
O levantamento feito pelo Ensino Social Profissionalizante (Espro) j� fez 18.855 entrevistas desde abril de 2020, com respostas de 18 estados e do Distrito Federal. Nesta etapa, a s�tima onda da pesquisa, foram ouvidas 1.463 pessoas entre junho e julho.
Os resultados mostram que o percentual de jovens que est�o em regime de trabalho presencial atingiu pico no pa�s: 52%, contra 46% da etapa anterior, feita em abril deste ano. Esse percentual era de apenas 11% no in�cio da pandemia, em abril de 2020.
"Desde o in�cio da pandemia as empresas passaram a buscar formas de retornar �s suas atividades. O avan�o da vacina��o e a retomada gradual da economia est�o devolvendo o jovem aos espa�os f�sicos das empresas", afirma Alessandro Saade, superintendente-executivo do Espro.
"Com a tend�ncia de crescimento desse percentual, � preciso pensar na seguran�a desse p�blico no retorno �s atividades."
A pesquisa mostra a forte influ�ncia da renda familiar no trabalho presencial dos adolescentes e jovens: quanto menor a renda familiar, maior a probabilidade de o jovem ser requisitado a trabalhando presencialmente.
Na faixa de at� 1 sal�rio m�nimo, o percentual de entrevistados que atualmente vai fisicamente ao trabalho � de 56%. A porcentagem vai caindo na medida em que a renda familiar sobe:
- 55% de 1 a 2 sal�rios m�nimos
- 52% de 2 a 3 sal�rios m�nimos
- 45% de 3 a 4 sal�rios m�nimos
- 39% de 4 a 5 sal�rios m�nimos
Acima de 5 sal�rios m�nimos, o percentual � de 40%.
No home-office, acontece o inverso: apenas 18% dos jovens com fam�lias que recebem at� 1 sal�rio m�nimo trabalham de casa, enquanto 42% deles fazem home-office em fam�lias com renda acima de 5 sal�rios m�nimos.
S�o Paulo � o estado com maior n�mero de jovens que trabalham em casa (29%), seguido por Pernambuco, com 16% e Minas Gerais com 15%.
Quem � chamado primeiro?
O levantamento mostra que, no geral, o n�mero de jovens que fazem em casa sofreu uma varia��o m�nima em rela��o � �ltima etapa da pesquisa: 23% nesta edi��o, contra 22% de abril de 2021.
Saade explica que o aumento no trabalho presencial ocorre porque as empresas est�o chamando, neste momento, jovens que estavam em f�rias ou que ficavam em casa recebendo sem exercer atividades. O percentual desses dois grupos caiu de 10% para 4% no per�odo.
"Ou seja, as empresas come�aram a chamar, para o trabalho presencial, um contingente imediato de jovens dispon�veis. Aqueles j� adaptados ao home-office est�o sendo menos afetados neste primeiro momento. Mas a curva de crescimento mostra que eles tamb�m ser�o", explica Saade.
Isolamento e medos
De acordo com a pesquisa, 11% dos entrevistados saem de casa sempre que necess�rio, independentemente de ser algo essencial - 5 pontos percentuais acima da etapa anterior (6%), mas bem abaixo do pico, em novembro de 2020, quando um em cada quatro (24%) sa�a de casa mesmo para algo n�o essencial.
O estudo mostra, tamb�m, que a sa�de continua sendo mais importante do que a economia para os adolescentes e jovens:
- 95% dizem que t�m preocupa��o muito alta ou alta de que amigos ou familiares peguem a doen�a
- 89% t�m medo de ficar doente
- 89% temem os impactos na economia do pa�s
- 88% temem perder o emprego ou a fonte de renda
Ainda segundo o levantamento, 94% dos entrevistados dizem estar "mais pensativos do que o normal" e 90%, "mais ansiosos".
Eles tamb�m mostram estar bem conscientes dos riscos da doen�a ao adotar pr�ticas de preven��o: 98% dizem usar m�scara, 97% usam �lcool em gel e 93% lavam as m�os frequentemente.
Metodologia
A Pesquisa Jovem COVID-19 tem como objetivo mapear o comportamento de adolescentes e jovens brasileiros frente � pandemia para o aprimoramento de suas pol�ticas de capacita��o e inser��o dessa parcela da popula��o no mercado de trabalho.
Para isso, a pesquisa mede, desde o in�cio da pandemia, os diferentes aspectos da vida dos adolescentes e jovens brasileiros entre 15 e 24 anos. Entre os temas abordados est�o informa��es e preocupa��es com a COVID-19, medidas de prote��o utilizadas, bem-estar, emprego, comportamento familiar e estudos.
At� agora, j� foram feitas 18.855 entrevistas, com respostas de 18 estados, mais o Distrito Federal. A pesquisa � dividida em etapas, totalizando sete at� o momento: abril, maio, julho, agosto e novembro de 2020, abril e julho deste ano.
A pesquisa, composta por um question�rio com 25 perguntas, � feita via formul�rio com adolescentes e jovens ativos de programas do Espro. O �ndice de confiabilidade da pesquisa � de 99%, com margem de erro de 3 pontos percentuais.
* Estagi�ria sob supervis�o da subeditora Ellen Cristie.