
Segundo o gerente do estabelecimento, Pablo Jean, de 50 anos, s�o mercadorias que n�o s�o boas para venda, mas que tamb�m n�o est�o ruins e precisam dar espa�o para as novas. “A gente precisa combinar com eles, porque s�o muitas pessoas que v�m e, �s vezes, fica at� em falta para distribuir”, explica.
Iraci Santos Pereira, de 56, mora com quatro pessoas em casa, no bairro Vila Pinho Vale do Jatob�, tamb�m na Regi�o do Barreiro, e chega cedo para conseguir pegar os alimentos e levar para a fam�lia. “As coisas est�o dif�ceis. Na minha casa, somos quatro pessoas desempregadas. As verduras que a gente leva daqui ajudam muito”, conta.
Ela detalhou que a situa��o piorou durante a pandemia de COVID-19, quando os filhos perderam o emprego. “Eu recebo um benef�cio do meu esposo que faleceu e isso est� mantendo a casa”, disse.
A dificuldade � ainda maior na casa de Elizabeth Teixeira, de 50 anos, que mora com 14 netos. “Eu pego essas verduras para cuidar dos meus netos e ajudam demais. Com essa pandemia, o pre�o dos alimentos subiu demais e est� dif�cil a gente manter a casa”, lamentou.
O peso sentido no bolso que ela reclama tem raz�o de ser. Em Belo Horizonte, a cesta b�sica teve uma alta de 2,69% em outubro, chegando a R$ 604,22, equivalente a quase 55% do sal�rio m�nimo atual.
O peso sentido no bolso que ela reclama tem raz�o de ser. Em Belo Horizonte, a cesta b�sica teve uma alta de 2,69% em outubro, chegando a R$ 604,22, equivalente a quase 55% do sal�rio m�nimo atual.
Inseguran�a alimentar
Esta realidade de se alimentar � o que vive 19 milh�es de brasileiros com inseguran�a alimentar grave, outros 24 milh�es em moderada e mais 74 milh�es leve. �ndice triste para o pa�s, que estava desde 2014 fora do mapa da fome da Organiza��o das Na��es Unidas (ONU).
“O pa�s est� hoje com um n�mero muito de alto pessoas em extrema pobreza, que ganham menos de US$ 1,90 por dia. S�o 9,3 milh�es, segundo dados de 2018. A estimativa agora � que, por conta dos efeitos econ�micos, mais 5,4 milh�es dever�o entrar na extrema pobreza, segundo o Banco Mundial. O Brasil saiu do Mapa da Fome em 2014. Agora, est� caminhando a passos largos para voltar”, afirmou o economista Daniel Balaban, chefe do escrit�rio brasileiro do Programa Mundial de Alimentos (WFP, na sigla em ingl�s), a maior ag�ncia humanit�ria da ONU.
No Brasil, a estimativa � de que cerca de 5,4 milh�es de pessoas - a popula��o da Noruega - passem para a extrema pobreza em raz�o da pandemia. O total chegaria a quase 14,7 milh�es at� o fim de 2020, ou 7% da popula��o, segundo estudos do Banco Mundial.