
Bras�lia – A infla��o acumulada em 12 meses no Brasil dever� atingir 10,2% ao longo do �ltimo trimestre do ano antes de arrefecer, encerrando 2021 em 8,5%, segundo as novas proje��es do Comit� de Pol�tica Monet�ria (Copom) do Banco Central (BC), divulgadas ontem no relat�rio trimestral da comiss�o referente ao per�odo de junho a agosto.
A piora imediata nas previs�es, de acordo com o colegiado, se deve � mudan�a da bandeira tarif�ria de energia el�trica do patamar vermelho 2 ,em junho, ainda no antigo valor (reajustada em julho), para a bandeira “escassez h�drica” em setembro.
Combust�veis e alimentos tamb�m t�m pressionado sistematicamente o custo de vida. O �ndice Nacional de Pre�os ao Consumidor Amplo (IPCA) acumula varia��o de 9,68% no per�odo de 12 meses terminados em agosto, com base na pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE).
Segundo o relat�rio, “a infla��o projetada entra em trajet�ria de decl�nio, terminando 2021 em 8,5%”. A taxa supera em 3,25 ponto percentual o intervalo de toler�ncia (5,25%) da meta para a infla��o (3,75%). Entre os principais fatores que levaram � revis�o para baixo da infla��o cheia, a de 2021, est� a trajet�ria mais elevada da taxa Selic – aquela que remunerada os t�tulos do governo no mercado financeiro e serve de refer�ncia para as opera��es nos bancos e no com�rcio – prevista em 8,25% no fim do ano.
Segundo o relat�rio do Copom, a elevada proje��o dever� se propagar para 2022, por meio da chamada in�rcia inflacion�ria. A infla��o projetada para o pr�ximo ano passou de 3,5% para 3,7%.
De acordo com o relat�rio, as proje��es representam a vis�o do colegiado e s�o resultado da combina��o das proje��es de analistas de bancos e corretoras ouvidos pelo BC, da utiliza��o de modelos macroecon�micos, modelos sat�lites e de sistemas de acompanhamento espec�ficos dos itens de pre�os administrados pelo governo, ou seja, os servi�os p�blicos.
De acordo com o relat�rio, as proje��es representam a vis�o do colegiado e s�o resultado da combina��o das proje��es de analistas de bancos e corretoras ouvidos pelo BC, da utiliza��o de modelos macroecon�micos, modelos sat�lites e de sistemas de acompanhamento espec�ficos dos itens de pre�os administrados pelo governo, ou seja, os servi�os p�blicos.
A taxa Selic foi elevada de 5,25% em agosto a 6,25% em setembro, quinto aumento neste ano. � a maior taxa desde julho de 2019. O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou, ontem, que a institui��o n�o acredita na necessidade de fazer nenhum ajuste no arcabou�o de pol�tica monet�ria.
“Vamos continuar perseguindo a meta como tem sido feito. Em rela��o ao ritmo da pol�tica monet�ria, explicitamos que a Selic terminal � mais importante que o ritmo em si”, argumentou ao comentar os dados do relat�rio do Copom. Campos Neto destacou que o termo “significativamente contracionista” usado na ata da �ltima reuni�o do Copom diz respeito ao n�vel final da Selic no atual ciclo de ajuste, apertado depois do avan�o da infla��o, o que torna mais caro os investimentos da iniciativa privada.
Retomada
Al�m da expectativa para a infla��o, o documento divulgado, ontem, pelo Copom tamb�m explica fatores conjunturais sobre os mais recentes indicadores econ�micos, como a queda de 0,1% no Produto Interno Bruto (PIB, o conjunto da produ��o de bens e servi�os do pa�s) no segundo trimestre em rela��o ao trimestre anterior, que interrompeu o ritmo de altas iniciado em meados de 2020.
A principal motiva��o, segundo o comit�, foi a desacelra��o em grandes setores, como agropecu�ria, ind�stria e servi�os.
A principal motiva��o, segundo o comit�, foi a desacelra��o em grandes setores, como agropecu�ria, ind�stria e servi�os.
“Esses fatores t�m se mostrado persistentes e foram recentemente agravados pelo impacto da variante Delta do coronav�rus em pa�ses asi�ticos”, diz o relat�rio. A an�lise do BC observa que, no setor agropecu�rio, a baixa foi registrada em raz�o da base elevada de compara��o com o trimestre anterior, quando o pa�s obteve safra recorde, e das condi��es clim�ticas no pa�s, que afetaram as colheitas.
Na ind�stria, o relat�rio chama a aten��o para a queda no ritmo de produ��o de ve�culos, que h� meses sofre com a escassez de insumos e diminuiu mais intensamente e na compara��o aos demais bens dur�veis e � ind�stria em geral.
O setor de servi�os, que, segundo a autarquia, antecipou parte da recupera��o esperada para o segundo semestre, engloba atividades mais dependentes de intera��es presenciais, como alojamento, alimenta��o, atividades art�sticas e culturais.
O setor de servi�os, que, segundo a autarquia, antecipou parte da recupera��o esperada para o segundo semestre, engloba atividades mais dependentes de intera��es presenciais, como alojamento, alimenta��o, atividades art�sticas e culturais.
Embora o consumo das fam�lias tenha demonstrado estabilidade no per�odo, o BC afirma que ficou abaixo das expectativas, que se mantinham em alta como consequ�ncia da recupera��o do mercado de trabalho e da mobilidade, do retorno do aux�lio emergencial e da antecipa��o do abono salarial e do 13º sal�rio de aposentados.
“O consumo das fam�lias mostrou estabilidade no segundo trimestre, apesar de fatores que apontavam para resultado mais positivo”, diz o documento.
“O consumo das fam�lias mostrou estabilidade no segundo trimestre, apesar de fatores que apontavam para resultado mais positivo”, diz o documento.
Os servi�os prestados �s fam�lias ainda continuam substancialmente deprimidos, de acordo com o BC, apesar de as s�ries desagregadas da Pesquisa Mensal de Servi�os (PMS) e da Pesquisa Mensal do Com�rcio (PMC) sugerirem que, em geral, o consumo de bens j� atingiu ou superou o patamar pr�-pandemia.
"A melhora recente da pandemia, o avan�o da vacina��o e a evolu��o dos indicadores de mobilidade apoiam esse cen�rio de recupera��o do consumo das fam�lias ao longo dos pr�ximos meses”, informa.
"A melhora recente da pandemia, o avan�o da vacina��o e a evolu��o dos indicadores de mobilidade apoiam esse cen�rio de recupera��o do consumo das fam�lias ao longo dos pr�ximos meses”, informa.
Para os membros do Copom, que assinam o relat�rio, a normaliza��o da cadeia de insumos industriais, mesmo que gradual, tamb�m dever� ter efeitos positivos sobre o crescimento nos pr�ximos meses.
“As perspectivas para a agropecu�ria e a ind�stria extrativa, em ambiente de pre�os internacionais de commodities (produtos agr�colas e minerais cotados no exterior) ainda elevados, tamb�m s�o positivas”, diz o colegiado.
(Com ag�ncias)