
A Pol�cia Civil cumpriu nesta quarta-feira (24/3) mandados de pris�o tempor�ria contra dois homens, de 39 e 60 anos, suspeitos de gerenciar um esquema de pir�mide a partir de uma financeira instalada no Bairro Inconfid�ncia, Regi�o Noroeste de Belo Horizonte. A pol�cia, agora, tenta confirmar o n�mero de v�timas, mas adianta que h� uma lista com mais de 600 investidores no esquema. O resultado da opera��o realizada hoje foi apresentado em uma coletiva de imprensa pela internet.
A chamada Opera��o Medina contou com 10 policiais, que cumpriram os mandados de pris�o em um condom�nio de luxo no Bairro Paquet�, na Regi�o da Pampulha, e outros tr�s de busca e apreens�o. Os homens, que aparecem como s�cios-propriet�rios no contrato da empresa, segundo a Pol�cia Civil, s�o investigados por crime contra a ordem econ�mica e financeira na modalidade conhecida como pir�mide. A a��o foi realizada pela 2ª Delegacia de Pol�cia Civil Leste, com o apoio da Delegacia Regional Leste de BH.
Segundo a delegada Monah Zein, respons�vel pelas investiga��es, ainda no ano passado, a 2ª Delegacia come�ou a receber informa��es sobre uma movimenta��o suspeita em frente a essa ag�ncia de investimentos, inclusive com a presen�a de carros de alto valor. Em junho de 2020, os investigadores come�aram a trabalhar para descobrir do que se tratava. As primeiras den�ncias foram realizadas quando os suspeitos moravam na Regi�o Leste de BH e atendiam em sua pr�pria resid�ncia.
“Chamamos os propriet�rios, os s�cios dessa empresa. � uma empresa limitada (LTDA), mas � um contrato extremamente prec�rio, onde eles alegam que trabalhavam com investimentos de Bitcoins. Investimentos esses que, at� agora, n�o conseguiram provar”, diz a delegada.
“Basicamente, esse sistema de pir�mide, que � o que a equipe de investiga��o de pronto conseguiu visualizar, que era o crime que estava acontecendo ali, enquanto nem os investidores tinham percebido, ele oferece uma quantia que voc� n�o encontra no mercado numa aplica��o, uma quantia exorbitante. Ele oferece o percentual de 15% fixos ao m�s no dinheiro que voc� investir na Medina. Alguns investidores sabem onde est�o investindo, outros n�o. N�o h� produto. Simplesmente h� o aporte financeiro e voc� recebe os 15%”, explica.
“Basicamente, esse sistema de pir�mide, que � o que a equipe de investiga��o de pronto conseguiu visualizar, que era o crime que estava acontecendo ali, enquanto nem os investidores tinham percebido, ele oferece uma quantia que voc� n�o encontra no mercado numa aplica��o, uma quantia exorbitante. Ele oferece o percentual de 15% fixos ao m�s no dinheiro que voc� investir na Medina. Alguns investidores sabem onde est�o investindo, outros n�o. N�o h� produto. Simplesmente h� o aporte financeiro e voc� recebe os 15%”, explica.
De acordo com a delegada, na pir�mide, cada pessoa que � cooptada investe seu dinheiro e, no primeiro m�s, recebe conforme a porcentagem anunciada. Vendo o resultado, ela acaba trazendo outras pessoas, e assim sucessivamente.
“Desse dinheiro que fica no aporte, na base da pir�mide, parte fica com o dono da pir�mide e a outra parte fica ali se pagando. Ent�o, cada novo investidor recebe o pagamento de outro investidor. No come�o � muito interessante, porque tem muito dinheiro, todo mundo recebe. S� que a pir�mide vai afunilando, at� o momento em que quanto mais investidores tiver, menos dinheiro vai ter para pagar, porque tem muita gente para pagar embaixo que n�o tem mais dinheiro. Ent�o, ela quebra. Os donos da pir�mide j� montam ela sabendo que ela vai quebrar. � um crime contra a economia popular, � um crime de obter lucros vultuosos em preju�zo de diversas pessoas”, detalhou.
