
A decis�o beneficiar� todos os pa�ses, inclusive o Brasil, e vai substituir o atual sistema, que restringe o voo de estrangeiros de determinados pa�ses e imp�e restri��es, como quarentena obrigat�ria de 14 dias.
A Casa Branca informou que a medida entra em vigor "a partir do in�cio de novembro", sem especificar a data exata. Al�m disso, o pa�s n�o informou quais vacinas ser�o aceitas.
Segundo o comunicado, os estrangeiros que viajarem para os Estados Unidos dever�o estar totalmente imunizados e apresentar o comprovante de vacina��o antes de embarcar.
O pa�s vai manter ainda a exig�ncia dos passageiros apresentarem um teste negativo de COVID-19 feito at� tr�s dias antes do embarque.
Vacinas aprovadas pelos americanos
O governo informa que vai consultar o CDC (Centros de Controle e Preven��o de Doen�as dos Estados Unidos, �rg�o semelhante � Anvisa) para saber quais imunizantes ser�o aceitos.
Atualmente, o �rg�o considera vacinadas contra a COVID-19 pessoas que tomaram as vacinas aprovadas para uso emergencial no pa�s: da Pfizer, da Moderna e da Janssen.
- 2 semanas ap�s a segunda dose das vacinas da Pfizer e da Moderna
- 2 semanas ap�s a dose �nica da vacina da Janssen
Por�m, o site do CDC sobre viagens internacionais faz uma ressalva e segue a orienta��o de aceitar tamb�m vacinas contra a COVID-19 que foram listadas para uso emergencial pela Organiza��o Mundial de Sa�de. � o caso, por exemplo, do imunizante desenvolvido pela Oxford/AstraZeneca.
A CoronaVac, vacina da fabricante chinesa Sinovac, que no Brasil � produzida e distribu�da em parceria com o Instituto Butantan, tamb�m est� entre os imunizantes aprovados pela OMS. Mas no site do CDC n�o h� qualquer men��o � CoronaVac ou a outras vacinas al�m da AstraZeneca.
A Embaixada dos Estados Unidos no Brasil e os seus consulados, inclusive o de Belo Horizonte, ainda aguardam a Casa Branca detalhar os procedimentos e cronograma para implementa��o da retomada dos servi�os de vistos a turistas brasileiros.
Setor de turismo comemora
“Ficamos muito satisfeitos obviamente. Estamos esperando isso h� algum tempo. Acredito que os Estados Unidos reabrindo agora vai aumentar o volume de vendas, j� que temos muitos clientes que vem pedindo (esses destino)”, explica Rodrigo Machado, consultor de viagens da Ibiza Turismo e Viagens, localizada no Bairro de Lourdes, Regi�o Centro-Sul de BH.
O consultor prev� um crescimento na procura e aumento de neg�cios. “Esse �ltimo ano e meio n�o foi nada f�cil. Foi bem complicado em termos de receita, o estresse tamb�m pelas incertezas, cada hora acontecia uma coisa.”
Apesar de n�o conseguir mensurar a porcentagem de aumento na procura por pacotes para os Estados Unidos, Rodrigo acredita que a demanda vai crescer bastante. “Temos muitos clientes que j� estavam com passagem comprada e tivemos que remarcar por causa da pandemia. Vamos ter que remanejar muita gente.”
Segundo ele, a empresa precisar� atender tanto esses clientes que tinham pacotes comprados quanto os que j� est�o procurando, depois do an�ncio da decis�o de hoje. “Vai ser um alvoro�o. A gente at� brincou que vai faltar � voo para essa turma toda”, se diverte.
Ele ressalta que os Estados Unidos � um dos destinos mais procurados pelos brasileiros. “Orlando � o carro-chefe, mas tamb�m Miami, Boston, Nova Iorque, S�o Francisco, Los Angeles, Las Vegas. Temos muito p�blico para esses lugares.”
O consultor acredita que at� novembro, quando come�a a valer a reabertura, a empresa ter� tempo de organizar a demanda.
