
Os consumidores de lanches r�pidos fora de casa est�o assustados com a alta dos pre�os, depois que o hor�rio do com�rcio em Belo Horizonte e Regi�o Metropolitana, ganhou nova amplia��o. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�sca (IBGE), os lanchinhos entre as principais refei��es do dia ficaram 7,13% mais caros no acumulado de janeiro a junho, para uma infla��o de 3,87%, medida pelo �ndice Nacional de Pre�os ao Consumidor Amplo (IPCA) no m�smo per�odo.
Os p�es encabe�am a lista com o p�o de forma 15,62% mais caro, seguido pelo p�o doce (9%). O presunto subiu 7,37%, os bolos, 6,6%, e o queijo, 6,03%. O suco de frutas ficou 4,4% mais caro.
Renato Moura Caldeira, s�cio do tradicional Caf� Nice, na Pra�a Sete, diz que o pre�o do caf� j� subiu 10% neste m�s. O fornecedor alega que n�o est� conseguindo comprar o produto e o comerciante tem dificuldade para reajustar. "Os clientes est�o sem dinheiro. Pior ainda seria reajustar pre�os no momento em que o movimento vem melhorando de forma gradativa", diz Caldeira.

Bianca de Souza, 28 anos, est� desempregada. Na manh� desta segunda-feira (12/7) foi ao Centro da capital para resolver "algumas coisas", e procurava um "lanche mais em conta".
Ela diz perceber que os pre�os est�o bem mais altos. "Geralmente como um p�o de queijo, um refresco, um pastel. Mas, pelo que estou notando, os pre�os n�o est�o convidativos. Se continuarem subindo, sair de casa s� levando lanche pronto, ou esperar voltar para matar a fome."
Ela diz perceber que os pre�os est�o bem mais altos. "Geralmente como um p�o de queijo, um refresco, um pastel. Mas, pelo que estou notando, os pre�os n�o est�o convidativos. Se continuarem subindo, sair de casa s� levando lanche pronto, ou esperar voltar para matar a fome."
As amigas Tainara Silva, de 21, atendente, e Tahis Lopes, de 28, vendedora, atestaram que os pre�os est�o mais salgados em rela��o h� alguns meses. "Sempre que viemos ao Centro paramos para um lanche r�pido. O pastel, nosso preferido, est� mais caro", observou Tainara.
Thais disse que visitou o Centro da capital pela �ltima vez h� cerca de cinco meses. "Hoje paguei o dobro do pre�o por um pastel assado. Subiu 100%, muito caro para momento t�o delicado."

Os irm�os Gabriel Vinicius Braga Lara, de 22 anos, e Mariana Braga Lara, de 30, gerenciam parte dos neg�cios da fam�lia, propriet�ria de uma das mais tradicionais e antigas redes de pastelarias de Belo Horizonte "A Pastel�ndia". S�o 17 lojas espalhadas por v�rios pontos da capital – eram 18 antes da pandemia.
O pastel � respons�vel por cerca de 90% das vendas da rede, que tamb�m trabalha com pizzas, sandu�ches e outros salgados. Gabriel conta que a tentativa de segurar os pre�os aos clientes foi poss�vel at� h� um m�s. "Mantivemos os pre�os de antes da pandemia, que era de R$ 1,60 a unidade at� concluirmos que n�o ter�amos mais como segurar." O salgado passou a R$ 1,90.
Os insumos para a fabrica��o do pastel, um dos salgados mais populares da capital, est�o entre os principais vil�es na infla��o dos alimentos. Os estoques das lojas t�m base na carne, farinha de trigo, queijo e �leo, itens que representam os maiores custos.
Os empres�rios pagavam antes da pandemia R$ 14,90 no quilo da carne bovina. Atualmente est� em R$ 21. O �leo, que custava R$ 118 o gal�o de 18 litros, subiu para at� R$ 180. A farinha de trigo, importada da Argentina, com a alta do d�lar que puxa para cima os pre�os, subiu de R$ 64 para R$ 81,05, o saco de 25 quilos, e o queijo, que era comprado por R$ 19,90, hoje, n�o custa menos que R$ 27,50 o quilo. Sem contar os seguidos aumentos da energia el�trica, utilizada nas fritadeiras.
Gabriel conta que desde o in�cio das restri��es de mobilidade provocadas pela pandemia, as vendas despencaram 70%. "As lojas do Centro foram as que mais sentiram. Com o com�rcio fechado, mesmo com a reabertura de casas de alimentos, a clientela desapareceu."
O comerciante observa que os clientes de lanches s�o aqueles que trabalham no Centro ou que passam pela regi�o em busca de servi�os ou compras.
O comerciante observa que os clientes de lanches s�o aqueles que trabalham no Centro ou que passam pela regi�o em busca de servi�os ou compras.
O fechamento dos shoppings provocou o encerramento de uma das lojas no Barreiro. "As que se sustentaram foram aquelas nas depend�ncias dos terminais de �nibus, mesmo com queda acentuada, possibilitou manter um m�nimo de neg�cios."
Gabriel Braga conta ainda que o setor n�o contava com imprevistos como o de uma pandemia. "N�o houve prepara��o para a pandemia, sim para um problema, mas n�o imagin�vamos sua dimens�o. Sempre pensamos em reservas para algo inusitado. Mas com vendas em queda vertiginosa, mesmo negociando alugu�is, contratos de trabalho e pagamento a fornecedores, as reservas foram se esva�ndo."
Com a reabertura do com�rcio n�o essencial as vendas come�am a reagir. Mesmo com quadro reduzido de funcion�rios em quase 50% em algumas unidades, na Regi�o Central, as vendas, em junho, j� voltaram a 70% dos registros antes da pandemia, informa o empres�rio.