
O �ndice de Confian�a do Com�rcio (Icom) do Instituto Brasileiro de Economia da (Ibre/FGV) recuou 6,8 pontos em setembro, para 94,1 pontos, menor n�vel desde maio deste ano (93,7 pontos). Em m�dias m�veis trimestrais, o indicador voltou a cair (0,6 ponto) depois de quatro altas consecutivas.
O economista aut�nomo Hugo Passos, explica que diante dos grandes desafios do Brasil com a quest�o fiscal, aumento da infla��o, crise h�drica e eleva��o da taxa de cr�dito devido � da alta dos juros, s�o os principais motivos para a queda dos �ndices de confian�a.“Mostra que as expectativas para os pr�ximos meses para o setor n�o s�o boas, ainda mais com a Black Friday e as festas de final de ano chegando”, afirma.
No entanto, os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) mostrara a gera��o de mais de 2 milh�es de empregos com carteira assinada, frente ao ano passado, e isso gera incremento de renda das fam�lias. A abertura de vagas deve impulsionar as vendas do com�rcio tendo como combust�vel o 13º sal�rio, mesmo com o aumento das despesas dom�sticas, como observou Hugo Passos.
O �ndice de Confian�a do Empres�rio Industrial (Icei) da ind�stria de constru��o apresentou, da mesma forma, intensa queda em setembro, recuando 5 pontos em rela��o ao apurado em agosto, de acordo com a Confedera��o Nacional da Ind�stria (CNI). Neste m�s, o �ndice ficou em 54,7, a maior queda do �ndice desde mar�o �ltimo. Na apura��o geral do indicador, houve tombo da confian�a em outro frente a setembro e o mesmo m�s do ano passado. O indicador caiu de 61,8 pontos em 2020 para 58 em setembro �ltimo e 57,84, agora.
O Icei varia de zero a 100 pontos. N�meros acima de 50 pontos indicam confian�a do setor de ind�stria e quanto mais altos, maior e mais disseminada � a confian�a do empresariado. Quanto mais pr�ximo de zero, menor o otimismo. “Entre agosto e setembro, o �ndice de condi��es atuais da economia brasileira recuou de 51,3 pontos para 42,3 pontos. Ao ficar abaixo da linha divis�ria de 50 pontos, reflete a transi��o de uma percep��o positiva para uma percep��o negativa da economia brasileira”, destaca a CNI em sua an�lise. O �ndice de expectativas da economia brasileira tamb�m apresentou intensa retra��o, de 8 pontos. Entretanto, permanece acima da linha divis�ria de 50 pontos.
Para o economista Otto Nogami, professor de economia do Insper, a import�ncia desses �ndices reside no fato de que mostram como o empres�rio industrial est� enxergando o futuro. “Por isso, a CNI criou o Icei. Ele � composto pelo �ndice de Condi��es Atuais (avalia��o dos empres�rios sobre o momento) e �ndice de Expectativas (o que ele espera do futuro). Esses dois indicadores retratam as condi��es atuais da economia brasileira, condi��es atuais da empresa, expectativas sobre a economia brasileira, expectativas sobre a empresa”, explica.
Incertezas
O gerente de An�lise Econ�mica da CNI, Marcelo Azevedo, afirma que o �ndice de Condi��es Atuais, que comp�e o Icei, caiu 0,7 ponto e ficou em 51,5 pontos, enquanto o �ndice de Expectativas permaneceu em 60,9 pontos. “Ambos os componentes do Icei est�o acima dos 50 pontos, o que indica que a avalia��o das condi��es atuais � positiva na compara��o com os �ltimos seis meses e que as expectativas para os pr�ximos seis meses s�o otimistas”, ponderou o economista.
O �ndice de Confian�a de Servi�os (ICS), do Ibre/FGV, recuou dois pontos em setembro, para 97,3 pontos, interrompendo a sequ�ncia de cinco altas consecutivas. Em m�dias m�veis trimestrais, o �ndice ainda manteve o resultado positivo, avan�ando 1,2 ponto.
Segundo a economista Catharina Sacerdote, consultora especialista em investimentos, como os �ndices se baseiam na situa��o atual. Algumas incertezas relacionados � instabilidade pol�tica interna, dados do desemprego, crise energ�tica, e, principalmente, o impacto da infla��o interferem nessa percep��o de liquidez, e refletem na queda do �ndice. Mas, a institui��o ressalta que os �ndices de confian�a ainda est�o acima dos �ndices pr�-pandemia.
Farol baixo
O �ndice de Confian�a do Consumidor (ICC), medido pela FGV, recuou 6,5 pontos na passagem de agosto para setembro. Com isso, o indicador atingiu 75,3 pontos, em uma escala de zero a 200 pontos, o menor patamar desde abril deste ano (72,1 pontos). Houve piora tanto na percep��o dos consumidores brasileiros sobre as expectativas em rela��o aos pr�ximos meses quanto em rela��o � situa��o atual. O �ndice de Situa��o Atual caiu 1 ponto, para 68,8 pontos. J� o �ndice de Expectativas recuou 9,8 pontos, para 81,1 pontos.