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Estado de Minas RECUPERA��O DA IND�STRIA

Com retomada da produ��o e vendas, sider�rgicas pedem vacina��o em massa

Setor retorna a n�veis anteriores � pandemia, registra crescimento geral de encomendas, mas associa expans�o firme da economia � imuniza��o contra o coronav�rus


11/04/2021 04:00 - atualizado 11/04/2021 07:55

Alto-forno 1 da Usiminas, em Ipatinga, no Vale do Aço, foi religado em agosto de 2020, e o alto-forno 2 deve ser reativado em junho(foto: Usiminas/Divulgação)
Alto-forno 1 da Usiminas, em Ipatinga, no Vale do A�o, foi religado em agosto de 2020, e o alto-forno 2 deve ser reativado em junho (foto: Usiminas/Divulga��o)

Elo de v�rias cadeias produtivas da ind�stria brasileira e mineira, as grandes usinas sider�rgicas engataram recupera��o da demanda no Brasil, puxada, em especial, pelos clientes da constru��o civil, montadoras de ve�culos, obras de infraestrutura e m�quinas e implementos agr�colas e rodovi�rios.

Cerca de um ano ap�s o baque sofrido nas encomendas diante da crise provocada pelo novo coronav�rus, que levou ao desligamento de fornos e brusca queda de produ��o, as usinas retomaram o ritmo anterior � pandemia.

Na avalia��o das empresas, para se firmar o cen�rio positivo depende de vacina��o em massa contra a COVID-19, no pior momento de avan�o da doen�a, e da capacidade do governo de ressuscitar as reformas fiscal e tribut�ria no Congresso.

 

Os indicadores da ind�stria sider�rgica relativos ao primeiro bimestre deste ano que o Instituto A�o Brasil divulgou no fim de mar�o confirmam a retomada iniciada em meados de 2020.

Em janeiro, foram registrados os melhores desempenhos desde outubro de 2013 em produ��o e vendas de produtos planos e desde mar�o de 2015 no consumo aparente, a soma das vendas no Brasil e das importa��es.

O volume produzido no pa�s de a�o bruto alcan�ou 5,8 milh�es de toneladas em janeiro e fevereiro, crescimento de 7,3% frente ao resultado desses meses no ano passado, enquanto as vendas internas atingiram 3,7 milh�es de toneladas, 24% a mais em id�ntica base de compara��o.

 

"Cen�rio que depende da acelera��o do processo de imuniza��o da popula��o e de outras medidas, como as reformas"

Sergio Leite, presidente da Usiminas

 

A Usiminas encerrou o quarto trimestre de 2020 com a produ��o acima do n�vel anterior ao da pandemia e acr�scimo de vendas de laminados e placas. O presidente da companhia, Sergio Leite, afirma que as expectativas s�o favor�veis para 2021.

No entanto, reconhece que o consumo de a�o est� atrelado ao desenvolvimento do pa�s. “Um cen�rio que depende, naturalmente, da acelera��o do processo de imuniza��o da popula��o e de outras medidas tamb�m importantes para o pa�s conseguir se manter em uma curva ascendente na economia, como as reformas tribut�ria e fiscal”, afirma.

 

� a mesma avalia��o de Frederico Ayres Lima, presidente da produtora integrada de a�os planos inoxid�veis e el�tricos e a�os especiais ao carbono Aperam South America, que opera usina em Tim�teo, no Vale do A�o mineiro.

“N�o h� d�vidas de que a vacina��o em massa � a principal medida para minimizar o panorama pand�mico do Brasil. Nos �ltimos 10 anos vivenciamos toda sorte de cen�rios econ�micos e com a COVID-19 foi necess�rio promover mudan�as no modo de conduzir as opera��es em todos os n�veis”, destaca.

