
Lira disse que esse "esfor�o concentrado" � o melhor rem�dio pol�tico que a Casa poder� aplicar em um momento de ang�stia do povo. Hoje, o Pa�s atingiu a marca de 300 mil mortes relacionadas � covid-19. Ele descartou a abertura de Comiss�es Parlamentares de Inqu�rito (CPIs) ou "lockdowns parlamentares", e disse que "n�o � hora de tensionamentos".
"Alerto que, dentre todas as mazelas brasileiras, nenhuma � mais importante do que a pandemia. Esta n�o � a casa da privatiza��o, n�o � a casa das reformas, n�o � nem mesmo a casa das leis. � a casa do povo brasileiro. E quando o povo brasileiro est� sob risco nenhum outro tema ou pauta � mais priorit�rio", disse.
Lira disse que priorizar projetos de combate � pandemia � o melhor rem�dio pol�tico poss�vel que a Casa poder� aplicar neste momento. Segundo ele, ser� um "freio de arruma��o" at� que todas as medidas necess�rias sejam adotadas. Para ele, � hora de deixar de lado "diferen�as ideol�gicas".
"Falo de adotarmos uma esp�cie de esfor�o concentrado para a pandemia, durante duas semanas, em que os demais temas da pauta legislativa sofreriam uma pausa para dar lugar ao �nico que importa: como salvar vidas, como obter vacinas, quais os obst�culos pol�ticos, legais e regulat�rios precisam ser retirados para que nosso povo possa obter a maior quantidade de vacinas, no menor prazo de tempo poss�vel", acrescentou.
Lira fez as declara��es depois de uma reuni�o, durante a manh�, com o presidente Jair Bolsonaro, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, o procurador-geral da Rep�blica, Augusto Aras, e governadores aliados, numa tentativa de uni�o em torno do combate � pandemia.
"Como presidente da C�mara dos Deputados, quero deixar claro que n�o ficaremos alienados aqui, votando mat�rias te�ricas como se o mundo real fosse apenas algo que existisse no notici�rio", disse.
Sem 'fulanizar'
Sem citar o ministro das Rela��es Exteriores, Ernesto Ara�jo, Lira disse que o Pa�s precisa ter boas rela��es com a China, de quem depende de insumos para fabricar imunizantes. Tamb�m disse que os esfor�os do Pa�s na �rea ambiental precisam ser reconhecidos pelos Estados Unidos e pelo mundo. Ele tampouco citou o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles.
Lira evitou fazer cr�ticas ao presidente Jair Bolsonaro, que defende medicamentos sem efic�cia comprovada contra a covid-19, e aos governadores, que t�m adotado medidas de isolamento social e toque de recolher para conter a pandemia.
"Ent�o, essa mudan�a de atitude em rela��o � pandemia, quero crer, � a semente de algo muito maior, muito mais necess�rio e, diria, urgente e inadi�vel: ser� preciso evoluir, dar um salto para a frente, libertamos as amarras que nos prendem a condicionamentos que n�o funcionam mais, que nos escravizam a condicionamentos que j� se esgotaram", afirmou.
"Vivemos nestes dias o pior do pior, as horas mais dolorosas da maior desgra�a humanit�ria que se abateu sobre nosso povo. E quero dizer a todos que estou sens�vel ao desespero dos brasileiros e � ang�stia de Vossas Excel�ncias, que nada mais fazem do que traduzir o terror que testemunham em suas bases, em suas comunidades."
Lira disse que n�o queria "fulanizar" a crise. "Tamb�m n�o � justo descarregar toda a culpa de tudo no governo federal ou no presidente. Precisamos, primeiro, de forma bem intencionada e de alma leve, abrir nossos cora��es e buscar a uni�o de todos, tentar que o coletivo se imponha sobre os indiv�duos", afirmou.
"� nesse esfor�o solid�rio e genu�no que estarei engajado, junto com os demais poderes. Mas ser� preciso que essa capacidade de ouvir tenha como contrapartida a flexibilidade de ceder. Sem esse exerc�cio, a ser praticado por todos, esse esfor�o n�o produzir� os resultados necess�rios."
Lira disse que o sistema de sa�de � tripartite e depende de esfor�o da Uni�o, Estados e munic�pios, evitando criticar autoridades. "Como sabemos, o sistema de sa�de � tripartite. Mas, tamb�m sabemos, a pol�tica � cruel e a busca por culpados - sobretudo em momentos de desola��o coletiva - � um terreno f�rtil para a produ��o de linchamentos. Por isso mesmo, todos t�m de estar mais alertas do que nunca, pois a dramaticidade do momento exige", afirmou.
"A raz�o n�o est� de um lado s�, com certeza. Os erros n�o est�o de um lado s�, sem d�vida. Mas, acima de tudo, os que t�m mais responsabilidade tem maior obriga��o de errar menos, de se corrigir mais rapidamente e de acertar cada vez mais. � isso ou o colapso."