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Estado de Minas CUSTO DE VIDA

Infla��o muda h�bitos de alimenta��o: ovo e frango s�o op��es mais vi�veis

Segunda s�rie de reportagens do EM sobre impacto da infla��o nos produtos alimentares mostra que o belo-horizontino precisou mudar os h�bitos de consumo


02/08/2021 04:00 - atualizado 03/08/2021 12:24

Carlos Israilev, de 62 anos, engenheiro mecânico, diz que procura comprar onde não tem abuso de preço(foto: Túlio Santos/em/d.a press)
Carlos Israilev, de 62 anos, engenheiro mec�nico, diz que procura comprar onde n�o tem abuso de pre�o (foto: T�lio Santos/em/d.a press)


A infla��o descontrolada no Brasil durante a pandemia do coronav�rus mudou h�bitos de alimenta��o e consumo das fam�lias, seja elas em qualquer faixa de renda. Em vez do consumo abundante de carnes de boi e porco, o ovo e o frango passaram a ser a op��o mais vi�vel para os brasileiros nas refei��es.

A segunda mat�ria da s�rie de reportagens do Estado de Minas sobre o aumento de pre�os dos alimentos, e o impacto na vida do belo-horizontinho, aponta que, com rela��o �s hortali�as, certas op��es ficam em segundo plano em meio � alta desenfreada dos pre�os nos sacol�es na temporada de inverno, em que as chuvas ficam escassas.
 

Por isso, legumes, frutas e verduras que est�o na safra se tornam as melhores op��es para o consumidor no dia a dia. Num per�odo em que infla��o acumulada que chega a 9,08% nos �ltimos 12 meses, segundo dados do �ndice Nacional de Pre�os ao Consumidor Amplo (IPCA), do IBGE, especialistas indicam que � preciso ter muita paci�ncia, pesquisar pre�os mais acess�veis e optar por consumir produtos em abund�ncia no momento. 
 
“A orienta��o � procurar os estabelecimentos que praticam os pre�os mais acess�veis, al�m de tentar substituir. Muitas vezes, n�o � poss�vel. Os produtos chegam a pre�os exorbitantes. Precisamos deles, mas nem sempre � poss�vel pagar um valor t�o alto”, afirma Ricardo Martins, coordenador de informa��es de mercado do Ceasa.

De acordo com ele, as mudan�as clim�ticas interferem no pre�o, mas os consumidores podem substituir por frutas e verduras em promo��o. “Os hortigranjeiros sofrem muito em duas �pocas do ano. No in�cio do ano, as chuvas afetam a produ��o. E nos per�odos de inverno rigoroso, alguns produtos ficam mais afetados. Eles ficam mais caros por isso, principalmente as hortali�as e frutas, como abobrinha, berinjela, tomate, que s�o mais sens�veis �s temperaturas. Com isso, h� o reflexo no pre�o.” 
 

Entre os itens com melhor valor na atual safra, a cebola (-33%), a batata (-23,9%), o inhame (-21,1%) e a cenoura (-15%) lideram a lista de op��es mais em conta para o belo-horizontino no momento mais tenso da pandemia da COVID-19. Nas frutas, os destaques s�o a laranja-pera (-8,3), o mel�o (-7,3%) e a melancia (-7,3%).

Volta ao patamar 

Ricardo Martins explica que a partir deste m�s, os pre�os podem ficar melhores: “Quando fazemos comparativos de pre�os com o m�s anterior, vemos varia��es de 40% ou 50%. Em compensa��o, de uma hora para outra, as mercadorias podem cair de valor. Se o clima contribuir um pouco e as temperaturas ficarem mais altas, podemos voltar ao patamar de dois meses atr�s j� em agosto”.
 
 
A recepcionista Marli Leite Santos, de 50 anos, se mostra apreensiva com o futuro da economia do país(foto: Túlio Santos/em/d.a press)
A recepcionista Marli Leite Santos, de 50 anos, se mostra apreensiva com o futuro da economia do pa�s (foto: T�lio Santos/em/d.a press)
 
O engenheiro mec�nico Carlos Israilev, de 62 anos, admite que tem evitado a compra de v�rias coisas: “N�o tem sido f�cil. A pandemia tem prejudicado todos os setores. Temos procurado onde n�o tem abuso de pre�o. Temos a lei da oferta e da procura. Precisamos tentar comprar o que est� dentro do pre�o razo�vel. O que n�o est�, precisamos desistir. Tudo tem mudado. O consumidor � que tem o poder. E nesse momento de crises � que aprendemos”.

No mercado, ele criou uma forma de poder reduzir os gastos: “Tem vezes que compro mangas e banana mais verdes para esperar amadurecer e assim aproveitar os valores mais baixos. O abacate tamb�m amadurece mais r�pido e, quando chega no ponto, ele pode baixar de pre�o. Ent�o, � preciso ter estrat�gia para comprar. N�o � como antigamente, que voc� passava o cart�o e comprava. Temos de chegar ao fim do m�s com as contas pagas e com reserva para se alimentar”.
 

A recepcionista Marli Leite Santos, de 50, se mostra apreensiva com o futuro da economia do pa�s e tamb�m come�ou a selecionar mercadorias em seu carrinho: “A gente fica preocupada pelo que vai acontecer no ano que vem. Tudo tem piorado. Ultimamente, fico mais tempo dedicado �s compras para consultar pre�os em regi�es diferentes. Uma coisa sempre compensa a outra. Atualmente, passamos a comprar mais maracuj�, abacaxi, vagem, cenoura e chuchu, que est�o mais em conta. E, sobretudo, evitar o desperd�cio de tudo”.
 
Alguns mercados t�m adotado ideias para ajudar o consumidor e aumentar o faturamento no per�odo de entressafra de algumas hortali�as. Um estabelecimento na �rea central reservou um espa�o para mercadorias de primeira, com mais variedade, e outro que d� a op��o para o cliente de gastar menos. A diferen�a nos pre�os entre uma e outra chega a 40%.

“Algumas mercadorias s�o dif�ceis de serem encontradas em virtude da geada que tem matado as planta��es. Isso gera muita oscila��o nos pre�os. Por isso, criamos essa op��o de reservar lados diferentes para o cliente poder escolher entre comprar um produto com valor mais baixo”, afirma o gerente Frederico Justino de Melo.
 
 
 
VARIA��O 

De acordo com o site Mercado Mineiro, o pre�o dos produtos est� com uma varia��o que vai de 50% a 300% nos sacol�es da capital. Os estabelecimentos da Regi�o Centro-Sul s�o os que concentram os pre�os mais caros. Por outro lado, � poss�vel encontrar op��es mais baratas em mercados das regi�es Noroeste e Nordeste.

“O sacol�o sempre tem varia��o muito grande, em virtude de safras e entressafras. � muito sens�vel � localiza��o dos estabelecimentos. Os sacol�es da Regi�o Sul s�o normalmente mais caros, devido ao custo do aluguel e outros fatores. Nesse per�odo frio, temos uma tend�ncia de diferen�as ainda maiores. Tem gente que compra pior e tem gente que produz hortali�as. Isso influencia no custo”, afirma o coordenador do Mercado Mineiro, Feliciano Abreu.

Ele afirma que a alta no pre�o do diesel, que j� sofreu v�rios reajustes em 2021, interfere no pre�o das hortali�as: “Vivemos uma press�o econ�mica inflacion�ria muito grande e somos muito ref�ns do transporte rodovi�rio. O custo do transporte pode influenciar. Um produtor que usa seu pr�prio caminh�o, planta e revende sua mercadoria acaba compensando o pre�o do diesel na produ��o”.


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