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Estado de Minas TRANSPORTE

T�xis retomam espa�o deixados pelos aplicativos em Belo Horizonte

Com custo alto para abastecer, motoristas de aplicativo desistem de corridas curtas, que s�o feitas por ve�culos licenciados pela PBH


18/11/2021 04:00 - atualizado 18/11/2021 07:54

Motorista de táxi Pedro Luiz Fernandes encostado na porta de seu carro
Pedro Luiz Fernandes avalia que h� uma margem de seguran�a que faz compensar as viagens de percurso menor (foto: Mateus Parreiras/EM/D.A Press)
Revezando chamadas pelos dois mais populares aplicativos de transporte de passageiros que atuam em Belo Horizonte, a reportagem do Estado de Minas levou 15 minutos para que uma corrida de apenas quatro quarteir�es fosse aceita no s�bado. A p�, pela Avenida Bar�o Homem de Melo, no Bairro Estoril, Regi�o Oeste de BH, esse mesmo percurso j� teria sido cumprido. Mas o teste � uma amostra de como est� cada vez mais dif�cil para os usu�rios de aplicativos fazerem corridas curtas, uma vez que o pre�o dos combust�veis aumenta fortemente e o deslocamento n�o compensa os custos dos motoristas.

Um dos reflexos disso j� � sentido em outra categoria, a dos taxistas, que afirmam sentir um aumento na procura pelos telefones de pontos e mesmo nas ruas. O movimento nos pontos t�m se ampliado, sobretudo para pessoas que procuram corridas curtas, mas precisam de as fazer em autom�veis devido a terem de levar compras, por exemplo.

Uma corrida de nove quil�metros da Avenida Professor M�rio Werneck, no Bairro Buritis, Regi�o Oeste de BH, at� o Mercado Central, que � uma das atra��es tur�sticas da cidade, renderia R$ 26 ao motorista de aplicativo que se dispusesse a fazer o percurso, de acordo com a busca da ferramenta de mapas do Google. A estimativa seria de 21 minutos de deslocamento, mas por mais de 10 minutos a reportagem esperou, sem sucesso, para que algum motorista de aplicativo aceitasse fazer esse transporte.

No ponto de t�xi da mesma avenida, que tinha seis ve�culos parados � espera de passageiros, nenhum dos taxistas que aguardava por corridas se disse disposto a aceitar um deslocamento desses pelo pre�o sugerido pelo aplicativo. Na verdade, declararam que por aquele pre�o, prefeririam se manter parados no ponto.

“Acabei de levar um passageiro ao Mercado Central. A senhora estava indo fazer compras e cansou de esperar pelo aplicativo. Levei at� a entrada e custou R$35. Depois tive de procurar outro passageiro. O t�xi tem uma margem de seguran�a que faz compensar as corridas mais curtas. A gente imagina que a tarifa nos d� uma seguran�a de 40% acima do que os motoristas de aplicativo conseguem”, disse o taxista Pedro Luiz Fernandes, de 56 anos, sendo 13 rodando na pra�a da Grande BH.

O tamb�m taxista Ezequiel Gomes, de 41, salienta que n�o � apenas o custo de se encher o tanque do carro que afeta a viabilidade de uma corrida. “A gente precisa pesar tamb�m o desgaste das pe�as do carro, a manuten��o mec�nica, o tempo perdido em tudo isso e na corrida tamb�m. Acabam sendo descontos muito altos e por isso a tarifa do t�xi ainda nos protege, torna o transporte seguro. Quando voc� chama um t�xi, sabe que � uma pessoa confi�vel, que � regulada pela BHTrans. Mas tudo isso tem um custo”, afirma Ezequiel.

O administrador Carl�cio Rodrigues Ara�jo, de 40, roda com o pr�prio carro pelos aplicativos e compara a viabilidade de cada corrida. "O pre�o do combust�vel est� muito alto e � o principal componente. Para se rejeitar uma corrida, a gente precisa avaliar alguns pontos al�m disso. Primeiro: �reas de risco. H� locais onde a plataforma indica que s�o perigosos e alguns motoristas evitam essas �reas, sobretudo � noite por serem mais perigosas”, disse.

Dist�ncias


Mas, de acordo com Carl�cio, n�o � apenas o pre�o da gasolina que influi na hora de recusar um pedido de corrida pelos aplicativos de transporte. “Outra coisa � a pr�pria avalia��o da chamada. Se eu precisar rodar cinco quil�metros para buscar um passageiro e o deslocamento dele for de tr�s quil�metros, eu teria de pagar do meu bolso cinco quil�metros para ganhar em cima de tr�s e isso n�o compensa � um dos fatores que leva os motoristas a cancelar as corridas”, afirma.

As recusas dos motoristas de aplicativos podem refletir em suas avalia��es e gerar puni��es, o que acaba for�ando muitos a cumprir corridas que n�o compensam tanto. “As plataformas nos permitem cancelar certas corridas quando se referem a �reas de risco ou locais distantes demais, sem que isso influencie na nossa avalia��o. A taxa de desempenho acaba sem ser alterada. Isso � muito importante, porque a pessoa que fica muito abaixo na classifica��o, rejeitando muitas corridas sem um bom motivo, pode acabar sendo penalizada. O algoritmo do aplicativo detecta e te d� menos corridas chegando at� a te suspender por um dia ou mais das corridas. Voc� acaba ficando sem trabalhar naquele dia at� recuperar o n�vel de avalia��o aceit�vel”, pondera Carl�cio.


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