De acordo com Monah Zein, al�m dos propriet�rios, funcion�rios da empresa e investidores foram chamados � delegacia. “Todo mundo estava recebendo normalmente. At� que, salvo engano, dois meses atr�s, eis que aconteceu o previsto pela equipe: a pir�mide quebrou. E come�aram, ent�o, a vir espontaneamente prestar seus depoimentos”, informou a delegada. Segundo ela, j� havia 14 ocorr�ncias na delegacia Noroeste, que ser�o repassadas � equipe dela na Leste, que j� estava com as investiga��es avan�adas.
Segundo a delegada, os suspeitos moravam em duas casas em um condom�nio, mas o mais velho esvaziou a resid�ncia e foi localizado na casa do outro, cujo aluguel custaria R$ 18 mil mensais. No condom�nio, foram apreendidos cinco carros de luxo. Um deles � avaliado em cerca de R$ 250 mil e foi pago � vista, em dinheiro. “Nesse momento eles n�o t�m mais dinheiro para pagar os investidores que est�o come�ando a procurar agora a Pol�cia Civil”, complementou.
A pol�cia j� solicitou � Justi�a o bloqueio de bens e sigilo de todas as contas dos investigados, que s�o pelo menos sete. Ela acredita que o patrim�nio da dupla � mais do que o suficiente para pagar as v�timas e citou um exemplo disso.
“Um dos investigados (de 60 anos), ficou mais de um m�s com COVID no Mater Dei, sem plano de sa�de. Ent�o dizem que a conta ficou em cerca de uns R$ 400 mil. Eles nos ‘enrolaram’ bastante, e ainda assim n�o apresentaram nem metade, eles n�o produziriam provas contra si mesmos, mostrando a quantidade de dinheiro que eles receberam do aporte financeiro. Por isso foi at� interessante a busca e apreens�o hoje porque n�s pegamos muitos documentos, muitos contratos, uma imensid�o de cheques de pessoas que seriam prejudicadas tamb�m, e agora n�o ser�o”, afirma a delegada.
“Um dos investigados (de 60 anos), ficou mais de um m�s com COVID no Mater Dei, sem plano de sa�de. Ent�o dizem que a conta ficou em cerca de uns R$ 400 mil. Eles nos ‘enrolaram’ bastante, e ainda assim n�o apresentaram nem metade, eles n�o produziriam provas contra si mesmos, mostrando a quantidade de dinheiro que eles receberam do aporte financeiro. Por isso foi at� interessante a busca e apreens�o hoje porque n�s pegamos muitos documentos, muitos contratos, uma imensid�o de cheques de pessoas que seriam prejudicadas tamb�m, e agora n�o ser�o”, afirma a delegada.
Investiga��es continuam
O homem de 60 anos aparecia � frente do neg�cio nas redes sociais. De acordo com a delegada, havia panfletagem sobre a empresa e eles chegaram a distribuir marmitas em Belo Horizonte. “Nesse primeiro momento, o que sabemos � que o mais velho � o dono. Mas, quando ele ficou com COVID, quem cuidou da empresa foi o mais novo. Ent�o, eles estavam sempre atuando juntos”, destacou a delegada.
Ainda e acordo com a delegada, anteriormente, o investigado disse que n�o “quebrou”, que est� pagando as v�timas e disse que pagou algumas pessoas na sexta-feira passada. Ele ser� ouvido novamente nesta quarta-feira, ap�s a pris�o em cumprimento de mandado. “Curiosamente, ele j� respondeu por esse crime em 1991, mas talvez n�o tenha dado t�o certo quanto desta vez”, comentou a delegada.
A delegada Monah Zein tamb�m destacou que, apesar da estrutura e da divulga��o, n�o tratava-se de um banco. “Ele jura que tem, mas n�o tem cadastro, n�o tem regulariza��o para funcionar como um banco. Inclusive, � um contrato extremamente prec�rio de sociedade limitada, eles se intitulavam uma ag�ncia de investimentos. Era totalmente irregular, foi totalmente bolado do in�cio ao fim exatamente para fazer a pir�mide. O que � mais impressionante � a aud�cia de pensar que v�o lesionar tantas pessoas e que n�o haver� uma responsabilidade, uma investiga��o e v�o sair ilesos”, enfatizou.
A delegacia, agora, vai analisar todos os documentos e materiais apreendidos com os suspeitos e na sede da empresa para apurar mais detalhes e identificar v�timas, contabilizar o preju�zo, al�m de outras provid�ncias.