“J� tivemos clientes ligando aqui para saber sobre as datas. Teve gente com passagem comprada que pediu reembolso, outros preferiram ficar com cr�dito para remarcar depois. Muita gente que comprou s� passagem a�rea porque tem parentes que moram l�. Cada caso � um caso.”
Rodrigo ressalta que a medida vai ajudar ainda na utiliza��o de outras rotas que passam pelo espa�o a�reo americano.
“Tem muito voo que vai via Estados Unidos e estava impedido de fazer essa rota. Porque para sobrevoar o territ�rio americano � preciso ter visto. Com essa abertura, podemos pegar companhias americanas, fazer conex�o nos Estados Unidos e ir para outro destino. Vai facilitar bastante tamb�m.”
Planos retomados
A estudante Vict�ria Moreira, de 21 anos, estava com viagem de f�rias para Orlando, marcada para julho de 2020.
“Com a pandemia, a gente n�o pode ir. Tivemos que remarcar a viagem mais tr�s vezes. A gente tinha passagem a�rea com a Gol, conseguimos trocar para janeiro deste ano. S� que n�o conseguimos ir porque ainda estava tudo fechado, ent�o tentamos remarcar para julho. S� que, dessa vez, a Gol n�o quis mais remarcar. Pedimos o reembolso e conseguimos comprar na Azul e l� j� tivemos que trocar de novo para janeiro de 2022.”
Ela conta que j� tinha pagado aluguel de casa, carro, seguro viagem e ingresso para os parques da Disney.

“Tudo a gente precisou remarcar. Os maiores problemas foram os parques e o carro, que precisamos pagar uma diferen�a todas as vezes que remarcamos. J� a Disney estendeu o prazo at� janeiro de 2021, como os brasileiros n�o podiam entrar ainda, pagamos uma taxa para trocar os ingressos dos parques tamb�m.”
Depois de todo o transtorno, Vict�ria comemora a decis�o de reabertura.
“Isso j� d� um al�vio enorme. Eu n�o ia conseguir ir no meio do ano que vem, ent�o se n�o tivesse essa decis�o agora de reabrir em novembro, a gente ia acabar tendo que cancelar a viagem. A gente j� conseguiu remarcar tudo para janeiro de 2022.”
Quanto � vacina, a estudante afirma estar tranquila, j� que tomou o imunizante da Pfizer, que tamb�m � aplicado nos Estados Unidos.
Curso de interc�mbio de curta dura��o
Outros brasileiros que podem ser beneficiados com a decis�o de reabertura s�o os estudantes que pretendem fazer cursos no exterior.
Ana Carolina Ribeiro, gerente comercial da Central do Estudante, explica que com o visto de turista americano, a pessoa pode estudar at� 3 meses com uma carga hor�ria pequena, de no m�ximo 18 horas semanais.
“Isso facilita muito porque, �s vezes, a pessoa j� tem o visto de turista, est� de f�rias, quer estudar 3 ou 4 semanas. N�o tem tr�mite de visto, � muito tranquilo, � s� fazer a matr�cula na escola.”
Ela acredita que, com a medida anunciada hoje, a procura por este tipo de curso vai aumentar. “Com certeza, com o visto de turista, aumenta muito a procura de pessoas que n�o tinham disponibilidade de tempo para ficar em uma fila para tirar visto de estudante e, �s vezes, nem financeira tamb�m. � preciso ter uma comprova��o financeira s�lida, os profissionais liberais, por exemplo, n�o tem como apresentar imposto de renda, olerite.”
Estudantes com esse perfil poder�o encontrar mais facilidade para entrar nos Estados Unidos. “Facilita para quem tem pouco tempo, n�o quer tirar outro visto, n�o quer fazer comprova��o financeira, se ela j� tem o visto de turista.”
Ana Carolina conta que a procura por interc�mbio nos Estados Unidos para cursos de idioma aumentou em julho, j� que pa�ses mais procurados como Canad�, Austr�lia e Nova Zel�ndia est�o com restri��es para entrada de brasileiros.
Assim, para entrar em solo americano, era preciso apresentar visto de estudante e fazer uma quarentena de 14 dias em pa�ses como M�xico, por exemplo.