 

"Nos �ltimos 10 anos vivenciamos toda sorte de cen�rios e com a COVID-19 foi necess�rio mudar em todos os n�veis"

Frederico Ayres de Lima, presidente da Aperam South America

 

A empresa ajustou a produ��o aos solavancos na demanda se aproveitando da flexibilidade da planta industrial de Tim�teo e mant�m previs�o otimista para aumento variando de 2% a 3% do consumo de a�o neste ano. “Temos expectativa de que a retomada do mercado interno ocorra de forma gradativa, puxada pela constru��o civil e projetos de infraestrutura”, diz Ayres Lima.

 

Outros dois segmentos que explicam a recupera��o da siderurgia s�o os de �leo e g�s e energia renov�vel, que contam com maior participa��o da ind�stria nacional, como enfatiza Marco Polo de Mello Lopes, presidente-executivo do Instituto A�o Brasil. “N�o obstante �s dificuldades ainda existentes, como a necessidade urgente de acelerar a vacina��o da popula��o brasileira, o olhar da ind�stria brasileira do a�o para 2021 � otimista”, diz.

 

O indicador de confian�a do setor, referente a mar�o, atingiu 65,5 pontos, o equivalente a pontua��o 15,5 superior � linha divis�ria do otimismo. O vice-presidente da Gerdau A�o Brasil, Marcos Faraco, diz que as perspectivas para os pr�ximos meses s�o de continuidade da recupera��o da economia e do que ele chama de ciclo de crescimento envolvendo todos os setores atendidos pela companhia.

“Al�m da constru��o civil, tamb�m vemos oportunidade no setor de infraestrutura, com a amplia��o dos investimentos p�blicos e privados em log�stica e saneamento.” Ele chama a aten��o para o fato de que al�m da vacina��o como medida essencial, junto a outros protocolos sanit�rios, para minimizar os efeitos da pandemia, as reformas s�o necess�rias num cen�rio de rea��o sustent�vel da economia.

 

Flexibilidade da usina da Aperam em Timóteo, no Vale do Aço, contribuiu para retomada das vendas da companhia(foto: Elvira Nascimento/Divulgação)
Flexibilidade da usina da Aperam em Tim�teo, no Vale do A�o, contribuiu para retomada das vendas da companhia (foto: Elvira Nascimento/Divulga��o)
 

 

Planejamento


Ap�s retomar a capacidade produtiva anterior � pandemia do coronav�rus, o grupo sider�rgico ArcelorMittal definiu como prioridade o atendimento do mercado interno, tendo reduzido os volumes das exporta��es. Houve crescimento dos contratos em todas as �reas de atua��o da companhia, principalmente a constru��o civil, setores automotivo e de linha branca, m�quinas e implementos agr�colas e rodovi�rios.

 

De acordo com a ArcelorMittal, o ritmo das exporta��es neste ano ficar� em segundo plano, ditado pelo comportamento do consumo dos clientes no Brasil. Esse � tamb�m o planejamento da Usiminas, que vendeu 1,1 milh�o de toneladas de outubro a dezembro de 2020, maior volume comercializado no per�odo desde o quatro trimestre de 2015.

 

A sider�rgica prev� para junho a retomada do alto-forno 2 da usina de Ipatinga, que foi desligado no ano passado junto ao alto-forno 1, este �ltimo religado em agosto de 2020. O presidente da Usiminas, Sergio Leite, afirma que a estrat�gia � abastecer o mercado interno, que foi respons�vel, entre janeiro e mar�o �ltimo, por 93% das vendas.

 

“Clientes importantes como o setor automotivo, de autope�as e constru��o, t�m sinalizado capacidade recupera��o e, portanto, nossa expectativa para este ano � de nos mantermos na rota do crescimento”. A companhia informou, durante a divulga��o de resultados de 2020 em fevereiro �ltimo, que pretende investir R$ 1,5 bilh�o neste ano, a ser destinados, na maior parte, � reforma do alto-forno 3, em Ipatinga, e ao projeto em implanta��o de empilhamento a seco da Minera��o Usiminas.

