o n�mero de pessoas que est�o na fila do desemprego no pa�s saltaria dos atuais 14,1 milh�es para cerca de 20 milh�es.

Astrauskas explica que, nos �ltimos 12 meses, 13,7 milh�es de pessoas sa�ram da for�a de trabalho e calcula que pelo menos metade desse contingente vai voltar a pressionar a taxa de desemprego devido ao fim do aux�lio emergencial. “H� um grupo de desalentados que est� fora do mercado de trabalho, porque sabe que est� dif�cil encontrar emprego e est� recebendo a ajuda do governo, mas que deve voltar a procurar uma vaga assim que o aux�lio emergencial terminar”, explica o economista.

Ele diz que boa parte dessas pessoas corre o risco de n�o conseguir um emprego logo no in�cio do ano, j� que o mercado de trabalho e a economia brasileira n�o devem se recuperar t�o rapidamente. “N�o vamos conseguir gerar tanto emprego num curto espa�o de tempo. Ent�o, o aumento do desemprego ser� uma consequ�ncia direta do fim do aux�lio emergencial”, alerta.

Com desemprego em alta e o aumento da pobreza, os economistas tamb�m preveem uma barreira a mais para o consumo e a recupera��o econ�mica. Por isso, projetam que a atividade econ�mica, que vem se recuperando do baque provocado pela pandemia nos �ltimos meses, deve desacelerar no in�cio do pr�ximo ano, at� que o governo consiga destravar as quest�es fiscais e as reformas estruturantes, que, hoje, impedem o aumento dos investimentos p�blicos e privados.

Queda no varejo


Setor mais beneficiado pelo impulso do aux�lio emergencial, o com�rcio j� viu o ritmo de recupera��o desacelerar ap�s a redu��o do benef�cio de R$ 600 para R$ 300. Por isso, tenta se preparar para a retirada total do aux�lio no in�cio do pr�ximo ano. “A tend�ncia � de taxas menos positivas do que as dos �ltimos meses”, admite o economista da Confedera��o Nacional do Com�rcio (CNC) F�bio Bentes.

Ele lembra que, al�m do fim do aux�lio emergencial e do desemprego elevado, o recrudescimento da pandemia pode contribuir para a redu��o do consumo. Por isso, acredita que a atividade econ�mica vai andar de lado no in�cio do pr�ximo ano.

Diretor-executivo da Institui��o Fiscal Independente do Senado (IFI), Felipe Salto refor�a que “a economia pode ter um ano muito ruim do ponto de vista do PIB e do crescimento” caso haja um recrudescimento da pandemia, j� que, hoje, n�o h� margem no Or�amento para novas despesas — problema que fez o governo adiar para o pr�ximo ano a discuss�o sobre a PEC Emergencial, proposta de emenda � Constitui��o que poderia liberar algum espa�o do Or�amento para a cria��o do substituto do Bolsa-Fam�lia. *Estagi�rias sob supervis�o do subeditor Rafael Alves


Solu��o tempor�ria que foi prorrogada


Publicada em 2 de abril de 2020, a lei do aux�lio emergencial afirmava que o benef�cio duraria apenas tr�s meses. Al�m disso, os benefici�rios do programa Bolsa-Fam�lia j� estariam automaticamente cadastrados no mesmo. Na �poca, o presidente chegou a informar que o aux�lio ajudaria 54 milh�es de pessoas.

Al�m do aux�lio, tamb�m foi criado o aplicativo Caixa Auxilio Emergencial para que os requisitantes pudessem efetuar o cadastro e receber o benef�cio. Durante os primeiros dias, v�rios usu�rios relataram problemas t�cnicos no sistema at� 8 de junho, dia em que as ag�ncias dos Correios em todo o Brasil tamb�m foram habilitadas para apoiar os benefici�rios.

Em 1º de setembro, o presidente Jair Bolsonaro anunciou a prorroga��o do aux�lio emergencial at� dezembro, com quatro parcelas adicionais de R$ 300. “O valor definido agora � um pouco superior a 50% do Bolsa-Fam�lia. Ent�o, n�s decidimos aqui, at� atendendo � economia em cima da responsabilidade fiscal, fixar em R$ 300”, informou na ocasi�o.


Calend�rio final


» Neste �ltimo m�s de pagamento, os benefici�rios do programa receber�o os R$ 300 at� o dia 29

» Quem nasceu entre janeiro e outubro, receber� at� sexta-feira, 25

» Os demais pagamentos ser�o realizados no dia 28

» Para quem nasceu em novembro, no dia 29


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