
Bras�lia – A carestia da energia el�trica, especialmente devido � cobran�a da tarifa de bandeira vermelha patamar 2, tem impulsionado o consumidor a buscar entender melhor a fatura da conta de luz e identificar quais aparelhos dom�sticos mais impactam no custo.
“Todos os aparelhos que produzem aquecimento, como o chuveiro e a torneira el�trica, secador, chapinha, m�quina de secar roupas, forno el�trico, Air fryer, aquecedor, entre outros, gastam mais porque precisam de um grande pico de energia para transformar essa energia em calor”, explica.
De acordo com a especialista, o “pulo do gato” n�o est� apenas na redu��o da utiliza��o desses aparelhos, mas em seguir algumas dicas na hora de usar.
“� preciso compreender que, al�m do tempo de uso, o aquecimento � o que consome mais energia. Ent�o, quando for passar roupas, por exemplo, o ideal � separar todas para passar e come�ar por aquelas que exigem menos temperatura, deixando as que demandam o ferro mais quente para o final. Outra dica � utilizar o chuveiro sempre em temperatura m�dia, n�o colocando no modo mais quente”, diz.
Ainda segundo a especialista, algumas t�cnicas mais simples, como pendurar as roupas esticadas no varal, fazem muita diferen�a. “As roupas menos amarrotadas exigem menos ferro de passar, logo, gasta-se menos energia”, ressalta.
Os equipamentos que transformam energia em calor est�o no cotidiano da microempreendedora Ana Carolina Tom� Fernandes, propriet�ria do sal�o Camarim da Carol, em �guas Claras, no Distrito Federal. Com os reajustes na conta de luz nos �ltimos dois meses, a cabeleireira explica que o uso quase em tempo integral de quatro secadores, quatro chapinhas, da �gua quente no lavat�rio e das l�mpadas de ilumina��o representaram um aumento de R$ 50 na fatura.
“Esse m�s a conta veio quase R$ 300, e antes vinha de R$ 230 a R$ 250, no m�ximo. Tento tomar alguns cuidados, mas n�o tem muito para onde fugir. Cada escova progressiva que fa�o, por exemplo, exige o uso da chapinha e secador por cerca de 3 a 4 horas ininterruptas”, conta.
As pequenas atitudes, segundo Jani Floriano, fazem diferen�a, ainda que discreta, no valor final da fatura. “O ideal � desligar o modem de internet da tomada, computadores, notebooks, que mesmo na fun��o hibernar consomem energia, enfim, tudo o que consome energia.” Para os donos de pequenos estabelecimentos, a economista ainda indica aten��o �s regras de ilumina��o do ambiente e at� o investimento em uma pintura com tinta reflexiva.
EFICI�NCIA ENERG�TICA
Para ajudar no consumo racional de energia no pa�s, o Inmetro criou em 2009 o Programa Brasileiro de Etiquetagem (PBE), que classifica os aparelhos de acordo com sua efici�ncia energ�tica, buscando auxiliar o consumidor a fazer compras mais conscientes. Os produtos s�o classificados desde a letra A (mais eficientes) � letra G (menos eficientes), como � o caso dos refrigeradores (como geladeiras e equipamentos de ar-condicionado).
Essa efici�ncia, segundo Jani Floriano, � perdida conforme o desgaste do aparelho ou falta de manuten��o. “Uma geladeira velha vai consumir bem mais do que uma nova. Ent�o, a efici�ncia energ�tica depende da manuten��o, do tempo de uso e do estado de conserva��o de cada equipamento”, afirma.
Para ajudar o consumidor a entender a fatura de energia e calcular o consumo mensal de um aparelho que tem ou que pretende adquirir, com base no PBE do Inmetro, o Instituto de Defesa do Consumidor (Idec) desenvolveu uma ”calculadora”, que pode ser acessada no link www.idec.org.br/ferramenta/calculadora-da-conta-de-luz.
SEM TR�GUA
A conta de energia el�trica dever� continuar alta, pelo menos pelos pr�ximos seis meses, devido � atual crise h�drica no pa�s, a pior j� enfrentada em 90 anos e que deve atingir a fase mais cr�tica no �ltimo trimestre de 2021. Em nota t�cnica divulgada na �ltima semana, o Operador Nacional do Sistema El�trico (ONS) prev� para novembro o esvaziamento quase total dos reservat�rios de oito importantes usinas hidrel�tricas localizadas nas regi�es Sudeste e Centro-Oeste.
A “perda do controle hidr�ulico", termo t�cnico utilizado pelo ONS, alerta para “restri��es no atendimento energ�tico nos subsistemas Sul e Sudeste/Centro-Oeste”.