
A Confedera��o Nacional dos Transportadores Aut�nomos (CNTA) afirmou que n�o tem informa��es a respeito da paralisa��o. A greve n�o � apoiada pela Associa��o Brasileira dos Caminhoneiros (Abcam).
Alguns v�deos circulam por aplicativos de mensagem e mostram caminhoneiros afirmando que, mesmo tendo votado em Bolsonaro, n�o tem outra op��o a n�o ser se juntar com a categoria e parar.
O caminhoneiro aut�nomo, Aldacir Cadore, integrante e administrador da p�gina Comando Nacional do Transporte, que conta com mais de 80 mil seguidores, disse que j� est� com seus caminh�es parados. "Ficou invi�vel trabalhar com estes aumentos, o custo operacional est� 150% acima do que era h� um ano e estamos trabalhando com frete de 2015. Detalhe, tenho caminh�o parado h� 60 dias, de quatro estou com apenas um trabalhando", afirma, mas declara que � contra a greve.
"Sou contra a greve pela crise financeira que o pa�s vai enfrentar, mas vejo que a categoria n�o tem outra sa�da com os aumentos de diesel. Ou v�o parar em casa ou v�o morrer nas estradas trabalhando sem retorno", declarou.
Nesta semana houve rumores de que uma reuni�o entre a categoria e o governo aconteceria. Mas, segundo Cadore, que tem um bom relacionamento com o ministro Tarc�sio, o ministro disse que tal encontro nunca esteve agendado de fato. "Na minha opini�o � o mais grave dos erros do governo. Tenho um bom contato com o ministro Tarc�sio e ele sempre acha que tem a categoria sob controle, mas n�o � bem assim, a prova disso foi dia 7 de setembro, que fizeram piquetes, ele pediu pra abrir e ningu�m o escutou", comentou.
"Falo em erro grave porque o presidente n�o sabe os problemas da categoria, ele acha que � o que chega nele e os problemas chegam no Minfra e n�o v�o at� o presidente, quando chega � marolinha. Prova disso � o Aux�lio Brasil de R$ 400, que foi o maior tiro no p� do governo. O governo oferece isso pra quem nunca parou de trabalhar para buscar dignidade e n�o aux�lio", observa.
Cadore diz que ficou calado desde 2018, e n�o deixou publicar nada, mas agora n�o tem mais como defender. "Nem di�logo temos com o governo para uma poss�vel negocia��o, sempre com a desculpa que � de esquerda a pauta. N�s somos caminhoneiros, somos humanos, eu votei no presidente, tenho adesivo at� hoje nos meus caminh�es da campanha, mas precisamos sobreviver", explica o caminhoneiro.
O representante dos caminhoneiros acredita que, nesta altura do campeonato, o di�logo tem que ser com o presidente, pois com o Minfra n�o tem mais no que se apegar. "Desde 2018, quando ele assinou o acordo com o Temer, acho que sou o �ltimo a se manifestar, me mantive calado, acompanhei todas as reuni�es deste governo relacionadas ao transporte e vi de perto o Minfra entregar tudo que era pro aut�nomo na m�o do embarcador", ressalta.
O caminhoneiro Gustavo �vila, um dos grandes influentes entre os caminhoneiros, afirma que � totalmente a favor da paralisa��o. "Precisamos cobrar que o Supremo Tribunal Federal julgue a constitucionalidade da lei do Piso M�nimo de frete, que garante o custo da opera��o de transporte, o que a gente gasta para estar passando nas rodovias. Temos que cobrar tamb�m o cumprimento de todas as nossas leis, pois se as nossas leis fossem de fato cumpridas e fiscalizadas n�o estar�amos passando esta dificuldade que estamos passando hoje.
"� necess�rio cobrar o Congresso Nacional de v�rias pautas que est�o tramitando l� dentro. Um exemplo � a quest�o do INSS. Hoje � recolhido na fonte e chegam a recolher at� duas vezes o valor do teto", observou o caminhoneiro.
Gustavo confessa que fez campanha para Bolsonaro. "Adesivei meu caminh�o e o de v�rios colegas, fizemos carreatas. Mas neste momento n�s vamos parar o caminh�o para que o presidente possa de fato cumprir o que ele prometeu em campanha e interferir na pol�tica de pre�o da Petrobras, e que a gente passe a usar o pre�o do �leo diesel aqui no Brasil em real e n�o em d�lar. Esse � o momento, n�o tem como a gente continuar dessa forma, n�o tem como manter, n�o d� mais para trabalhar, ent�o vamos nos unir neste momento e fazer as reivindica��es que a categoria precisa", declarou.
De acordo com a Petrobras, o o valor da gasolina e diesel vem a partir de um alinhamento de pre�os ao mercado internacional, que "se mostra especialmente relevante no momento que vivenciamos, com a demanda at�pica recebida pela Petrobras para o m�s de novembro de 2021". "Os ajustes refletem tamb�m parte da eleva��o nos patamares internacionais de pre�os de petr�leo, impactados pela oferta limitada frente ao crescimento da demanda mundial, e da taxa de c�mbio", acrescentou a estatal em nota, nesta segunda-feira (25/10).
A reportagem entrou em contato com o Minist�rio da Infraestrutura, mas n�o obteve retorno at� a publica��o desta reportagem. O espa�o segue aberto para futuras manifesta��es.