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Nova Lima: cerveja e culin�ria despontam na terra do min�rio

Munic�pio completa 320 anos de funda��o e tem muito a comemorar. Famoso pela extra��o mineral, investe no setor de servi�os e j� tem economia diversificada


05/02/2021 06:00 - atualizado 05/02/2021 12:46

O polo cervejeiro de Nova Lima fica atrás apenas do Bairro Anchieta, em Porto Alegre, em destaque nacional(foto: Arquivo Pessoal)
O polo cervejeiro de Nova Lima fica atr�s apenas do Bairro Anchieta, em Porto Alegre, em destaque nacional (foto: Arquivo Pessoal)


A maior parte da hist�ria do desenvolvimento de Nova Lima, que comemora hoje 320 anos de funda��o e 130 anos de independ�ncia administrativa, est� ligada � minera��o. Desde o s�culo 18, a regi�o � famosa em Minas e no Brasil pela extra��o de ouro e mais recentemente, na d�cada de 50 do s�culo 20, pelo min�rio de ferro.

Al�m das atividades mineradoras, cidades como Nova Lima buscam h� anos alternativas para diversificar a economia. O munic�pio da Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte � um exemplo desse esfor�o, e desde a segunda metade do s�culo passado passou a investir para se tornar refer�ncia em gastronomia, cervejaria, ecoturismo, agroneg�cio e artesanato. Apesar de recentes, essas atividades atraem cada vez mais investimento, que se aproveita das caracter�sticas locais, e ainda t�m potencial para crescer. 

A regi�o onde hoje fica Nova Lima come�ou a ser explorada no s�culo 18, a partir da chegada do bandeirante Domingos Rodrigues da Fonseca Leme em busca de ouro. O primeiro nome da cidade foi Campos do Congonhas, que depois virou Congonhas das Minas de Ouro, por causa da explora��o do metal.

Por um per�odo, foi distrito de Sabar�, at� se tornar Vila Nova de Lima, em homenagem ao poeta Augusto de Lima, nascido na cidade. Em 1923, recebeu o nome que carrega at� hoje. 

O desenvolvimento de Nova Lima deslanchou com a descoberta da Mina de Morro Velho, por volta de 1720, que passou a ser explorada pela fam�lia Freitas. Em 1830, incapaz de continuar com a explora��o de ouro, o Padre Ant�nio de Freitas vendeu a mina, que eventualmente foi comprada pela empresa inglesa Saint John Del Rey Mining Company. A presen�a da companhia na cidade, at� 1958, explica a influ�ncia da cultura brit�nica em Nova Lima.

O controle da opera��o foi vendido para brasileiros, que por volta do mesmo per�odo passaram a explorar o min�rio de ferro nas terras. 

Fontes de renda


Apesar do longo hist�rico, a cidade n�o ficou dependente da minera��o, j� que os impostos pagos pela atividade contribuem para a diversifica��o da economia local, na vis�o do diretor presidente do Instituto Brasileiro de Minera��o (Ibram), Fl�vio Penido. Em 2020, a atividade contribuiu com R$ 127,4 milh�es em Compensa��o Financeira pela Explora��o de Recursos Minerais (CFEM) para o munic�pio.

“Isso tem permitido que a cidade de Nova Lima invista em outros setores e est� criando uma s�rie de outras fontes de renda que s�o mais ligadas a servi�o e n�o apenas � minera��o”, afirma o dirigente. 

O diretor-presidente do Instituto ainda defende que, se n�o fosse a atividade, muitas �reas de mata atl�ntica n�o estariam mais preservadas. Penido afirma que as mineradoras fazem acordos para manter a integridade e recuperar �reas verdes nas terras de que s�o propriet�rias. Mesmo com a preocupa��o com a diversifica��o econ�mica, o dirigente acredita que a explora��o miner�ria em Nova Lima est� longe de se esgotar.

“Nova lima produz os dois minerais que s�o mais exportados pelo Brasil: min�rio e ouro. Esses dois tiveram no ano de 2020 uma valoriza��o enorme. A tend�ncia � que isso seja mantido e a cidade vai ter durante muitos anos participa��o forte. Ainda temos muitos anos de explora��o e potencial para aumentar as reservas”, afirma. 


Cervejarias



Marco Falcone, diretor da Abracerva, estima que as cervejarias do polo produzem 20 mil litros por mês e empregam cada uma 15 empregados, em média, em toda a cadeia produtiva(foto: Arquivo pessoal)
Marco Falcone, diretor da Abracerva, estima que as cervejarias do polo produzem 20 mil litros por m�s e empregam cada uma 15 empregados, em m�dia, em toda a cadeia produtiva (foto: Arquivo pessoal)
Um dos esfor�os do poder p�blico da cidade que possibilitou o desenvolvimento de um polo de refer�ncia no Brasil foi a chamada Lei da Artesania, que permitiu a produ��o artesanal em �reas n�o industriais. Essa medida atraiu principalmente cervejarias artesanais no in�cio dos anos 2000, que hoje se concentram no Bairro Jardim Canad�.

