
No acumulado no ano, foi registrado saldo de 2.992.898 empregos, decorrentes de 19.136.617 admiss�es e 16.143.719 desligamentos. No mesmo per�odo do ano passado, houve cria��o l�quida de 121.931 postos formais. O setor de servi�os ficou com o maior saldo, totalizando 180.960 novas vagas, seguido por com�rcio (139.287), constru��o (12.485) e ind�stria (8.177).
Para o ministro do Trabalho e Previd�ncia, Onyx Lorenzoni, esse � o terceiro melhor m�s do ano na gera��o de empregos formais, atr�s de fevereiro, que teve 389.679 vagas criadas; e agosto, com 375.284 novos postos de trabalho. Durante coletiva de imprensa virtual, ele disse que o resultado � fruto do grande esfor�o da sociedade e do governo do presidente Jair Bolsonaro.
"(O governo) Manteve uma disciplina fiscal importante, manteve um processo de simplifica��o, desburocratiza��o, digitaliza��o do governo, revis�o de normas regulamentadoras, de simplifica��o e condensa��o da legisla��o trabalhista infralegal. Tudo isso com objetivo de simplificar, facilitar e permitir que as empresas brasileiras, os empregadores brasileiros, pudessem, a cada dia, ter mais tranquilidade para trabalhar e ter a condi��o de fazer seu neg�cio prosperar", disse o ministro.

Muitas vagas de emprego hoje em dia precisam de especializa��o, seja gradua��o ou curso t�cnico. Layane Pereira, 27 anos, acaba de conseguir emprego por meio de um curso do Renova DF. "Eu estava desde 2019 desempregada, mas sempre fazendo servi�os � parte, como faxina, eventos fritando salgados, panfletagem em alguns lugares. Mas nunca deu certo como algo fixo", conta.
Ela diz que fez uma entrevista na quarta- feira e que j� vai come�ar no pr�ximo dia 27. "N�o foi f�cil encontrar (emprego). Eu participo de um grupo no WhatsApp que posta vaga todo dia. E eu enviava curr�culo todos os dias para vagas em que eu me encaixava. Mesmo assim, nem sequer para entrevista fui selecionada", lembra.
Tempor�rio
Ela diz que fez uma entrevista na quarta- feira e que j� vai come�ar no pr�ximo dia 27. "N�o foi f�cil encontrar (emprego). Eu participo de um grupo no WhatsApp que posta vaga todo dia. E eu enviava curr�culo todos os dias para vagas em que eu me encaixava. Mesmo assim nem sequer para entrevista fui selecionada", lembra.
Benito Salom�o, mestre em economia pela Universidade Federal de Uberl�ndia (UFU), afirma que o saldo apresentado em novembro est� relacionado com a abertura de vagas tempor�rias. "Durante o final do ano, ocorre cria��o de vagas em grande parte dos setores, como servi�os, com�rcio varejista, que t�m uma sazonalidade muito forte nessa �poca entre novembro e dezembro".
Por�m, segundo Salom�o, h�, tamb�m, o fator da vacina��o, que ajudou na reabertura de postos. "Por exemplo, servi�os como shows e cinema voltaram a funcionar. Com isso, eles v�o contratar. Por�m, o progn�stico para 2022 � de cautela, porque essas vagas tempor�rias de dezembro n�o devem permanecer no primeiro semestre de 2022. Ent�o, o ritmo de crescimento do emprego vai ser menor no primeiro semestre", pontua.
A economista e consultora em investimentos Catharina Sacerdote concorda: "Os dados do Caged at� aqui demonstram um aquecimento no mercado de trabalho, mas esse per�odo de novembro e dezembro sempre foi aquecido, por causa das vendas de final de ano".
Al�m disso, de acordo com ela, considerando que boa parte da popula��o est� vacinada, muitos prefeitos autorizaram algumas presta��es de servi�os que estavam bloqueadas, seja pela impossibilidade de realiza��o sem o contato f�sico, seja pelo aumento da capacidade de funcionamento. "� poss�vel confirmar essa percep��o por meio dos dados de crescimento dos servi�os e com�rcio - que tiveram os maiores incrementos".
Proje��es
Segundo ela, no entanto, � poss�vel ter uma percep��o mediante algumas vari�veis que j� acendem um sinal de alerta. "As expectativas de crescimento do PIB est�o muito baixas, tanto para 2021 quanto para os anos seguintes. Outro exemplo � que 2022 � ano eleitoral, per�odo em que h� muito foco no processo das elei��es, deixando de lado pautas importantes para a popula��o", ressalta.
Expectativas para 2022 ainda incertas
Ao serem ajustados, os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) mostraram, no fim de novembro, que o saldo do emprego formal no Brasil, quando comparado com o mesmo m�s de 2020, foi negativo.
Segundo a economista e consultora especialista em investimentos Catharina Sacerdote, em geral, as taxas positiva de emprego s�o reflexo de melhorias na economia. Como houve mudan�a na forma de c�lculo dos dados do Caged, contudo, � bastante desafiador fazer uma compara��o com anos anteriores, sendo preciso buscar outros elementos para apontar novas dire��es.
"Os dados do Ipea (Instituto de Pesquisa Econ�mica Aplicada), que s�o levantados de maneira diferente do Caged, apontam que h� mais de 13 milh�es de pessoas desempregadas. E uma parte significativa est� em busca de vaga h� mais de 24 meses", destaca a especialista.
Os novos dados do cagastro geral mostram que o saldo de emprego mais representativo � observado na atividade econ�mica de servi�os - informa��es, comunica��o, atividades financeiras, imobili�rias, profissionais e administrativos -, do qual se depreende que a atividade econ�mica come�a a apresentar sinaliza��o de melhora. Em seguida, est� o com�rcio - que inclui a repara��o de ve�culos automotores e motocicletas - refor�ado pelas promo��es da Black Friday.
Segundo Otto Nogami, professor de economia do Insper Instituto de Ensino e Pesquisa, entretanto, o dado mais importante � quando se comparam os saldos deste ano com os do ano passado, quando houve uma queda expressiva de 21,8%. "A exemplo do que foi verificado no m�s de outubro, quando a queda em 12 meses foi de 35,93%", observa.
Rea��o do mercado
Os dados refor�am o que se vem constatando com rela��o a outros indicadores, aponta Nogami. "A economia vem apresentando ao longo deste ano sinais de debilita��o, com quedas seguidas no n�vel da atividade econ�mica".
De acordo com o especialista, portanto, h� "rea��o do mercado � falta de um planejamento de pol�tica econ�mica para resgatar o processo de crescimento e desenvolvimento do pa�s".
Sem espa�o fiscal, completa o economista, "falhas na tentativa de conter a escalada dos pre�os e o agravamento do cen�rio pol�tico institucional acabam fragilizando, cada vez mais, o mercado de trabalho, que tamb�m apresenta uma queda no sal�rio m�dio de admiss�o, denotando outros problemas estruturais da economia brasileira.
*Estagi�rio sob a supervis�o de Andreia Castro