 

LIDERAN�A

Ranking da produ��o nacional de a�o (em % do total)


A�o bruto

 

Minas Gerais 31,7

Rio de Janeiro 29,7

Esp�rito Santo 16,3

S�o Paulo 7,8

 

Laminados e semiacabados

 

Minas Gerais 30,2

Rio de Janeiro 29,5

Esp�rito Santo 12,4

S�o Paulo 9,8

 

Fonte: Instituto A�o Brasil/Janeiro a setembro de 2020

 

Custos e d�lar desafiam usinas

 

A recupera��o do consumo esbarra em problemas enfrentados pela ind�stria do a�o, e a produ��o de bens em geral no Brasil, como o aumento do custo de mat�rias-primas e insumos, assim como o recrudescimento da pandemia no pa�s. Os dois fatores s�o considerados preocupantes pelo grupo ArcelorMittal. “A desvaloriza��o cambial aumentou ainda mais o impacto nos pre�os dos insumos, j� que parte significativa � precificada em d�lar”, diz a companhia, por meio de nota.

 

O presidente-executivo do Instituto A�o Brasil, Marco Polo de Mello Lopes aponta para o “boom” dos pre�os das commodities no mercado internacional, que repercute nos demais elos das cadeias de produ��o. “No caso da ind�stria do a�o, a quase totalidade de insumos e mat�rias primas e, em especial, as essenciais como min�rio de ferro e sucata, tiveram significativa eleva��o de pre�os”, afirma.

 

As usinas arcaram em fevereiro com altas de pre�os frente ao mesmo m�s de 2020 que chegaram a 93% no caso do ferro-gusa e 150% na sucata. Houve impacto nos pre�os do a�o, por exemplo, de 65,5% no vergalh�o (constru��o civil) e de 82,9% na bobina de a�os planos, segundo o A�o Brasil. A eleva��o dos pre�os, que, de acordo com o instituto, ocorreu na Europa, R�ssia e M�xico, levou � pol�mica, no fim de mar�o, com a C�mara Brasileira da Ind�stria da Constru�ao (Cbic), que pediu ao governo que zere o imposto de Importa��o sobre o a�o para dar equil�brio ao mercado e evitar desabastecimento. Marco Polo Lopes negou movimento especulativo de pre�os e risco de desabastecimento.

 

Empresas consumidoras da cadeia produtiva tamb�m sentem a press�o nos custos e buscam alternativa. Fabricante e exportadora localizada em Cl�udio, no Centro-Oeste de Minas, a Amap� Instala��es e Armazenagem, que processa 100 toneladas de a�o por dia, criou um software para redu��o de erros. O programa monitora a produ��o em cada m�quina em tempo real. A mat�ria-prima representa 70%, em m�dia, dos custos de produ��o, que deve crescer 14% em 2021. A Amap� faz g�ndolas, racks, check outs, carrinhos, estantes, arm�rios e porta pallets, entre outros itens.

 

Investimentos


A siderurgia contribuiu para a expans�o da produ��o industrial de Minas Gerais em janeiro e fevereiro, com base em pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE). O ritmo das f�bricas no estado apurou crescimento de 7,8%, em m�dia, ante o primeiro bimestre de 2020, mas � preciso considerar a base fraca de compara��o. Os segmentos respons�veis pela rea��o foram o extrativo (1,82%), metalurgia (0,77%) e ve�culos automotores, reboques e carroceria (3,17%).

 

A despeito dos efeitos da pandemia, a inten��o de investimentos dos setores de metalurgia e siderurgia cresceu 42% no primeiro trimestre deste ano em Minas, alcan�ando R$ 2,378 bilh�es em dois projetos, informa o INDI - Ag�ncia de Promo��o de Investimento e Com�rcio Exterior de Minas Gerais. O gerente de atra��o de investimentos do INDI, Henrique Tavares Maior Soares, afirma que outros projetos nas cadeias de siderurgia e metalurgia entraram na discuss�o da equipe da ag�ncia, voltados � produ��o de a�os longos, fio m�quina e distribui��o de produtos sider�rgicos, com recursos ao redor de R$ 3 bilh�es. O est�gio deles � de confiabilidade ainda, o que impede a divulga��o de detalhes. (MV)

 


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