“No in�cio eram quatro e hoje s�o mais de 20”, conta Marco Falcone, vice-presidente do Sindicato das Ind�strias de Bebidas em Geral de Minas Gerais (Sindbebidas), presidente da Federa��o Brasileira das Cervejarias Artesanais (Febracerva). Falcone, que tamb�m � dono da Falke Bier, instalada em Ribeir�o das Neves, afirma que o setor antecipou que um movimento de renascimento das cervejas artesanais no mundo tamb�m viria para o Brasil. 

“Houve essa facilita��o do registro municipal, foi uma jogada muito interessante da prefeitura. N�o existe nada com rela��o ao clima, �gua de Nova Lima. Como na �poca s� a cidade permitia, BH por exemplo n�o permitia, houve essa concentra��o”, afirma. O polo cervejeiro de Nova Lima fica atr�s apenas do Bairro Anchieta, em Porto Alegre, em destaque nacional. 

Gastronomia


Apesar de dificuldades com rela��o � infraestrutura, como fornecimento de energia e �gua, Falcone acredita que o setor � exemplar, e permitiu um crescimento da economia local, especialmente pela rela��o com o segmento gastron�mico.

O dirigente estima que as cervejarias do polo produzem 20 mil litros por m�s e empregam cada uma 15 empregados, em m�dia, em toda a cadeia produtiva.

Al�m das cervejas artesanais, a gastronomia de Nova Lima � representada por dois alimentos tradicionais: a queca e a lamparina. A queca � derivada de um bolo de natal ingl�s com frutas cristalizadas. J� a lamparina � uma adapta��o com coco do pastel de Bel�m portugu�s. O doce passou a ser patrim�nio imaterial da cidade em 2016. A venda dos produtos atrai turistas e serve de complementa��o de renda para produtores de artesanato, por exemplo. 

No distrito de S�o Sebasti�o de �guas Claras, mais conhecido como Macacos, se instalou um polo gastron�mico h� pelo menos 15 anos. Impulsionada pelo turismo e a cervejaria, a regi�o atrai investimento de quem v� oportunidade de crescer e realizar sonhos.

A chef Rossely Cassiano é sócia do Benedito Gastrobar, em Macacos, distrito de Nova Lima, inaugurado em 2018(foto: Luan Jerônimo/Divulgação)
A chef Rossely Cassiano � s�cia do Benedito Gastrobar, em Macacos, distrito de Nova Lima, inaugurado em 2018 (foto: Luan Jer�nimo/Divulga��o)


A chef Rosely Cassiano, s�cia do Benedito Gastrobar, inaugurado em 2018, trabalhou com servi�o de buf� em Belo Horizonte por 10 anos. O filho, Rodrigo, sempre pensou em se mudar para Macacos e abrir um neg�cio na regi�o. “A gente procurou um lugar para construir e come�ar do zero. Paramos onde hoje � nosso restaurante para tomar um lanche e bateu aquela coisa de que era aquele o lugar”, conta. Ela ent�o fundou o restaurante em sociedade com o filho, a nora Daniela e a outra filha, Iara. 

“Foi uma oportunidade bem aproveitada, estou realizando um sonho. O clima � maravilhoso, as pessoas s�o muito receptivas. Converso com meus clientes e recebo um retorno muito bom”, diz a chef. Ela lamenta que, em 2019, com a trag�dia da barragem em Brumadinho, e em 2020 com a pandemia de coronav�rus, todo o potencial do neg�cio n�o p�de ser desenvolvido.

Assim que os reflexos da crise passarem, ela acredita que o setor tem muito a crescer em Macacos. “Ainda vai ser um grande centro gastron�mico. Tem crescido e a gente luta para que isso melhore cada vez mais”, afirma. 

Sa�de


Nova Lima tamb�m se destaca na �rea de sa�de, especialmente na �rea do Bairro Vila da Serra. A regi�o abriga o Biocor, fundado h� 35 anos. No final dos anos 70, o doutor Mario Vrandecic, fundador do Biocor Instituto, escolheu a cidade como sede para pesquisa e desenvolvimento de produtos cardiovasculares.

Ele sentiu o potencial da regi�o para o segmento e iniciou a constru��o do Biocor em 1985, especializado em cardiologia. Depois, o hospital passou por amplia��es que o credenciaram como geral. 

Segundo a m�dica Erika Corr�a Vrandecic, cardiologista do Biocor, o trabalho de excel�ncia “deu proje��o e permitiu a positiva evolu��o da regi�o do Vila da Serra na �rea da sa�de”. “o Biocor orgulha-se de ter participado de forma ativa e determinante para o desenvolvimento da regi�o, redobrando, para o futuro, o �nimo e a disposi��o da Institui��o de continuar contribuindo positivamente para aprimorar seus servi�os na assist�ncia � sa�de da popula��o”, afirma. 


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