“Teve uma procura maior, por�m, era preciso entrar nessa fila de visto de estudante e muitos foram negados porque a procura estava alta.”
Para ela, a procura por alguns cursos deve aumentar para quem j� tem o visto de turista. “Programa de f�rias para adolescentes, que pode ser feito com visto de turista. Essa demanda, com certeza, tamb�m vai crescer muito. N�o precisa fazer nada, s� matr�cula na escola atrav�s da ag�ncia.”
O advogado Cassiano Valente, de 41 anos, � um dos que pode aproveitar essa medida. Ele pretendia fazer um curso de idiomas intensivo com dura��o de cinco meses e come�ou a planejar a viagem em abril deste ano.
Por�m, como o processo para visto de estudante � mais demorado e burocr�tico, ele pretende trocar para um curso de ingl�s recreacional que pode ser feito com o visto de turista que ele j� tem.
“Eu pretendo ficar um m�s estudando um pouco de ingl�s por dia. Estou na maior expectativa esperando as fronteiras abrirem.”

Ele ainda n�o definiu a data da viagem e est� confiante, porque tomou a vacina de dose �nica da Janssen, fabricada nos Estados Unidos.
“Fiquei muito feliz e satisfeito porque meus planos foram adiados. E agora vou poder realizar esse sonho de realmente viver o idioma, no pa�s em que o idioma � falado. Eu como um estudante de ingl�s, com quatro anos de estudo, vai ser uma experi�ncia muito boa. Aqui no Brasil, por mais que a gente se esforce, � rodeado da l�ngua portuguesa. L�, apesar de ter gente do mundo inteiro, com certeza, vou estar rodeado pelo ingl�s. Acredito que vai ser uma experi�ncia muito boa que vai ajudar no meu aprendizado.”
Companhias a�reas esperam defini��es
Outro setor que deve ser impactado com o aumento da demanda por voos � o das companhias a�reas. Elas tamb�m comemoraram a decis�o de reabertura para turistas estrangeiros e esperam defini��es para anunciar maior oferta de voos para os Estados Unidos.
Em nota, a Latam afirma que recebeu com entusiasmo a not�cia dos planos de abertura das fronteiras dos Estados Unidos, pois � um importante mercado para a companhia.
“A perspectiva de reabertura � uma resposta ao avan�o da vacina��o no Brasil, que tem resultado na reabertura das fronteiras de diversos pa�ses, viabilizando a retomada das viagens internacionais. A empresa est� preparada para aumentar os voos entre Brasil e Estados Unidos, assim que essa informa��o for oficializada. A LATAM n�o deixou de operar voos do Brasil para os Estados Unidos nem mesmo durante a pandemia nas rotas GRU-MIA e GRU-JFK.”
J� a Gol ressalta que deseja retomar a oferta dos voos para os Estados Unidos com opera��es para a Fl�rida (Miami e Orlando). “A companhia ainda est� planejando esta retomada, por�m, j� adianta que os voos partir�o do hub em Bras�lia e os bilhetes j� est�o sendo vendidos para voos a partir de dezembro de 2021.”
A Azul, tamb�m por meio de nota, afirmou que “recebeu com entusiasmo o an�ncio do governo dos Estados Unidos sobre a suspens�o das restri��es de entrada ao pa�s para turistas estrangeiros completamente vacinados contra o coronav�rus a partir de novembro”.
A companhia ressaltou que ainda n�o h� detalhes sobre os procedimentos ou documentos requeridos, bem como a lista de vacinas permitidas pelo CDC (Centros de Controle e Preven��o de Doen�as dos EUA).
“A companhia aguardava ansiosamente por essa decis�o para refor�ar sua opera��o aos EUA, destino bastante demandado. Em julho deste ano, inclusive, promoveu uma a��o in�dita que vendeu 600 passagens a pre�os promocionais para que os clientes pudessem us�-las logo nos primeiros voos ap�s a reabertura da fronteira norte-americana para a entrada de brasileiros. A companhia est� pronta para aumentar sua oferta de voos aos EUA e, t�o logo tenha mais detalhes, os mesmos ser�o comunicados.”
* Estagi�ria sob supervis�o da subeditora Ellen Cristie.